February 29, 2008

Jeebus. So much happening lately.

Estreou "Persepolis", finalmente. Mas a versão em inglês ( !! ), o que não é um grande problema - afinal as vozes principais são praticamente as mesmas, a fofa Chiara Mastroianni e sua mãe-na-vida-real, Catherine Deneuve. Com o Iggy Pop de bônus, no less. A perda é a voz da Danielle Darrieux, mas a Gena Rowlands foi uma boa substituição. Deu um certo nó na cabeça ouvir o texto em inglês (com sotaque!), mas passou.

A cultuada graphic novel de Marjane Satrapi virou uma animação à moda antiga, dirigida e adaptada pela própria Marjane e por Vincent Parronaud, e embalada pela trilha maravilhosa de Olivier Bernet. Contrastes que vão além do preto e branco pontuam a história - inocência e guerra, tragédia e humor, poesia e ignorância, oriente e ocidente. Algumas cenas parecem expressionismo alemão, outras evocam lembranças ternas de infância. Certamente Marji cumpriu a promessa que fez ao tio revolucionário e à avó: não esquecer a história de seu país, não esquecer suas origens.

A visão dos fatos pode ser discutível, mas pô, são as memórias de uma garota vivendo um período turbulento. Da falta de liberdade no Irã ao sentimento de alienação na Áustria, sem esquecer da primeira desilusão amorosa e da primeira cassette do Iron Maiden comprada no mercado negro. Não é um manifesto político e nem um tratado sobre o islamismo. São experiências de vida, com uma dosezinha de auto-deboche. O que é sempre bom.

February 28, 2008

De um ano pra cá Amsterdam resolveu acertar o passo com o resto do mundo e vários restaurantes e bares bacanas têm surgido. Decoração bem pensada, cardápios mais modernos e propostas interessantes. Contudo, conceito não põe mesa, e alguns lugares tropeçam exatamente no principal : a qualidade da comida.

Não é o caso do Gartine. No meio do inferno da Kalverstraat, ao lado de uma H&M e entre milhares de shopaholics subindo e descendo a rua com os braços carregados de sacolas, se esconde uma ruazinha quase imperceptível. A ruazinha abriga uma porta discreta, que se abre para um salão minúsculo com oito mesinhas. O ar de conto de fadas é dado pelo lindo lustre antigo que domina o ambiente, iluminando a decoração de madeira escura e tons pastéis.

O serviço é estelar - simpático e eficiente, sem ser apressado. Pegamos a última mesa livre. Prontamente anotam nosso pedido de bebidas, enquanto trazem o cardápio. Para o almoço, são oferecidos sanduíches, saladas e sopas - todos produzidos com ingredientes orgânicos. Os ovos são provenientes de galinhas tratadas humanamente e os pães da Vlaamsche Broodhuys, da qual já falei aqui. A atenção aos detalhes não se limita aos ingredientes - as louças são delicadamente lindas, e as facas são Laguiole.

Pedi um croque monsieur que, apesar de ser mais um misto-quente com mostarda, sem béchamel nem queijo por cima, estava bom. A salada verde que o acompanhava também, temperada e fresca. Fiquei surpresa por ver chai no cardápio - coisa rara em Amsterdam - e Beth pediu um, perfumado e bem preparado.

A frequência, não surpreendentemente, é 95% feminina. Há algo de extremamente mulherzinha em pedir um high tea, servido ds 14h às 17h, com bolinhos enfeitados, tortas sedutoras e sanduichinhos, para acompanhar um papo entre amigas. Os poucos (dois) rapazes presentes pareciam mais enlevados pelas suas parceiras que pelo lugar, mas sim, é também um cantinho romântico para um chazinho a dois.

E com tudo isso - serviço fantástico, ambiente aconchegante e boa comida - ainda assim, tem preços justíssimos. Um espresso custa 1,90 euros, quando em outros cafés da região pode chegar a 2,60. Decididamente, uma pérola.

February 26, 2008



"Sweeney Todd : The Demon Barber of Fleet Street" é puro Tim Burton. Johnny Depp (sempre ótimo), cinematografia sombria e minuciosamente cheia de contrastes e detalhes, personagens românticos, solitários e nada ortodoxos. E desta vez, numa adaptação de um musical do Stephen Sondheim, o que torna tudo um pouco mais surreal. Mas que diretor melhor para vestir uma fábula trágica e macabra em trajes vitorianos e fazê-la parecer estranhamente elegante?

Não é o melhor dele. Mas sente-se que houve uma dedicação e empenho tão grandes na produção, que o resultado é um bom filme. A música e o canto o tornam talvez um tanto cansativo, mas a cena ótima que apresenta Mrs. Lovett, a vendedora das piores tortas de Londres, compensa. A atuação de Depp me deixou intrigada - mas faz sentido, Sweeney Todd é um homem vazio, sustentado apenas pelo desejo de vingança. Sem isso, ele é uma casca.

Teatral, sanguinolento e cômico ao mesmo tempo, só não recomendo mesmo se você odeia musicais. Mas até aí, eu não gosto de nenhum pós-60 e sobrevivi ;)

February 25, 2008

Voltando aos filmes, então.

"Juno" é bonitinho. Uma boa combinação de atores fofos (Ellen Page+Michael Cera), diálogos rápidos cheios de citações pop e uma trilha fofa. E claro, a abordagem à questão da gravidez adolescente, aborto, adoção and all that jazz, mas que novela já não usou isso? Nada de novo, mas eu entendo o hype.

A minha birra com o filme mesmo é querer propositalmente ser indie. Em tudo. É como se fosse alguém que lê, sei lá, a Spin e a NME pra música, a Bust e a Nylon pra moda e só assiste a filmes do Kevin Smith e do Tarantino. Dá pra entender? Indie de boutique : foi lá, pegou o uniforme básico e vestiu. Quando a Juno for adulta, ela vai morar em Williamsburg, certamente.

O personagem do Jason Bateman é um Rob Fleming mais bem sucedido, a Juno uma Enid mais otimista. Obviamente, eles gostam de filmes de terror e gore, discutem se SY é melhor que punk '77, têm um gosto pelo vintage e pelo quirky. Faltou algo? Não, todos os itens de "indieness" ticados. Dez, quinze anos depois do auge.

Claro, a Diablo Cody é da minha geração, e portanto as referências dela fazem sentido pra mim, e certamente pra ela (dizem até que ela escrevia pra Jane, minha revista preferida, apesar de eu não lembrar de nenhum texto dela). Mas colocadas dessa forma ficaram posadas demais. Trying too hard.

Enfim, o sucesso de "Juno" é a evidência de que finalmente o indie chegou ao mainstream e foi assumido. Bom? Ruim? Uma hora tinha de acontecer, heh.

Fim de fevereiro, e a programação de shows já está definida pelos próximos meses. Pra quem planeja estar por aqui, pode anotar :

* De 30 de maio a 1 de junho, rola o Pinkpop Festival, com Foo Fighters, Metallica e RATM como headliners. E mais Editors, Kaiser Chiefs, Justice, Verve (! eles voltaram ou nunca deixaram de existir?), Groove Armada, QOTSA, Cavalera Conspiracy, Kate Nash, The Hives, Roisin Murphy e outros. Claro que não vou, porque praticamente todos tocam em shows próprios aqui ao longo do ano. E tô véia, tô cansada pra festival.

* Dias 1, 2 e 8 de julho no Cultuurpark Westergasfabriek tem Radiohead (esgotado), REM e Mika. Não devo ir em nenhum desses, porque os do ano passado já deram minha cota de show ao ar livre, ha.

* De 11 a 13 de julho tem o North Sea Jazz Festival, em Rotterdam. A programação só vai ser divulgada em maio, mas já há ingressos à venda pra quem quer se jogar às cegas. Ui.

* Em agosto tem o Lowlands. Mas só pra quem gosta de toda a vibe Woodstock de acampar três dias no meio do nada (eu não). O line-up ainda não saiu, mas certamente vai ter algo de que você goste, porque o festival é gigante.

E fora isso, tem BRMC no Paradiso dia 23/6, Feist dia 24/5, Einsturzende Neubauten dia 20/5 no Melkweg, Morcheeba dia 8/5 (Paradiso), Tindersticks dia 1/5 em Utrecht, Nick Cave and the Bad Seeds dia 28/4 no Heineken Music Hall, The Long Blondes dia 23/4 no Melkweg, Breeders dia 21/4, The Trashmen dia 19/4, Devotchka dia 12/4, Bettye Lavette dia 9/4, Portishead dia 7/4, que eu queria muito mas já esgotou, Vive La Fête em março, Tegan&Sara dia 20/3 (oi, Chris), The Cure em Rotterdam, Editors dia 12/3 (oi, Ana), Wir Sind Helden, Autechre, QOTSA no Heineken Music Hall dia 28/2 (oi, Lisa)...

...mas o que eu queria mesmo ver é o Melt Banana dia 11/6 no Paradiso. Perdi os Polysics que tocaram dia 14, mas não tava a fim de sair de casa às onze da noite (tô falando, véia e cansada). Tomara que eles voltem logo, snif.

February 24, 2008

E o ano do Rato já começou com tudo. Será que foi a sopa tradicional de ano-novo que a gente improvisou? Acho que cada povo asiático tem a sua versão, mas basicamente os mesmos ingredientes : bolinhos de massa de arroz (mochi, ttok, nian gao), cebolinha, ovo e outras coisinhas num caldo de carne. Pensei em fazer a receita coreana que minha mãe sempre faz, mas passei o dia do ano-novo chinês todo fora de casa, e desencanei. Resolvemos então simplesmente usar uma sopa pronta de pacote (bom, era chinese chicken noodle, oras) e cozinhar os nian gao dentro dela mesmo. Heh.

E não é que dois dias depois o inesperado aconteceu?

Explico : em maio de 2005, eu e o Akira estávamos dentro do carro na Augusta, lado centro, esperando o Alex Antunes. E de repente nos vimos sendo assaltados por dois caras que queriam o carro. Sem muita escolha, deixamos que o levassem (não sem antes eu tentar negociar poder pegar minha bolsa - quase deixaram, mas mudaram de idéia na última hora). E só quando eles se afastavam, o Akira lembrou do seu baixo de estimação que estava no porta-malas, um Steinberger XP2, dos que não se fabricam mais há tempos. Xi.

O carro foi encontrado uns dias depois, mas obviamente vazio. Foram-se dinheiro, câmera digital, baixo, bolsa.

Passamos alguns dias vasculhando todas as lojas de instrumentos musicais de SP em busca do Steinberger. Como é relativamente raro, seria facilmente identificável. Mas nada. E paciência, voltamos pra Amsterdam sem ele. Passei a checar sites como o eBay regularmente, atrás do próprio ou, em último caso, de um substituto.

E eis que semana passada, no segundo dia do ano do Rato, um amigo do Akira liga pra avisar que encontrou o baixo por acaso, à venda numa loja no centro! Inconfundível, dos captadores até o adesivo "Akira S e as Garotas que Erraram" nas costas do corpo. O dono ficou meio sem jeito quando avisado de que o instrumento tinha sido roubado e concordou em vendê-lo pelo preço que pagou por ele.

(a bem da verdade, acho que nem se precisaria pagar pra recuperá-lo, uma vez que a gente tem um BO com descrição identificável dele - mas o amigo pensou corretamente que, se ele saísse de lá pra voltar com a polícia, o baixo poderia já teria sumido - e preferiu se assegurar de sair de lá com ele)

E assim, quase três anos depois, o Steinberger voltou pra casa, trazido pela Cenir, que convenientemente vinha de visita por estes dias. Por onde esse baixo rodou, ninguém sabe. Mas como sempre, o destino funciona de maneiras misteriosas. A pessoa certa, no lugar certo e na hora certa, fechou um ciclo - que começou por estarmos no lugar errado, na hora errada, naquela vez.

Feliz ano novo!

Ah, antes que eu esqueça: dêem uma olhadinha no site do Urban Totem, o novo projeto de um dos true gentlemen do rock nacional, o querido e simpático André Jung. Passeando entre o experimental e o multicultural - sem deixar de ser pop - é um trabalho mais voltado à exploração de sonoridades e ritmos, valorizados por uma produção cuidadosa. Gostei de algumas, especialmente da faixa "Cristal", que tem participação do também querido Fabio Golfetti, do Violeta de Outono.

February 23, 2008

Ha. Faz um mês que a gente voltou do Brasil. Assisti a uns dez filmes nesse período, e até agora só consegui falar de dois.

"Gone Baby Gone" é prova de que o Ben Affleck é melhor diretor que ator.

(er, ele seria melhor qualquer outra coisa que ator. Mas vocês entenderam. Entenderam?)

Baseada num livro de Dennis Lehane (autor de "Mystic River", que também gerou um filme bastante bom), a história acompanha a investigação de um desaparecimento. A vítima é uma garotinha de quatro anos. A mãe é uma legítima white trash dos subúrbios de Boston. O tio é alcóolatra recuperado. A vizinhança é barra-pesada. O chefe da polícia é um veterano respeitável. O investigador é um justiceiro durão, mas o detetive particular contratado pela família é mais, porque cresceu junto com a marginália local.

Quem pôde realizar um crime tão horrendo? Quem vai resolver o caso? Na tentativa de responder a essas perguntas, personalidades se revelam e questões morais surgem. Quem deve morrer? Quem decide quem deve morrer? O que é certo? Quem diz o que é certo?

Com voltas que conseguem ser inesperadas e personagens bem construídos, sem pretensão e sensacionalismo, o filme é um bom trabalho de direção e de atuação combinados. Surpresa mais que agradável.

February 20, 2008

Então, o caso é que estou com visitas DE NOVO. Isso! Logo agora que tinha conseguido parar de falar sobre passeios na cidade, blablabla. E o pior é que as visitas conseguiram me contaminar (resisti tão bravamente até hoje!) e acabei comprando dois casacos novos - E um rímel novo, de que precisar não preciso, mas sabem como é.

Mas as visitas são fofas, e se eu espremer um pouco mais as coisas no armário, dá pra abrigar minhas novas aquisições.

O que a gente não faz pelos amigos.

February 19, 2008

E daí chegou o Antonio pra passar o fim-de-semana. Como ele e o Paulo se deram bem, foram dias bem agradáveis. Comida, passeios, sol, frio, conversas.

Fomos ao Stedelijk ver a exposição dos 60 anos da Magnum. De imagens icônicas que já estamparam jornais do mundo inteiro a cenas cotidianas de lugares exóticos, é uma grande retrospectiva da história do século XX, retratada por alguns dos grandes fotógrafos do nosso tempo : Robert Capa, Cartier-Bresson, Eve Arnold, Martin Parr, Bruce Davidson e tantos outros. Recomendo ir com bastante tempo para se deixar invadir pela torrente de informações que são as projeções de parte do portfólio da agência. Fica até maio de 2008 - depois não diz que eu não avisei.



No domingo Antonio voltou pra Bruxelas, e na segunda o Paulo pra SP. E será que eu agora consigo colocar o blog em dia e finalmente escrever sobre outras coisas? Stay tuned.

February 18, 2008

*Ah, então, há algum tempo eu recomendei um restaurante chamado Eat Mode, né? Pois não recomendo mais. Mudou o esquema (é serviço à mesa normal, não tem mais pedir no caixa direto), a qualidade da comida caiu de modo geral, os preços subiram. Esqueçam. Vão ao Bird, que continua sendo o melhor da área.

*E por falar em restaurantes - momento propaganda : depois dessa visita ao Brasil, o Quim colocou várias novidades no cardápio do De Portugees. A gente foi provar a Espetada à Madeirense, que é o nosso espeto misto tradicional. Vem com vinagrete e arroz à grega, muito boa. Agora falta conferir o caldinho de feijão, com torresminho e tudo ;)

*Lá na Haarlemmerstraat eu e o Paulo fomos na Vlaamsch Broodhuys, uma padaria bem moderninha que serve sanduíches legais, doces e cafés. Eu só tomei um espresso (bem tirado, aliás), mas alguma hora vou passar por lá pra experimentar a focaccia com presunto de cordeiro, hummus, rúcula e vinaigrette e comprar uns pães. Serviço simpático.

*Mudanças no ar de Amsterdam. Primeiro, vitrines de moda no bairro da luz vermelha. Depois, coffeeshops que aderiram à proibição do fumo. E agora...restaurantes holandeses abrindo para café-da-manhã e almoço!

(incrível, onde essa cidade vai parar?)

É o caso do De Keuken van 1870, que sempre foi conhecido como um lugar bom e barato, mas que só abria às 17h. Progresso! Mas se vc quiser pegar o menu do dia (3 courses por 8,50 - negocião) ainda tem de chegar antes das 20h, porque costuma esgotar.

*Paulo curtiu muitíssimo o cheesecake de tâmaras e nozes do Bazar Amsterdam. Eu adoro a decoração. Akira gosta porque a cerveja é Heineken. Pra quem está na área do Albert Cuyp, vale uma parada.

February 17, 2008

Andamos também pela Haarlemmerstraat e sua continuação, o Haarlemmerdijk, uma rua que certamente não é a mesma de dez anos atrás. Cheia de lojinhas interessantes e pequenos restaurantes e bares, abriga também o cinema mais antigo da cidade em funcionamento, o The Movies. Datado de 1912 e todo em madeira escura, com iluminação amarelada e poltronas aveludadas, exibe principalmente filmes do circuito de arte. Nada mais lógico, portanto, que assistir nele ao novo filme do Peter Greenaway, "Nightwatching".

Com o Martin Freeman (de "The Hitchhiker's Guide to the Galaxy") no papel de Rembrandt, a história alterna uma fictícia conspiração por trás de um dos seus quadros mais conhecidos - que dá nome ao filme - com a vida pessoal do pintor. Altamente alegórico, assim como a pintura, tem a cenografia teatral e a trilha poderosa como os seus melhores pontos. E claro, a cinematografia que reproduz as cores e o jogo de luzes de Rembrandt. Mas isso já é uma assinatura do Greenaway, e "Nightwatching" não chega aos pés de obras como "Z00" e "Drowning by Numbers", até hoje os meus favoritos. Inesperadamente mais centrado em texto que os anteriores, acaba perdendo o ritmo durante a maior parte do tempo. Ou talvez sejam os muitos personagens, que fragmentam demais a narrativa. Mas o caso é que não me arrebatou, nem mental nem visualmente. E sim, isso me frustrou.

Paulo e eu fomos conferir o Red Light Fashion Amsterdam, que tem causado uma certa polêmica. A prefeitura comprou parte das vitrines do Red Light District e as cedeu a alguns estilistas emergentes daqui, para que sejam usadas como showrooms. A idéia, dizem eles, é aos poucos transformar o bairro num pólo de moda, afastar os negócios ligados a sexo e restringir as ações da máfia que domina a área. Evidentemente não faltam críticas ao projeto, porque afinal o fluxo de turistas atraído pelas mulheres movimenta uma grana considerável - e alimenta os comerciantes vizinhos.

E a julgar pela qualidade das roupas apresentadas lá, devo dizer que engrosso o coro das críticas. Deixar aquilo exposto é que é um verdadeiro crime.

(juro, fiquei passada. Um super mau aproveitamento do espaço - conceitos infantilóides e pretensiosos, acabamento ruim, cafonice geral. Moda holandesa, sheesh)

February 16, 2008

Hoje meu pai faria 72 anos.

February 15, 2008



No dia seguinte, fomos ao FOAM ver a grande exposição do Weegee, sobre a qual a Ana já escreveu tão bem no blog dela que nem vou me dar ao trabalho :)


...Mentira, tenho que comentar. O Weegee podia não ser um mestre da técnica ou ter uma visão artística per se, mas tinha o grande talento de enxergar uma grande foto em momentos fugidios, na linha do Cartier-Bresson. Daí o seu grande sucesso como fotojornalista, flagrando cenas e reações da noite de NYC tão ricas que, congeladas, fornecem tantas leituras e elementos de apreciação (composição, enquadramento, tema) quanto uma obra planejada e montada. Em poucas palavras, um fotógrafo de grandes sacadas.

(já os retratos posados, bem...valem como registro, mas definitivamente não são o melhor dele)

February 14, 2008

Humorous Pictures
moar humorous pics

V-day, people.

Daí, na semana do Carnaval recebemos a primeira visita do ano. O Paulo morou aqui intermitentemente há mais de uma década, então lá fomos nós passar a semana "redescobrindo" a cidade.

A primeira parada foi o Atrium, um dos restaurantes universitários da UvA. Pra quem está no centro e quer uma refeição rápida e barata pode ser uma boa, desde que não se faça questão de uma ótima comida. É aberto a não-alunos, e tem uma boa variedade de opções : de itens para montar sanduíches a pratos quentes, bem no esquema cafeteria. As bebidas incluem sucos, ice tea e até vinho. A única dificuldade talvez seja encontrar a entrada, escondida dentro de um dos prédios da universidade (por coincidência, um dos em que tive aula).

De lá saímos andando pela Kalverstraat, uma das ruas comerciais daqui, e ficamos pra cima e pra baixo. Tomamos um espresso no Puccini. Os bombons da loja anexa são tentadores, mas o café em si não tem nada de especial. Achei meio caro (dois espressos e uma fatia de torta saíram dez euros!), e o serviço...bem, típico holandês. Lento e indiferente.

Acho que o Paulo gostou mesmo é do La Place, o restaurante da loja de departamentos V&D. Bem, ele e grande parte dos moradores daqui. E como não? Variedade de cores e cheiros, ambiente movimentado e preços razoáveis, como num mercado de verdade. Os pratos quentes são preparados na hora, por isso não espere comer logo - geralmente há filas nas estações de wok e de grelhados. But hey, it's Amsterdam. Pra que pressa? A cidade é a mesma há 400 anos, uns vinte minutos na fila não são nada.

February 12, 2008

Fui assistir a "Cloverfield" sem ter acompanhado o hype todo dos teasers e virais. Curti mesmo assim (ou talvez justamente por isso).

A história pode ser banal (monstro+catástrofe), mas o formato de "câmera amadora", aliado a um desenvolvimento razoável dos personagens, funcionou muito bem na criação daquela proximidade com a realidade necessária pra se enredar o espectador - e consequentemente, amplificar a tensão e os sustos. Consequentemente, o ritmo é uniforme, sem (muitas) partes desnecessárias. Por isso mesmo, termina quando tem de terminar, sem alongamentos. Eficiente, do jeito que eu gosto.


Comentário SPOILER (não leia se você ainda não viu o filme)! :
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(ahá, ficou curioso. Tá bom, quer ler lê, ué)
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Gostei muitíssimo também de não explicarem o monstro. Aliás, de não explicarem nada. Foi o registro do que aconteceu, e pronto. Nada de backstories sobre infâncias infelizes de cientistas do mal, de experiências secretas que deram errado, de alienígenas misteriosos, bla bla bla. Alívio fugir do clichê, não?

Gaaaah, deixa eu acabar logo com essa da viagem pra SP, que isso foi em janeiro, hoje já é meio de fevereiro e o backlog só cresce. Então, vimos mais um moonte de amigos - em churrascos, em botecos, em festinhas, na rua, na chuva, na fazenda e numa casinha de sapêêêê. Fim.

February 10, 2008

So. Tired. Must. Sleep.

zzzzzzzzzzzz

February 06, 2008

No sábado encontrei a Ana e a Cris A.! Marcamos na nova livraria Cultura do Conjunto Nacional, que eu ainda não conhecia, e acabamos sentando ali no Viena mesmo pra bater papo. O Re estava na rua e foi encontrar a gente lá, e a idéia era sair pra jantar mais tarde com o Akira e o Thomas. Só que, como sempre, mudou tudo e acabamos no CCSP encontrar meio mundo no show da Solano Star. Akira e eu chegamos no finzinho e só ouvimos duas músicas do lado de fora mesmo, e depois encontramos todo mundo.

Hahaha, o camarim ficou meio um rock paulistano redux : Akira S, Mercenárias, Ira!, Nau, Smack et al in da house. Mas o calor e o barulho dos ventiladores (é, não tem ar-condicionado, num camarim abaixo do solo!) acabaram fazendo a gente ir pro boteco da frente do Centro Cultural. De novo, mesa gigantesca e total monopólio do lugar. E teria ido longe, não fosse a chuva inacreditável que começou a cair. Caronas organizadas, debandar!

No dia seguinte, consegui encontrar uma pessoa que é muito, muito querida por mim. O tempo de um almoço foi curto pra colocar os assuntos em dia, por isso encontrei o Celinho mais de uma vez também. Mais especificamente, no dia seguinte. Akira e eu resolvemos ir a pé até a Paulista pra tomar uma cerveja. Por acaso, o Re ligou perguntando onde a gente estava e foi nos encontrar. Depois de várias Bohemia, resolvemos então ir conferir um bar duvidoso atrás do ex-Hilton, e nessas o Celinho também ligou. Acabamos indo pra outro boteco lá perto, e o Celio trouxe também a Rosalia, amiga do Akira há séculos (o mundo é uma ervilha). Ficamos horas bebendo e resolvemos ir comer. A sugestão foi a Casa do Espeto da Pompéia, porque aí a mulher do Re nos encontraria lá. Fomos em dois carros e o que eu estava chegou primeiro. Fui pedir mesa pra seis. Aí me ligam, dizendo que o Quim e a Sri telefonaram e queriam sair com a gente.

Enfim, o que era pra ser uma cervejinha na Paulista a dois acabou virando uma mesa pra oito na Pompéia, por mero acaso e inércia. E vocês acham que isso algum dia ia acontecer na Holanda?

I love SP.

February 05, 2008

Então, onde eu estava mesmo? Ah, sim, voltando do Rio.

Os dias seguintes estão meio misturados na minha cabeça, mas eu sei que encontrei a Kris de novo, de forma bem espontânea ("Então, to no Frei Caneca"). E acabou sendo uma tarde muuuito legal, com trocentas cervejas, cornicciones e linguicinhas. E ainda ganhamos a presença do Marcelo!

De lá fomos pra nova empreitada do nosso querido Renato, a filial do Si Señor! no Itaim. Comida tex-mex da mesma fonte do El Kabong - boa e festiva. Yum. Quesadilla de frango com cheddar, chili vegetariano (com cogumelos!) e um guacamole maravilhoso, verdinho de coentro, que me fez chegar aqui em Amsterdam e tentar reproduzi-lo (tô comendo guacamole e tortilla chips há dois dias, eba!).

Num outro dia, fomos encontrar o Thomas (que coincidentemente também estava em SP - fazia quase 20 anos que ele e o Akira não se encontravam no Brasil) no Drake's, o bar do Centro Brasileiro Britânico. O serviço é caótico e inexperiente, e os preços altos - mas a carta extensa de cervejas e o deck maravilhoso até compensam, numa noite mais quente (vá das seis às oito, quando há bebidas com desconto de happy hour). Experimentei a golden ale da casa, not bad.

E claro, fechamos a noite na padaria 24h da Cardeal com a Fradique. Que golden ale o quê. E eu e o Akira ainda fomos jantar no Takô, velho e bom.