August 31, 2006

Fomos ver "Miami Vice" porque Akira gostava da série. Apesar do fato que do original só sobraram os nomes, até que foi legal - basicamente por causa das cenas de ação, concentradas em um ou dois momentos. O resto foram algumas sequências enche-linguiça de romance, que quebraram totalmente o ritmo. I mean, Gong Li falando espanhol ou inglês, não entendi nenhum dos dois direito. Nenhum personagem tinha carisma. Que raio de operação policial foi aquela, onde todos os bandidos morrem e o chefão some? A polícia só queria a carga, era isso? As únicas sequências bem feitas foram a da emboscada e a do resgate, essas sim foram eletrizantes.

*bocejo*

O nggócio é comprar os DVDs da série de TV e se divertir com a cafonice dos anos 80 e as participações especiais, de Phil Collins a Zappa.

Respondendo ao João, os filmes aqui são todos legendados. Os destinados primariamente ao público infantil têm duas versões, dublada e legendada, o que satisfaz todo mundo. E o que é um alívio, já que na Alemanha e na França, pelo menos, tem que se procurar bem uma sessão em versão original.

August 29, 2006

Que curioso. Estava aqui pensando em postar sobre o dia em que fomos até o depósito de lixo levar os resíduos perigosos que não podem ser jogados com o lixo normal (baterias, óleo de fritura usado, lâmpadas, tubos de aerosol e aparelhos eletrônicos) e de repente chega um email de uma amiga justamente sobre isso, com um aviso de que um litro de óleo pode contaminar cerca de um milhão de litros de água. Então, fica aqui o recado : não joguem o óleo usado ralo abaixo, coloquem em garrafas de plástico com tampa e ponham junto do lixo orgânico.

(bom, deixamos no depósito dois galões de 4,5 litros cada e mais uma garrafa de 2 litros. Salvamos 11 milhões de litros de água? hahahaha, podia vir um desconto na conta)

Claro que aqui na Europa a tendência é se preocupar com essas questões ambientais porque aqui não tem NADA. Os custos com tratamento e distribuição da água são altos, energia também, etcetera. No Brasil, o problema é justamente a abundância, que faz com que ninguém ligue muito pra isso. Até que um dia acabe...

Hoje faz um ano que vim pra cá definitivamente. Ça veut dire, um ano morando com o homem da minha vida. Bravo!

August 26, 2006

Assistimos ao "Doom", versão cinematográfica do jogo. Surpreendentemente legal, considerando o gênero. Pra quem conhece o jogo, é igual na maior parte. Pra quem não conhece, misture "Alien", "Resident Evil" em partes iguais e coloque o The Rock no meio. Se souber quem é o Karl Urban, então, melhor. E mais nada a dizer.

Desculpem o sumiço. Visitas em casa.

Nada como andar pra cima e pra baixo com dois garotos de 18 anos pra lembrar que a gente não tem mais 18 anos. Pelo menos não tenho idade pra ser mãe deles. Ainda.

August 22, 2006

Ah, esqueci do "Bewitched". Ato falho, claro. Acho que a idéia da Nora Ephron era fazer uma homenagem à série, mas something went wrong. Reeeeeally wrong. Claro, algumas coisas foram bem engraçadinhas, e eu gosto do fato da personagem da Nicole Kidman ser ingênua e bobinha, mas não chorosa (vocês sabem que eu ODEIO gente chorosa). E o Steve Carell fazendo o tio Arthur foi legal, apesar de completamente absurdo. E eu gritei "olha a Tia Clara!". E a trilha, com Ella, Frank Sinatra e Louis Armstrong, foi legal também. Mas o Will Ferrell? A querida da Elizabeth Montgomery deve estar rodando no túmulo.

(aliás, todos os atores principais da série morreram de câncer, exceto o Dick York, que depois de uma vida sofrida teve enfisema pulmonar. Agnes Moorehead, uterino. Elizabeth Montgomery, colo-retal, e Dick Sargent, próstata. Ui.)

"Art of the Devil 2" é um terror tailandês que merece o nome. Sério. É ótimo, história redonda, bons efeitos, bons atores, boa direção. Em algumas cenas eu me cobri com o edredom até a cabeça pra não olhar (wimp!), porque pessoas loucas me assustam mais do que fantasmas :) Vejam o trailer aqui (em wmv) ou aqui.

Sem saber que o tema era parecido, peguei também "The Skeleton Key". Claro, este é muito mais um thriller sobrenatural do que um terror, mas achei bom. Bem interessante o final.

Assistimos também ao "Madame Satã", do Karim Aïnouz. Eu queria ter gostado, mas achei um filme sem foco (não no sentido ótico, dã). João Francisco foi uma personalidade tão interessante e contestadora, e o Lázaro Ramos fez um bom trabalho como ator, mas tudo ficou diluído em muitas cenas sem importância, uma ansiedade enorme de reforçar a idéia de que João tinha um lado terno, performances inteiras de músicas inteiras ocupando um tempo precioso, e o resto da trajetória brevemente explicada em prólogo. "Priscilla, a Rainha do Deserto" passando umas férias na Lapa, na companhia da Macabéa e do Dadinho-o-caralho-meu-nome-
é-Zé-Pequeno. Aff.

Como choveu o equivalente ao Mar de Mármara neste fim de semana e ninguém aqui em casa tem a menor vocação pra anfíbio, fomos pegar um lote de DVDs na locadora pra ficar assistindo em casa. Não consegui lembrar a última vez que aluguei um filme - uns dois anos atrás? Provavelmente, porque vi nas prateleiras um tanto de títulos não-assistidos, daqueles filmes que não valem um ingresso de cinema mas que mesmo assim a gente quer ver, sabe? hahaha
Achei barato, 9 euros e alguma coisa por 4 filmes, pra devolver em uma semana. Acho que vou começar a fazer mais isso e parar de comprar DVDs (not!).

Infelizmente, falta de noção não tem nacionalidade.

August 21, 2006

Alguém usa o Last.fm? Me cadastrei no negócio quando se chamava Audioscrobbler, não vi graça e nunca mais entrei. Agora resolvi baixar o plug-in e tá rodando. Mas continuo não vendo muita graça. Talvez o barato seja navegar pelos grupos, ouvir rádios e descobrir coisas novas. Mas eu não gosto de coisas novas, hahahaha. Pelo menos não todas.

Acabei o "Hard-Boiled Wonderland and the End of the World". Meio fantasia, meio cyberpunk e totalmente Murakami. Eu ia dizer que é uma ficção científica existencialista, mas acaba de me ocorrer que talvez seja um pleonasmo - o core de toda sci-fi é existencialismo. Será um chute ronaldístico? Ou será a obviedade plena e só eu não sabia? (duh!) Acho que preciso ler mais coisas do gênero pra saber.
Outra coisa que preciso pesquisar mais é a simbologia da sombra na cultura oriental. Em "Kafka", pessoas com "meia-sombra" têm um pezinho no afterlife. Em "Wonderland", a sombra retém as memórias e a consciência de alguém. Separado da sombra, não se tem "self". Eu queria saber se é uma idéia do Murakami ou se faz parte da mitologia japonesa. Ou de qualquer lugar, sei lá. Claro, a idéia é meio óbvia : a sombra é uma prova da nossa presença corpórea, da nossa "solidez". Se existimos, fazemos sombra (na luz, claro). Mas e uma "meia-sombra"? E as sombras do "Wonderland" não são simplesmente silhuetas - têm feições, usam roupas, têm uma consciência própria, vivem e morrem, não se limitando a ser extensões de quem as geram. Adoro ficar pensando nisso.


Não, não bebi hoje não.

August 19, 2006

Mas o engraçado mesmo foi uma menina, na saída do museu, perguntando pra um cara "qual o nome da música que estava tocando?" - porque provavelmente todo mundo já ouviu uma das Gymnopédies alguma vez na vida, mesmo sem saber o que é, e ela achou familiar. E o cara, com a maior segurança do mundo : "Ah, você não sabe? A música foi composta especialmente pra performance!". Ela ainda fez cara de dúvida, mas ele foi tão categórico que ela acabou se convencendo. Eu tive vontade de chegar e falar "numénadadisso!", mas achei mais engraçado ficar rindo sozinha.

Hehe, Satie fazendo música por encomenda do além.

(pra falar a verdade, achei a trilha do negócio beem medíocre - que fizessem algo especial, e não só mixar música japonesa, pianinho e uns beats, que não combinaram de jeito nenhum entre si, né?)

August 18, 2006

E já que o assunto ficou meio nipônico, fomos ao museu Van Gogh hoje ver a palestra dada por uma amiga, a Maaike, sobre mangá e animes. Ela é uma acadêmica holandesa especializada em cultura japonesa, e casada com um músico japonês, o Seigen. Como era de se esperar, ela falou sobre Naruto, Yu-Gi-Oh, Hayao Miyazaki, cosplay, o básico. Fiquei sabendo que a indústria de mangás gera uma grana inacreditável. E eu esperava ver mais freaks e otakus na platéia, mas a maioria da audiência eram tiozinhos e tiazinhas. Tinha uma gothic lolita, paramentada comme il faut dos pés à cabeça, holandesa também. Bizarro.

Como é a Japanese season no museu, a exposição de objetos da era Meiji também foi bem interessante. O museu transferiu temporariamente as telas de Van Gogh que têm referências orientais pra essa sala, como ilustração.

Aproveitamos pra ver a performance da dupla Viktor&Rolf, "Women from Tokyo & Paris", uma coisa linda, absurda e cor-de-rosa. Duas bailarinas, uma de quimono e outra de vestido, uma sobre tatami e a outra sobre chão de madeira, oriente e ocidente. Música de kotô e Erik Satie. Fiz um videozinho pra vocês terem uma idéia.

O comment da Lê no outro post me fez lembrar de sushi. Eu nem falo muito nisso que é pra não pensar, hahaha. Mas aí eu já lembrei, e ontem as lombrigas gritaram. I mean, GRITARAM. Ainda não achei um restaurante japonês aqui como os que existem em São Paulo. Só se mandasse trazer o velho Tanji. Tudo bem, o Akira é aprendiz não-oficial do Tanji, mas o trabaaaalho que dá fazer tudo em casa! Às vezes eu só quero entrar num lugar, ouvir um "Irashai" bem enérgico, sentar e ter toalhinhas quentes. E pedir um pouco de tudo - sake, maguro, toro, tobiko, takô, saba, hamachi...ah.

Aí ontem, enquanto eu esperava a Bebete pra sessão do "Volver", resolvi entrar no Zushi pra comer uns temakis. Como é um kaiten sushi (aqueles que têm uma esteira por onde passam os pratinhos), achei que era melhor pedir alguma coisa feita na hora. Não foram os melhores temakis que comi na minha vida, mas também não são péssimos. A escolha também era meio limitada demais, mas com wasabi à vontade na mesa e shoyu já diluído, pra uma comidinha rápida achei ótimo. E um dos sushimen é paulistano.

Ah, e como ter alguma dúvida? O pai da filha de Raimunda é o Ronaldinho Gaúcho!

Penélope Cruz desencanou de ser "la chica latina" de Hollywood e voltou a fazer cinema espanhol (graçasadeus!), sem deixar de ser linda. Pedrito voltou a mostrar aquilo de que mais entende, a alma feminina, sem deixar de ser autobiográfico. Carmen Maura voltou a trabalhar com Pedrito, depois de quase vinte anos - e nunca deixou de ser a imagem da mulher almodovariana.
Irene, a mãe morta, volta para resolver assuntos com a filha. Raimunda, a filha, que não morreu, volta a viver. A mãe de Augustina não volta. O marido de Raimunda tampouco. As fatalidades da vida voltam, em círculos.

De certa forma, vi em "Volver" uma espécie de reconciliação de Almodóvar com todas as suas fases, sem cair na auto-paródia ou "reciclagem". Desde "La Flor de Mi Secreto", tenho sentido uma espécie de estranhamento ao sair de cada filme dele - como ver alguém usando roupas de outra pessoa, uma sensação de algo "off". Em "Volver", finalmente consigo reconhecer a pessoa, independente do que ela esteja usando. Será que dá pra entender? De qualquer forma, já entrou pra minha lista de favoritos.

E a Chus Lampreave, como está velhinha!

August 17, 2006

Conheci um americano imbecil que me irritou muito, mas muito ontem. Bad, bad start. O motivo não vem ao caso, mas fiquei feliz de ter dito tudo que quis na cara dele. Tudo. Mesmo assim, ao voltar pra casa, quase não consigo dormir repassando os diálogos na minha cabeça, e tentando aperfeiçoar as chibatadas verbais a cada vez, me recriminando por não ter acrescentado x e y aos argumentos, desejando ter sido mais mordaz ainda (na verdade, pensando em retrospecto, seria difícil). Aaagh! Eu sei que isso vai passar logo, mas de alguma forma eu gosto de ficar alimentando a minha fúria por um tempo, hahaha.

Cuidaaado com meu calo, pessoas sem noção deste mundo. Eu não tenho dó nenhuma de arrancar o pé que pisa nele.

August 15, 2006

Deu um banzo repentino e momentâneo de São Paulo. Se estivesse lá agora, estaria vendo a programação de cinema no Guia da Folha. Ou a de shows. Depois decidindo onde jantar, com o Iri ou com a Dani, em algum lugar perto da Paulista. Provavelmente um dos Sujinhos da Consolação, tou com saudade de salada de repolho. Ficaria falando bobagem com a minha irmã e o Akira até a hora de sair. Iria a pé, subindo a Joaquim Eugênio até o Top Center no começo da noite, passando por todos os buracos nas calçadas de paralelepípedo. Andaria a Paulista inteira, iluminada por aquelas lâmpadas amarelas. De repente, até conseguiria encontrar a Chris e arrastá-la comigo. MASP, Prédio da Caixa, o Bob's, Spot, Frei Caneca, Augusta, Conjunto Nacional. Atravessando a rua, Bela Cintra, livraria Belas Artes e virava na Consolação, olhando pro extinto Riviera (tem alguma coisa lá agora?). Comeria picanha com Bohemia no Sujinho, servida pelo Bernardo. Ficaria conversando mais bobagens com meus amigos, e sairia tarde da noite. Não bateria na porta da Kris, que mora lá perto, porque provavelmente ela estaria em Marília e eu tenho um mínimo de educação, apesar de provavelmente estar pra lá de Bagdá a essas alturas. Gabi talvez estivesse fervendo em algum lugar, poderia ligar pra ela. Mas decidiria descer a rua até em casa, e dormir com o marido e os gatinhos amontoados num colchão no chão, na Bela Vista, até o dia seguinte. E acordar, ir à feira de manhã, comprar fruta e comer pastel. Aaaaah.

Terminei de ler o "The Wind-Up Bird Chronicle", do Murakami. Sabe quando alguém escolhe o caminho mais longo possível pra se chegar a algum lugar, e acaba não chegando? Pois é. Longo demais, surreal demais, inexplicável demais, personagens demais, contexto histórico demais, fatalidade demais. Embora algumas situações fossem bem interessantes, voltar o tempo todo a um período durante a ocupação japonesa da Manchúria e ler cartas intermináveis nas quais alguns personagens começam a contar histórias longuíssimas e não chegam nunca ao final me cansou. Mesmo assim, não posso dizer que o livro seja ruim. Mas chegar ao fim dele é uma graaaande caminhada.

August 14, 2006

Conselho de amiga : se você usa o Orkut, é bom instalar o NoScript no seu Firefox ou Mozilla. Se você insiste em usar o Internet Explorer, mude de browser. Ou de sistema operacional. Começaram a rolar scripts maliciosos em lugares aparentemente inofensivos, que pelo que vi, permitem o roubo de cookies, e consequentemente, senhas. Cliquei num scrapbook hoje, e em vez de abrir o tal, o link me levou à minha própria página. Oh-oh.

Se algo estranho acontecer quando vcs clicarem no Orkut, limpem os cookies imediatamente e troquem as senhas. E instalem o add-on. Não é mais suficiente evitar "as fotos da festa que ficaram ótimas"...

August 11, 2006

Esse blog é uma preciosidade : Mercado de Pulgas.



Tá mais parecido com a minha irmã do que comigo, mas achei divertido. A parte de escolher roupinhas é a melhor! hahahaha

Aimeudeus. Ontem fui ao centro, só pra comprar tintura de cabelo e outros troços básicos - pasta de dente e sabonete. O Akira estava trabalhando lá perto e foi me encontrar. Resolvemos ir beber no café do Melkweg, cinco copos cada um. Saímos e fomos pro supermercado. Antes de ir pra casa, paramos num outro café, e tomamos mais dois copos grandes e um pequeno cada um. Acho. Chegamos em casa. Abrimos uma garrafa de vinho sparkling. Daí, lembro vagamente de sentar ao computador. O nosso amigo/vizinho holandês passou aqui em casa. Lembro vagamente também de ter ficado insistindo que ele vá ao Brasil com a gente no final do ano. Também acho que ficamos falando sobre dor de dente, mas isso eu não tenho certeza. Lembro de ter entrado no banheiro e ficado extremamente surpresa de ver a pasta de dente nova na prateleira. E o sabonete novo na saboneteira, já desembalado. Quem fez isso? Akira garantiu que não foi ele. Será que fui eu?
Tenho a impressão de que comecei a colocar sal e pimenta nas costeletas de porco que a gente ia preparar, mas não sei quanto pus de cada. Na verdade, nem lembro de ter aberto o pacote de carne. Mas devo ter aberto. Afinal, como estaria tentando temperá-la? Até que, finalmente, o Akira me obrigou a tomar copos e copos d'água e me convenceu de que eu deveria ir pra cama. Acordei às cinco da manhã, com a impressão terrível de que uma parte da minha memória foi pro lixo.
De manhã, entrei no Orkut e meus medos se concretizaram : recebi respostas a scraps que não lembro de ter mandado, vi posts meus em comunidades, xingando emos. Se você recebeu algum scrap inexplicável meu, já sabe.

August 09, 2006



Isso são pêssegos. Donut peaches. Bonitinhos, né?

August 08, 2006

A Chris tem razão. Preciso de um quintal maior. Agora descubro que vai ter Rezillos no Brasil em novembro (piercing scream : Aaaaaaaaaaaaaaa!). E por enquanto aqui na Europa, só na Espanha ou em Glasgow em outubro. Não tem vôo direto pra Glasgow daqui. E a data de Barcelona (que seria o destino mais fácil) vai coincidir com a ida pra Berlim. E provavelmente, com a do CSS aqui também. Desisto.

A parte boa é que, agora que Akira sabe o que é, não pára de fazer piada com emo.

August 07, 2006

Acabei de ver no YouTube uma matéria do programa do Gugu (tem nome ou é "Programa do Gugu" mesmo?) sobre emos. Achei surpreendentemente muito boa, informativa e relativamente neutra. E entendi finalmente que o emo é o correspondente atual ao gatecrasher dos anos 90.

(Tá, cybermanos, clubber-favela, cyberkids, crasher kids, como queiram. Clubber-favela é preconceituoso mas define bem, ué. Shoot me).

Pra quem não lembra : jovens, geralmente de classe média-/baixa, em busca de algum tipo de identidade ou aceitação. Que escolhem um grupo/tribo e criam uma versão amplificada, exagerada, exacerbada (e geralmente sem o conteúdo) do mesmo, e acabam por dominar os locais que os objetos da imitação frequentam. Não ligam de ser o knock-off" (versão falsificada) do que eles admiram, contanto que passem a mensagem (qual?).

Achei triste. Primeiro, porque só evidencia o desespero de "pertencer" a algum grupo. Segundo, porque acabam sendo uma caricatura de tudo aquilo em que se baseiam. Terceiro, é patético ver adolescentes usando a grana do papai e da mamãe pra montar o modelón emo e ainda quererem pagar de outsiders. Quarto, o estilo é uma colagem absurda de várias coisas incompatíveis. E é tão "moda" que eles sabem há quanto tempo aderiram a ela. Quinto e último, a música é uma bosta.

August 06, 2006

Este é o fim de semana do Amsterdam Gay Pride, depois de muito quiproquó durante o ano sobre a realização da parada (basicamente a velha questão : quem paga?). Mas pelo visto tudo se acertou, e até o tempo quis colaborar. Sol e céu azul, depois de uma semana inteira com chuva.
Apesar de ter estado no centro ontem pra encontrar a Juli, não vi nada da parada nos canais - nosso roteiro foi completamente oposto ao trajeto dos carros flutuantes. Mas coincidentemente acabamos passando por vários pontos cruciais da vida gay da cidade. Na Reguliersdwarsstraat, a rua arco-íris, os lojistas e donos de bares estavam em plena atividade preparando o lugar para a festa pós-parada mais à noite. Muitos balões cor-de-rosa, comme il faut. E o cabeleireiro da rua lotado, claro.
Depois fomos até o Red Light District conferir a Absolute Danny e algumas outras lojas, até chegar na Warmoestraat, o destino dos aficionados de leather e rubber. Só faltou mesmo a gente passar pelo Homomonument, hahaha.
Akira veio se encontrar com a gente num café perto da Centraal e depois fomos com a Juli até o terminal de passageiros, onde uma fila imensa de gente esperava para poder embarcar num dos dois navios ancorados.

(que graça tem ficar preso num navio gigante dias e dias? Nunca entendi)

Ficamos no café do Muziekgebouw, um lugar maravilhoso pra uma tarde quente. As mesas ficam numa plataforma à beira d'água, o vento sopra, os barcos passam...

Depois fomos fazer compras no mercado chinês e tomar mais umas cervejas no bar do Joaquim. Daí eu decidi que eu sou véia e cansada mesmo, e fomos pra casa comer pizza e tomar Moët. Hahahaha, acordei hoje como se um carro alegórico tivesse passado por cima de mim. Imagina se eu tivesse actually ido seguir a programação do Gay Pride? ;)

August 05, 2006

Fui encontrar a Juli no Terminal de Passageiros do porto daqui. No caminho de volta pro centro, a pé, eu juro que parei de repente na frente de um cartaz anunciando show do Elvis Costello no Heineken Music Hall. E eu juro que comecei a gritar : "Elvis Costello! Aaaaaaaaaaa! Aqui! Aaaaaaa! Quando? Aaaaaaaaaaaa". Eu juro que às vezes eu consigo soar completamente mental.

Cheguei em casa e já vim pro computador comprar os ingressos online, no site da Ticketmaster. Uma facada, mas é Elvis Costello, man! Eu estava tão frustrada de ter perdido o show dele em SP, e no site dele nem uma dica de uma tour européia, até um tempo atrás. Mas agora, se o correio holandês não foder comigo, dia 6 tô lá. E de quebra já descobri a primeira data do CSS aqui na Holanda. 12 de setembro, no De Effenaar, Eindhoven. Ainda espero uma data em A'dam. Vamos derrubar o Melkweg!

August 04, 2006

Hahahahaha, acho bom essas moules ficarem prontas logo. Agora a trilha é "O Amor e o Poder", da Rosana *. E na fila, "Sonho de Ícaro", by Biafra. ** Help.




* piada interna com a muié.

** piada interna com o Iri.

Esvaziando garrafas de Casal García, esperando as moules frites ficarem prontas e ouvindo Joelho de Porco. Hahaha, uma noite típica na maison van der S.

August 03, 2006

Tem um programa na TV daqui chamado "De Smaak Politie", ou algo como "Polícia do Paladar", que faz visitas-surpresa a cozinhas de restaurantes e bares em várias cidades holandeses , avaliando a limpeza das instalações. O que se vê em alguns casos é suficiente pra se perder a vontade de comer fora pra sempre. Mas o pior mesmo são as visitas que são feitas a algumas casas de gente comum - "chiqueiro" é um termo gentil para algumas delas, sério. Affreux.

(que fique claro, alguns estabelecimentos são imaculadamente limpos, e recebem um adesivo do programa na vitrine)

Será que daria certo um programa desses no Brasil?

August 02, 2006

Coincidentemente, esta semana li "Goodbye Tsugumi", da Banana Yoshimoto, que de certa forma também trata da espera da morte iminente. É um livro de 88, 89, sei lá, mas não tinha lido ainda.
A história é simples, onde a narradora, Maria, relata com nostalgia a transição para a vida adulta, marcada por mudanças e sentimentos novos num último verão na praia entre primas. Uma delas é Tsugumi, a personagem-título. Beleza e fragilidade de heroína romântica e linguajar de lavadeira. Combinação interessante, mas o livro não oferece muito mais que isso. E, pra falar a verdade, mais não seria necessário.