March 30, 2008

Ok, essa ganhou o prêmio de coisa mais assustadora do ano - o que pode ser mais perigoso que a ignorância plena e voluntária? E pior, ESPALHAR essa ignorância? :-O

Esse vídeo é uma matéria da TV americana sobre os cristãos que rejeitam a ciência e as teorias evolucionistas porque elas contrariam o que está na Bíblia. Portanto, pra eles a Terra foi criada por Jesus (!) e existe só há 6 mil anos, e fósseis e outras evidências de vida anteriores a esse período devem ser ignoradas. Pouco importa se a Bíblia não consegue explicar a maioria dos fatos - a resposta é sempre a mesma. Pra eles, o evolucionismo também se baseia apenas em fé, e portanto é apenas outra religião (wtf???).

Tudo bem, é uma visão. Mas é uma visão baseada em suposições, imprecisões e histórias vagas. Um livro apenas é considerado a verdade absoluta sobre o universo e a vida, a Bíblia. E depois os islâmicos é que são os fundamentalistas...

*sigh*



Dica do precious Marcello Bosschar.

March 29, 2008

Estou aproveitando pra ver todos os filmes que um dia pensei em ver nos últimos anos, mas não consegui, por um ou outro motivo.

"Pieces of April" é low-budget e capaz de levar às lágrimas. No começo achei a April irritante, como todos os personagens da Katie Holmes, mas há algo de extremamente terno no ato de se descabelar e fazer o possível para preparar um jantar decente de thanksgiving para sua família que te acha um erro da natureza. Não há quem não se identifique com a tentativa de acertar em alguma coisa, mesmo sabendo que não vai servir para nada. E sim, você se vê torcendo para que April consiga um forno para assar o peru a tempo, e que a família apareça e aprecie o trabalho que ela teve, mesmo não sabendo cozinhar um ovo. Ou uma batata.

"Knocked Up" foi indicação da Lisa. E faz tempo que eu não via um filme identificar com tanta clareza as dificuldades de um relacionamento causadas pelo simples fato de que homens e mulheres são criaturas diferentes. Oh, yes, podem vir do mesmo lugar, mas como são diferentes. E olhem, tirando as liberdades criativas básicas e nada realistas, o resto é certeiro.
Tudo bem, é uma comédia romântica para a geração "Superbad". Mas tem o Paul Rudd, e mais uma série de coadjuvantes que roubam a cena (Kristen Wiig, hellooooo! "This is Hollywood. We don't like liars"), como o inacreditável Dr. Ken. Tem como não gostar?

Pra quem mora em SP (ou na Itália), provavelmente este post vai ser a coisa mais desnecessária do mundo. Mas aqui, onde encontrar uma boa margherita é tarefa para o Indiana Jones, uma receita incrível de massa de pizza é uma preciosidade. E eu achei.

Adaptada desta receita do 101Cookbooks, converti as medidas para unidades de kg e não deixei repousando um dia todo na geladeira. Deixei crescer até dobrar de volume uma vez, amassei de novo e deixei crescer mais uma vez. Dividi a massa em dois pedaços e estiquei (com as mãos, sem rolo) em duas fôrmas de pizza, deixando repousar mais uns 20 minutos antes de cobrir com o molho.

Fica ótima : leve e cresce linda, fazendo aquela borda deliciosa. Se você gosta de pizza tipo pan, como as da Pizza Hut, é só cobrir o fundo de uma fôrma mais funda com bastante azeite de oliva antes de colocar a massa. Fica crocante por baixo e fofa em cima. Eu prefiro a tradicional, então só unto de leve a bandeja e salpico farinha de trigo ou de milho.

Massa de pizza é sempre a mesma coisa - mas esta é bem legal na proporção de sal-farinha-água-óleo. Acabei usando menos do que a receita pede - fui amassando e incorporando o líquido até a massa ficar lisa e elástica, em vez de jogar tudo de uma vez.

574g de farinha de trigo
3 g de fermento de pão instantâneo (aqui, é meio envelope)
12g de sal

1/4 de xícara de azeite de oliva
1 e 3/4 de xícara de água fria (usei menos).

Misturar os ingredientes secos e depois ir adicionando os líquidos, sovando bem. Cobrir a bola de massa com um pouco de azeite, cobrir e deixar descansar por umas duas horas, num lugar quentinho. Socar a massa de novo, enrolar numa bola novamente e descansar de novo.

O molho foi normal - refogar alho e cebola picados em azeite, sem deixar dourar, acrescentar uma lata de tomates pelados e o líquido, sal, açúcar e orégano. Cozinhar até engrossar um pouco e reservar.

Coberturas : champignons (um vidro de cogumelos em conserva picadinhos, sal, alho e salsinha picados. Juntei também uns cogumelos frescos fatiados e refogados com alho, tomilho e vinho branco), escarola com bacon, margherita e portuguesa.

Da próxima vez, vou tentar deixar a massa descansar 24h na geladeira como diz a receita, mas ficou ótima mesmo sem fazer isso.

March 28, 2008

Posso dizer também que não falei nada ainda de "No Country for Old Men" porque...é ótimo, mas só isso?
É um filho digno da linhagem dos irmãos Coen, muitíssimo bom. A história se resume a uma linha, porque ela só serve basicamente para interligar os personagens, que são a verdadeira força motriz do filme. E TODOS os atores fazem um trabalho espetacular.

Mas é só. Não vai mudar a vida de ninguém. Ninguém vai conseguir tirar mensagens profundas, análises longas, sequências inesquecíveis. Porque não tem.

March 27, 2008

Posso falar? São Paulo é foda. Bourdain é foda. Portanto, o "No Reservations" em São Paulo foi um dos episódios mais foda de todos.

E, cara, ele comeu só coisas foda. Foi até no espetinho da Dona Regina. Respect.



(parte final do programa, as outras estão lá no YouTube, se virem)

Posso falar? Cansada de gente. Quero dizer, de certos comportamentos. Mas é melhor eu ficar quieta que passa a birra, amizade também é superar certas coisas - ninguém é perfeito.


*roll eyes*

Posso falar? Encontrei manteiga de leite de cabra hoje. Passada numa fatia de pão de grãos tostadinha e com fleur de sel salpicada em cima, é de desacreditar.

Ok, falei.

March 25, 2008

Tá uma coisa absurda essa neve. Volta e meia você olha pela janela e tem flocos voando loucamente, batendo na janela, estilo nevasca mesmo. Eu adoro frio, mas ficar levando pedrinhas de gelo na cara enquanto ando não é exatamente minha idéia de diversão. Vontade ZERO de sair de casa, óbvio.

O que não é problema algum - uma garrafa de syrah, um curry japonês no fogo, vários filmes descendo no torrent, edredon e maridón...g'night!

Então, tem post novo no Stats Quê. Surpreendentemente, TODOS os acessos hoje foram em busca de "hermafrodita" e variantes. Tá acontecendo algo de que eu não estou sabendo?




Imagina, quase esqueci de divulgar por aqui : pra quem estiver no Rio, está rolando o Festival Evidente, organizado pela midsummer madness. E quem toca hoje? O Smack e o Shellac!

Oportunidade raríssima de ver uma das grandes bandas do underground paulistano da década de 80 - Pamps, Edgard Scandurra e Sandra Coutinho, com participação especial do Dado Villa-Lobos. Tudo gente boa e grandes músicos, e lançando trabalho novo ;-)


Smack no CCSP


Do Shellac? Nem precisa falar, né? Steve Albini.

25/março 2008 - terça feira
Shellac (eua) (www.touchandgorecords.com)
Smack (www.myspace.com/bandasmack)
local: Teatro Odisséia (av mem de sá, 66 - lapa / RJ)
ingressos: R$40 / R$30 com flyer até 23h / R$20 (lista amiga)

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LISTA AMIGA DIA 25 DE MARÇO
Para pagar apenas R$20 no show do dia 25 de março, envie um email para evidente@mmrecords.com.br (link à direita, no topo da página) com seu nome ou sobrenome.
Se preferir, coloque seu nome e sobrenome na comunidade Chegados do mmrecords no Orkut .

- Não aceitaremos nomes incompletos
- A lista vale até terça, dia 25 de março, meio-dia
- Leve documento de identificação para entrar no show
- Sem meia entrada, censura 18 anos.
- Esta lista só vale para o dia 25 de março. Não haverá lista amiga aberta ao público para o dia 28 de março.

(tirado do site da mmrecords)

March 24, 2008

Eu sempre tive sobrancelhas ralinhas, mas nunca liguei muito pro fato. Dava uma ajeitadinha com a pinça e só. Já tinha tentado lápis de sobrancelha, mas óbvio que ficou ridículo e muito pesado. E olha que eu não sou n00b em aplicar make-up (aaaaaanos de experiência, hahahahaha).

Mas aí descobri o eyebrow powder, e um mundo novo se abriu : como é que eu nunca tinha usado isso? :-O É incrível, preenche de uma forma MUITO sutil. O efeito é perceptível, mas o pó não. E o que eu comprei custa uma ninharia, vem com duas tonalidades de marrom e dois pincéis. Agora fico cobiçando outros mais avançados, como este aqui :




E pronto, o momento propaganda-mulherzinha acabou. Meninos, podem abrir os olhos.

March 23, 2008

E daí que agora eu ouço recomendações, a chique Simone L. me indicou o "Eat, Pray, Love" da Elizabeth Gilbert. Na verdade, é uma espécie um híbrido de chick-lit com auto-ajuda, mas garanto que a leitura é ótima. A visão de espiritualidade da autora é bem compatível com a minha, e eu adoro um relato de viagem, claro.

Já foi lançado no Brasil, mas pra quem quer ter uma idéia : uma escritora americana passa por um divórcio horrível, e resolve tirar um ano pra viajar e se encontrar, pessoal e espiritualmente. Entre comilanças hedonistas na Itália, um retiro espiritual na Índia e um período de aprendizado com um curandeiro na Indonésia, ela conta o trajeto de reestabelecer o contato consigo própria, com um certo humor auto-depreciativo. Bacaninha, e já dei de presente pra outra amiga, cuja história é bem parecida.

March 22, 2008




Curiosamente, "I'm Not There" tem várias semelhanças com "Takeshis'" : a estrutura fractal não-linear, as liberdades surreais, o personagem real que se torna ficcional.

É ousado e ambicioso, e não poderia ser mais adequado para retratar a figura em que se inspira. Seis atores, seis lados de Bob Dylan, seis vozes. Sete, se contarmos a narração. Oito, nove, dez e tantas mais se contarmos ainda Charlotte Gainsbourg, Eddie Vedder, Stepehen Malkmus e outros que entraram na trilha sonora. Algumas são mais audíveis que outras - como as performances incríveis do Christian Bale e da Cate Blanchett. Como o menino Marcus Carl Franklin, que é de outro mundo. Outras são dissonantes, como o episódio do Richard Gere, cuja presença eu demorei pra entender. E tem aquelas notas de fundo, como o Heath Ledger - que, I know, eu sinto ter morrido tão jovem, mas nunca foi um grande ator, e neste filme não é exceção. A parte do Ben Whishaw é o solo, a voz que canta o tema - irônica, insolente e nem aí.

Já aviso que sim, é preciso conhecer a vida do Dylan pra se "pegar" o filme. Mas para os fãs, há cenas impagáveis, como a que expressa exatamente o que foi a transição do folk para o rock : um tiro na cara daquele público que consegue ser pentelho até hoje com essa história - "toca Blowin' in the Wind!". Adoro.

March 21, 2008

Como em todo mês de março desde que vim pra cá, começou a nevar. Bizarro. Primavera, oi?

March 20, 2008



(uf, será que algum dia eu acabo de falar sobre filmes?)

Achei "Takeshis'" um filme curioso. Bizarro. Enigmático. Tem momentos brilhantes e outros totalmente wtf?!, mas obviamente intencionais. Pra quem tem familiaridade com a obra do Kitano, vai ser divertido pelas auto-referências disparadas o tempo todo. Pra quem não, vai achar tudo mucho loco.

(e é só o que dá pra falar sem spoilar, heh)

March 19, 2008

* Mattia resolveu aparecer de surpresa em Amsterdam durante o fim-de-semana e me ligou. Fui encontrá-lo no De Jaren pra bater um papinho e tomar um vinho. Bom jeito de passar uma tarde chuvosa.

* Vocês sabiam que em Amstelveen tem uma mercearia russa? Pois é, tem. E é curiosíssima - produtos esparsos em prateleiras quase vazias, enlatados suspeitos, envelopes de tempero coreano (!), um freezer cheio de pelmenis e varenikis (yum!), balinhas russas e revistas femininas sobre o balcão e uma caixa loira que não fala um "a" em holandês.

* Isso porque Amstelveen é tipo São Caetano do Sul - meio longe do centro, mas com uma população classe média-alta e muuito tranquilo. Tivemos que ir lá buscar um negócio e aproveitamos pra passar na mercearia coreana (Toko Kaya, Karel Doormanweg 6, pra quem quiser saber), que é do lado da russa. As duas são numa ruazinha que só tem esses dois comércios, uma rotisserie e um açougue. Numa boa, eu ia morrer de tédio se morasse lá.

* Pra quem procura produtos japoneses em Amsterdam, geralmente consegue encontrar bastante coisa nos mercados chineses do centro - o Dun Yong é o mais legal. Mas se for necessário algum ingrediente mais específico, tem a ">Meidi-Ya, que é de uma rede japonesa, e a Shilla, com uma variedade maravilhosa de produtos coreanos e japoneses. São caros, mas valem a ida.

* Tivemos visita esta semana. Amigo da minha irmã e, descobrimos depois, do Hector e do Thiago também. Ô mundo minúsculo.

* Ainda não encontrei a escova de dentes. Ainda bem que eu tinha outra - mas eu não me conformo : eu a usei, e depois ela some? Como? Eu saí andando com ela pela casa e deixei em outro lugar? Not very likely (nunca fiz isso, sempre guardo no armário do banheiro logo em seguida), mas procurei mesmo assim. NADA. Brr.

* Se foi a fadinha das escovas de dente mesmo, ela me deve uma moedinha. De dois euros, hahahaha.

March 18, 2008

Minha escova de dentes nova sumiu. Sério. Ontem abri a embalagem, escovei os dentes e...não sei mais onde ela está. Quando o Akira me perguntou onde eu meti a minha escova de dentes, olhei até na lata de lixo, pensando ter jogado a coitada fora sem querer junto com a velha. Nada. Procurei pela casa toda. Pra onde vão as escovas de dentes?

Fomos jantar no Thalassa, um restaurante grego relativamente novo ali na área do Zeedijk, perto da Estação Central. Boa surpresa: ambiente bem cuidado, atendimento atencioso e ótima comida. Nas entradas, a salada grega é boa, assim como os mariscos na concha, os camarões com feta, uns bolinhos de abobrinha fantásticos e as spanakopitas razoáveis. Em seguida, um cordeiro ensopado gostoso, uma mussaká leve (e com cheiro de pastel de nata, por causa da canela), porco e cordeiro grelhados com couscous, e filé de atum com molho de alguma coisa que não lembro. Devo dizer que gostei mais das entradas, mas de modo geral é tudo bem executado. De repente é uma boa idéia pedir várias delas ao invés de um prato principal.

Quer quebrar pratos? Dá uma passadinha lá às quintas, quando rola música típica também.

É óbvio que ninguém vai assistir a "27 Dresses" esperando uma obra de arte. Mas é um chick flick muito digno, divertido e com um elenco ótimo. Adoro a Judy Greer, e ter o James Marsden (de quem eu gosto cada vez mais) e o Edward Burns não é nada mau para a vista. A minha surpresa mesmo foi a Katherine Heigl. Nunca tinha visto nada com ela, e é fofa. Linda e fofa.

E o filme me lembrou de uma coisa que todo mundo sabe, mas às vezes esquece: só paixão não sustenta relação - pra se viver feliz com uma pessoa, tem de ser divertido. Pelo menos pra mim. Achar graça em fazer coisas bobas junto, poder dar risada, ficar confortável na presença do outro por saber que você é amado pelo que é. Pode parecer o sumo do óbvio, mas o que eu vejo de casais onde uma das partes está tão preocupada em agradar ao outro, fazer com que tudo seja perfeito, seguir regras e criar e cumprir expectativas que esquece de CURTIR o relacionamento...

E sim, é legal saber dizer não. Just for the record.

March 17, 2008

E descobri que não comentei "Sicko" aqui. Isso porque assisti no ano passado (!). Mas tá em tempo, porque acho que estreou no Brasil estes dias.

É o melhor filme do Michael Moore, certamente. Se os outros o maior trunfo foi da edição, neste aqui ele arrasa o sistema de saúde norte-americano com entrevistas relevantes e questões bem embasadas. E de brinde, aquelas situações embaraçosas que só ele tem coragem de criar. A platéia delira.

É triste que os EUA sejam um dos vários países do mundo com uma visão bizarra de saúde pública, mas é mais triste ainda o povo não se ligar disso. É meio como aqui na Holanda - os nativos acham tudo ótimo, porque não têm idéia de como seja em outras partes do planeta...

March 15, 2008

Passar o dia preparando festa-surpresa pro cara e ele dar o cano. Tentar negar pateticamente os sinais da idade. Reconhecer que ser responsável por alguém implica em não poder viver tudo que se quer. Ter de dizer que não é mais virgem. Sentir-se compreendida pelas amigas. Sentir-se incompreendida pelo mundo. Precisar encarar a rival, pra ver o que ela tem a mais que você. Ficar irritada com cantadas, mas se sentir envaidecida do mesmo jeito. Aceitar que sofrer é necessário. Acreditar quando ele diz que vai largar a esposa pra ficar com você. Saber como sair de situações complicadas apenas com um olhar. Ser levada ao céu ou ao inferno por um corte de cabelo. Esperar aquele telefonema que não vem.

Quem é que não sabe o que é pelo menos UMA das situações daí de cima? Em São Paulo ou Beirute, em Tóquio ou Paris, somos todas essa massa divina de complexidades e complexos. "Caramel", da maravilhosa Nadine Labaki, é feminino, humano e faz a gente sair do cinema se sentindo linda e orgulhosa por ser mulher - com todas as nossas vulnerabilidades e forças.

March 13, 2008

E nem o correio holandês conseguiu pisar na bola desta vez, e chegou na minha casa um sopro de fofura direto do Brasil:



Kris, you're the best. Amo você mais do que pipoca ^__^.


(and I looooooove me some popcorn!)

March 12, 2008



"The Notorious Bettie Page" nunca chegou aos cinemas aqui, mas era algo que eu queria muito ver. Primeiro, porque é dirigido pela Mary Harron, que só por "American Psycho" e "I Shot Andy Warhol" eu já agradeceria por ela ter nascido, e roteirizado por ela e pela Guinevere Turner, que é a dom-writer do cinema gay feminino. Segundo, porque é sobre a Bettie Page, ponto.

A cinematografia retrô é perfeita, tanto em B&W como em cores. E a Gretchen Mol é uma ótima Page, com o mesma beleza alegre e magnética, sexy e inocente ao mesmo tempo. A história é bem abreviada, dando ênfase à carreira como fetish model e aspirante a atriz antes de tudo, mas não deixa de ser um belo tributo àquela que foi "The Pin-Up Queen of the Universe" um dia, e até hoje é referência de feminilidade e estilo. Fofa.

March 10, 2008

Comprei um quilo de batatas Roseval, uma variedade francesa que parece ser bem popular por aqui. Como elas são do tipo waxy, o melhor jeito de prepará-las é cozinhando no vapor ou na água e fazer uma salada.

E que salada! Como as Roseval têm uma textura macia (e não farinhenta) e firme, com gosto pronunciado, quase doce, ficaram bem com mostarda e bacon. Achei tão boa que vou colocar aqui.

Cozinhei as batatas em água com sal (com casca e cortadas em pedaços médios), escorri e deixei esfriar. Cozinhei no vapor uns dois punhados de vagens, mantendo o ponto al dente. Numa outra frigideira, fritei bacon picadinho e escorri, guardando a gordura.
Na gordura do bacon, salteei as batatas e as vagens, temperando com sal e pimenta. Quando as batatas ficare douradinhas, desligar o fogo e deixar esfriar um pouco. Juntei folhas de espinafre, uma cebola roxa em fatias fininhas e uns cubinhos de tomate. Fiz um molho com uma colher de mostarda à l'ancienne, suco de limão, azeite, sal e uma pontinha de colher de aioli ou maionese. Aí é só misturar tudo.

(fiz pra acompanhar um franguinho assado, mas deve ficar ótima com um filé malpassado ou churrasco - e, claro, se vc não tiver esse tipo de batata, é só usar qualquer outro)

March 09, 2008

E por falar em garotos-prodígio com violões :



(faaaala sério, "remember to let her into your heart, hm! hm!" Uuuuuuuuuuh!)

Pelo que vi, tem uma série de vídeos desse menininho no YouTube, e teve até um especial na TV coreana sobre ele. Maníaco por Beatles desde a mais tenra idade...

(via Favoritos)

March 07, 2008

Não esperava gostar tanto de "August Rush" . A parte do Jonathan Rhys Meyers e a Felici...ops, Keri Russell, é banal e romântica. It's ok. É a atuação do lindinho Freddie Highmore no papel-título que faz o filme ser especial.

(desde "Finding Neverland" eu acho esse menino a coisa mais fofa do mundo, além de bom ator)

Evan vive em um orfanato desde que nasceu. Mesmo assim, tem esperanças de encontrar seus pais (adivinha quem) através da música. Fugindo para a cidade, conhece um bando de garotos que tocam e passam o chapéu em lugares públicos, e se junta a eles. Evan então descobre como expressar a música que tem dentro de si e vira August Rush, um fenômeno. E o resto é spoiler.

A parte inesquecível mesmo é a musical - fiquei emocionada com o garoto extremamente à vontade no tapping, e tocando com tanto prazer e habilidade. O som é de chorar.



Ainda tem uma parte em que ele toca com o Rhys Meyers, também de suspirar. Mas aí, por outros motivos :) O filme também tem o Robin Williams no elenco, mas sinceramente, ele não acrescenta muito. Pena.

Putz, por incrível que pareça ainda falta falar sobre alguns filmes do mês passado. Até já saíram de cartaz, imagino.

(oh não, lá vai ela de novo - groan, groan, groan)

"The Mist" é uma adaptação de um livro do Stephen King. E como tal, fornece umas boas duas horinhas de entretenimento : basicamente, tentáculos e insetos gigantes surgem de uma neblina misteriosa que cobre uma cidadezinha do interior. Um grupo de pessoas fica preso no supermercado local, e o medo começa a dominar.

O diretor, Frank Darabont, é velho conhecido - dirigiu "The Green Mile" e "The Shawshank Redemption", ambos também obras de King. Os efeitos são bem bons, e se a atuação do elenco não é uniforme, pelo menos é decente. E boa. As mortes são horrendas e o clima de tensão é perene. Mas o principal mesmo é mostrar que, mais do que monstros sanguinários, o ser humano é o mais terrível de todas as pragas a assolar a Terra.

(e não é?)

Percebi que outro tema fundamental é a fé, em várias formas : a fé cega, a fé filial, a fé no próximo e finalmente, a perda da fé. Que leva ao abismo. Foi certamente a questão mais interessante e principal do filme, e me fez pensar durante todo o caminho de volta pra casa. Mas é o que todo mundo já sabe : sem confiança, seguir vivendo é difícil.

March 06, 2008

Pra dar um tempo nas resenhas de filmes medíocres (ou resenhas medíocres de filmes, as you like it - or don't), vamos mudar de área completamente : livros!

(eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee, vibra a galera)


Compramos no Brasil a biografia do Tim Maia escrita pelo Nelson Motta. Com uma vida e personalidade tão únicas como assunto, não tinha como não ser bom. Encrenqueiro, cafajeste, mimado, auto-destrutivo - mas também generoso, criativo, inteligente e dono de uma voz e musicalidade incríveis, Tim não se tornou um dos ícones da música brasileira por nada.

Todo mundo conhece pelo menos um caso ou anedota envolvendo Tim e calotes, Tim e polícia, Tim e shows, Tim e drogas. E todo mundo conhece pelo menos um sucesso dele, se não mais. O livro É uma grande anedota sobre Tim Maia, e um bom jeito de entender de onde vieram hits arrasa-quarteirão como "Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar)" e canções melancólicas como "Azul da Cor do Mar". Definitivamente, o título "Vale Tudo : O Som e a Fúria de Tim Maia" diz tudo.

March 05, 2008

Putz. "Jumper" ser ruim me surpreendeu, mas não muito. Tinha fé no Doug Liman, mas já sabia que a presença (ou falta de, no caso) do Hayden Christensen podia ser um tiro no pé - como foi. Por sorte, tinha o Jamie Bell pra contrabalançar.

Mas o caso é que nem o melhor ator do mundo poderia salvar essa joça de filme. A premissa é ótima - algumas pessoas teriam o poder de se transportar voluntariamente para qualquer lugar que desejassem. E, de fato, é o que o personagem principal faz. Pula de NY para Londres, de lá pro Cairo, dá uma passadinha em Fiji...enfim, vidão. De repente, surge uma organização misteriosa, os paladinos, que tem como objetivo matar todos os jumpers do mundo (sim, existem outros). E por sua vez, um dos jumpers tem como missão matar os tais paladinos. Só que NINGUÉM explica de onde vem essa organização, como funciona o teletransporte, como os paladinos desenvolveram as armas deles, como os jumpers se acham, etc, etc, etc. E a única motivação que os paladinos apresentam para a "matança" é que o dom dos jumpers pertence a Deus somente.

o_Ô

Ok, next.

March 04, 2008



Oh well. Se a gente ignorar os fatos romanceados, o Henrique VIII fraco e insípido do Eric Bana, as falas modernas demais da Natalie Portman e o epílogo explicativo-for-dummies, "The Other Boleyn Girl" é um filme até envolvente. Baseado no romance homônimo de Philippa Gregory, parecia tão promissor, por teoricamente colocar em foco a irmã obscura de Anne Boleyn, Mary! Mas acho que a figura daquela que se tornou uma das esposas de Henry VIII e rainha da Inglaterra é tão forte que domina a história, e a pobre Mary acaba virando pano de fundo para os arroubos de ganância (!) da rainha-sem-cabeça (uia, spoiler! hahahahaha) e as indecisões do rei.

De qualquer jeito, Natalie Portman e Scarlett Johansson aparecem lindas em seus vestidos opulentos e belezas tão opostas. E a Kristin Scott Thomas tenta dar um pouco de dignidade à família Boleyn, pelo visto lotada de homens ambiciosos e sem caráter. Se isso é suficiente pra segurar um filme cheio de pontas soltas, então vá ver.

March 02, 2008

"Tropa de Elite" dispensa apresentações, resenhas, análises e posts, certo? Já chegou arrebentando no ano passado, vazado antes do lançamento, propagado no boca-a-boca e no bate-boca, tachado de fascista, de fenômeno viral, de ultra-violento. É o filme que todo mundo conhece, mesmo sem ter visto.

Mas TEM de ser visto. É um dos melhores filmes de 2007, e certamente um dos melhores filmes brasileiros das últimas décadas. O desempenho do elenco é irrepreensível (algo raro no cinema nacional), assim como o texto, a montagem, a tensão perene e sim - a história. É difícil não ficar pasmo com a ousadia de colocar a corrupção e o caos em cores tão nítidas (e que todos nós sabemos reais), e quase impossível não entender o porquê do Capitão Nascimento e o BOPE terem sido elevados ao status de (anti-)heróis modernos. Como diz o próprio Capitão, "só rico com consciência social não entende". Ideologias à parte, é muitíssimo bem-feito.

(o único problema técnico que eu apontaria é, como em toda produção nacional, o áudio. Mas não tem jeito, o som direto não tem como se igualar ao da narrativa em off, gravada em estúdio)

Mas como não falar de ideologias, com esse filme? Como não perceber o quanto a classe média/alta só se importa com o caos e a criminalidade quando ela é atingida? Como não se assustar com uma sociedade que cresceu acostumada à corrupção e choraminga ser injustiçada? Enfim.

Passei o filme todo com o coração prestes a pular pela boca. And I loved the ride.