February 26, 2009

Huu, é tão legal quando algo de que a gente participa se materializa. Ainda fico toda elétrica e corro pra ver.

Acabou de sair a edição de março da Time Out Amsterdam!O tema é "The Cheap Issue", cheia de dicas pra se gastar pouco na cidade. E não deixem de ler a listagem de filmes especiais e mostras, que eles foram doidos o bastante pra deixar na mão da estagiária mais velha da história, hehehe ;)

Pra quem mora aqui, eu super recomendo assinar a revista. Por 23,95 euros, você recebe 12 números por ano - sendo que o preço de capa é 2,95.
(e a TimeOut Amsterdam é a única do grupo que tem listagem e resenha de...coffeeshops. E uma seção chamada "Vice". Evidentemente)

February 24, 2009


Então, "Milk" é o melhor filme produzido em 2008, hein? Ou um dos melhores, vai.

Tive vontade de dar um beijo na bochecha do Sean Penn, do Van Sant e de todo mundo que participou, hahaha. De gratidão pura por um trabalho tão foda, e tão relevante.

E Harvey Milk merece ser conhecido pelo mundo todo. Se ele vivesse nesta nossa época, imagino que miséria ele não faria na cabeça dos conservadores/fanáticos religiosos/bigots em geral, com a ajuda da internet. Toda aquela energia e garra inspiraria gente muito além do Castro, muito além da Califórnia, muito além dos Estados Unidos. Enfim. A gente lamenta, mas não desiste.

(e tenho que concordar com ele na questão da visibilidade. Há que se falar alto pra ser ouvido, às vezes)



...ok, eu não vou resistir. Apesar de tudo, tenho que criticar UMA coisinha. Pra que aquela cena ao telefone, antes do atentado? Sappy, emo e apelação. Não precisava.

February 23, 2009

Eu procuro evitar séries. Uma, porque eu tendo a ser obsessiva - e naaaaada pior pra alguém como eu ter à disposição muitos e muitos episódios de alguma coisa, porque sempre quero ver TUDO, de cabo a rabo. E não consigo fazer outra coisa enquanto não acabar (tanto é que só parei de ver o "Chi's Sweet Home" quando o YouTube travou no 76º). Outra, porque eu raramente assisto à TV, o que torna meio difícil acompanhar coisas que já estejam passando. E daí baixar tudo que já perdi me dá preguiça, a não ser que eu seja completamente fisgada pela série e ela já tenha terminado. Por isso que eu nem começo a assistir. A última dessas atuais que comecei a ver no Brasil e depois desandei foi "The L Word", que, entre o último capítulo visto e a possibilidade de baixar facilmente o resto, se passou tempo demais, e aí perdi o pique. Frustração.


Mas aí surgiu esse "United States of Tara", e não resisti, vi os 4 primeiros episódios. Criado pela Diablo Cody, com a Toni Colette e o bonitón do John Corbett? Posso até esquecer que é produzido pelo Spielblergh, he. E tenho de dizer que achei divertida. Os comentários no imdb esculacham dizendo que não é um retrato correto do que é ter DID (personalidades múltiplas), blablabla, mas alô, não é Discovery Channel.

Tem uns trechos pra assistir no site oficial, e o motivo de eu ter gostado é justamente ser levemente absurda. Claro que não falta aquela pitadinha de I'm-so-hip, com uma personagem de uns 13 anos vestida em vintage dos pés à cabeça, incluindo os óculos gatinho (pra não falar em Alice, uma das personalidades de Tara, que é uma dona-de-casa dos anos 50, e usa vestidos rodados e batom vermelho). Não é engraçado de rolar de rir, mas tem bons personagens e atores legais. Vamos ver quanto tempo eu consigo seguir...

February 21, 2009

Compramos um peixe pro jantar, e o moço da banca deve ter percebido como eu estava cobiçando os sacos de ovas expostos sobre o gelo, porque depois de limpar, nos entregou o pacote dizendo que era uma "peixa" com ovas, e ele as deixou dentro dela. Yay!

Em casa, primeiro verifiquei se as ovas de northern pike são comestíveis. Apesar de um ou outro dizerem que podem ser levemente tóxicas, não achei evidências que me convencessem disso, e arregacei as mangas pra curá-las segundo esta receita de ikura (ovas de salmão). Realmente, a parte mais chata é remover a membrana das ovas, mas fica bem mais fácil depois de deixar os sacos mergulhados em água quente por uns 10 minutos. Tirar o excesso de água, misturar uma colherzinha de sal e deixar na geladeira por meia hora. Depois, mais um pouco de sal, mais meia hora no frio. Daí, colocar numa peneira até escorrer toda a água. E pronto! Caviar de pobre numa quantidade pra um exército, yum. Tô louca pra fazer uns sushis de ovas, ou simplesmente comer com arroz japonês fresquinho. Ficaram maiores que tobiko (ovas de peixe voador) e menores que ikura, de cor dourada. Adoro a textura das bolinhas, que fazem ploc!

(e se forem tóxicas mesmo, tchau gente! Foi bom conhecer vocês)

February 20, 2009

Sempre adorei o grande Carlos Reichenbach, desde muito antes de ter estudado na ECA. "Anjos do Arrabalde" e "Filme Demência" foram dois dos filmes que me abriram os olhos para as possibilidades do cinema brasileiro. Nos anos 90, Carlão era sinônimo de filme bom, apesar de curiosamente não ter muitos filmes lançados nessa década. Ganhou o respeito geral com "Alma Corsária", acredito.

Com "Falsa Loura", ele retoma a mulher operária de "Garotas do ABC". Assisti ontem, e fora algumas viagens de roteiro e falhas de elenco, achei muito bom. Não conhecia a Rosane Mulholland, que achei linda e talentosa. As participações femininas em geral foram ótimas (Suzana Alves, que surpresa!) - atuação natural, e na maior parte do tempo, livres dos vícios que assolam grande parte dos atores brasileiros. Já as masculinas...*suspiro*. Não se salvou um. Talvez o mais experiente João Bourbonnais (que na minha época era galã, omg), mas mesmo ele estava retraído. Mas o personagem era assim, sem muito espaço, então entendo.

As partes musicais, hã, foram desnecessárias. Tá, eu entendi o propósito, de fazer o contraponto do sonho com a aridez da vida real, bla bla bla, mas francamente - a qualidade das canções era tão ruim, e os intérpretes (Cauã Reymond, wtf - e Mauricio Mattar) tão péssimos, que só me deu vontade de dar fast forward. Não dei, mas me peguei prestando atenção em outras coisas nessas horas.

A história, na verdade, poderia ter sido um pouco mais "concentrada". Personagens secundários interessantes sumiram no meio, e o arco principal se diluiu em seqüências looongas de praias idílicas e as malditas músicas, deixando pouco tempo pra um final mais impactante. Mas adorei os detalhes, do velho que xinga o homem de muletas no ônibus à hiper-paulistanidade do ônibus "Jd.Almanara", e a cinematografia sintética, sem ser seca. Enfim, Reichenbach continua um excelente retratista do universo feminino - constrói figuras reais e com as quais é sempre possível se identificar. E ele realmente deveria pensar em deixar os personagens masculinos pra lá...

February 19, 2009

E como uma coisa leva a outra, acabei lembrando de um dos meus discos favoritos desde sempre. Ok, era da minha mãe, mas tomei posse dele bem cedo, que me lembre. Preciso urgentemente digitalizar o vinil, porque não consegui encontrar online - só algumas das músicas separadamente. E eu gosto de tudo, da capa às canções. Claro que vivia cantando "Blame It On The Bossa Nova" antes mesmo de saber o que era bossa nova. E sabia quem era Eydie Gorme, mas não conhecia os Beatles. Criança estranha, mas tudo culpa dos meus pais, juro.



February 18, 2009


E procurando pela abertura de "Georgy Girl" no YouTube, acabei achando outra pérola : as Lennon Sisters cantando o tema, em 67. Love the cute accent on "Geor-gy".

(elas ainda existem, cantam, mas ficaram velhas e chatas. Fique com elas nos anos 50 e 60 na lembrança, que é melhor. E não, nem vá ao site atual delas, porque você vai se arrepender)

Lembrei hoje que nunca cheguei a falar de "Georgy Girl". Eu sempre adorei a canção dos Seekers, mas o filme é ainda mais especial. Porque é uma delícia, ácido e doce ao mesmo tempo, como boa parte dos bons filmes britânicos dos anos 60.

E Georgy é a mãe de todas as Bridget Jones da vida : de personalidade forte mas insegura; fora dos padrões de beleza, o que às vezes a incomoda, em outras ela não está nem aí; passa por situações vexaminosas, mas é amada porque tem muito bom coração. É aquela pessoa que anda no seu próprio ritmo, e procura algo que não sabe o que é. Ainda. A Lynn Redgrave é adorável, e faz a gente torcer muito, muito para que Georgy tome jeito. Amo.

February 17, 2009

Tenho gostado de passear pela cidade de novo. Por algum motivo, entrar em contato com gente nova me faz conseguir olhar as coisas de sempre com outra visão, porque começo a imaginar que tal pessoa gostaria de conhecer a rua X, outra adoraria a loja Y, e por aí vai. E nisso, São Paulo em janeiro foi a abundância total. Só gente linda, inteligente, criativa, com algo a dizer. E isso porque nem cheguei ao Rio, hehe.

Pode ser também que outros motivos também estejam conspirando pra que eu procure mais pontos interessantes em Amsterdam, ou pelo menos pra que eu volte a prestar atenção neles. Whatever it is, que continue. Tô curtindo.

February 16, 2009

Ok, primeiro eu fico falando de Barbies, e agora coloco aqui um anime fofinho sobre uma gatinha que se perde da família. Mas é muuuuuuuito bonitinho, aaaaaawwwwwwgh! Meu cérebro derreteu.



(tem o resto no YouTube, tou oficialmente retardada. Aaaaaaaaaaaa)

February 15, 2009

OMG, morri. Um desfile com Barbies humanas! Amei as roupas da segunda parte. A primeira é bem 50's, e tem uma terceira, mas achei sem graça.

Minha primeira Barbie foi uma Ballerina de 1976, comprada nos Estados Unidos em 1977. Até achei uma fotinho neste flickr que vende bonecas vintage. Era igualzinha, e calçava um par de sapatilhas de ponta que eu achava a coisa mais delicada do mundo.

(update : achei uma foto melhor ainda aqui! E aqui, na caixa)

Coitada, foi mordida, amarrada e pendurada de cabeça pra baixo, carregada pra lá e pra cá e protagonista das histórias mais absurdas. Mas também teve as roupinhas mais bacanas que existiam entre os anos 70 e 80 - a maioria roubadas da Susi, porque a Barbie no Brasil só foi lançada em 82, pelo que vi. Foi uma relação de amor e ódio, hehe. Imagino que esteja em algum canto da casa da minha mãe. Da próxima vez, vou resgatá-la e trazer pra casa, porque a velhinha merece um lugar digno :)





via CajonDeSastre.

February 14, 2009

Uh, esqueci de falar sobre "JCVD". Como alguém que sempre evitou filmes de pancadaria (bicho, tentei. Não dá, morro de tédio), tenho certeza de que perdi algumas piadinhas internas e referências. Mas e daí? O que importa é que Jean-Claude Van Damme fazendo troça de si próprio é inesperado e imperdível, mesmo que seja o único filme dele que você veja na vida. Bom roteiro, humor estranho e - sim! - boas atuações. Não é uma produção facilmente classificável : ficção com personagem real, mas que na verdade é um personagem? Quase-biografia-ficcionalizada? Being John Malkovitch? Sei lá, mas é uma boa surpresa.

February 13, 2009

Só agora li "Out", da Natsuo Kirino. Tenho de dizer que a mulher sabe escrever, hein? O quarteto principal de personagens é super bem construído (dentro da fôrma de bolo que é o romance criminal), e a trama se desenrola bem. E gosto de personagens femininas fortes, como a Masako.

February 12, 2009

Finalmente assisti a "Gomorra". Devia ter visto no Brasil, aliás - aqueles dialetos escalafobéticos + legendas em holandês fizeram barbaridades no meu cérebro, que teoricamente sabe italiano. Heh.

Mondo cane. Cru, naturalista, brutal, curti pacas. A câmera bafejando no pescoço ameaçadoramente, o clima de "quem vai ser o próximo?", a falta geral de escrúpulos e, o que me marcou mais, a alegria completamente inocente de Ciro, o garoto magrinho que é só braços e pernas.

O excesso de personagens e histórias é, ao mesmo tempo, problema e virtude. Arrasta o ritmo e confunde, mas ao mesmo tempo gostei tanto de cada fio narrativo ter sido escarafunchado devidamente (na medida do possível) que senti muito quando o filme terminou. São pessoas, é believable, é sujo, é possível. E de arrepiar.

February 11, 2009

Dicas consumistas :

Não lembro se já falei da Better World Books aqui ou se foi uma recomendação em particular pra alguém, mas nunca é demais repetir. É como ter a De Slegte ou a Strand em casa...e ainda por uma boa causa. E com frete a 3,97 dólares, difícil resistir.

E pra instrumentos musicais, equipamentos e miscelâneas relacionadas aqui na Europa, ainda não encontrei loja online melhor que a alemã Thomann. Atendimento incrível, preços bons e entrega rápida (e barata). Mas repito - dentro da Europa. O melhor lugar pra comprar essas coisas é nos Estados Unidos, não tem jeito.

Nesse ritmo, não saio mais de casa...

February 10, 2009



Lembrei de como eu adorava esse disco. E isso gerou um post no Goma sobre um dos meus filmes favoritos EVER. Quer saber qual é? Vai .

February 09, 2009

Fiquei uma semana considerando se ia ou não ver as Vivian Girls tocarem no Paradiso, ontem. No final a preguiça foi mais forte que meu amor por all-girl bands :-\



Aí depois eu fico vendo os vídeos de shows e me arrependo. Oh, well. Velhice é isso aí. Quem sabe elas voltam?



O Saj, na Vila Madalena, foi uma surpresa agradável. Recém-inaugurado, ambiente bonito e agradável, serviço atencioso, bons preços e com pedigree. Precisa de alguns ajustes na cozinha, mas nada que não possa ser remediado rapidamente. Como estávamos em cinco pessoas, conseguimos pedir uma quantidade de pratos boa para se avaliar o cardápio num espectro amplo. Como entrada, uma combinação de pastas (hummus, babaganoush e coalhada seca) com dois tipos de pães : árabe e o Saj, pão-folha com zátar (quase um roti, um círculo grande de massa fina e dobrado em quatro). Bem corretos, e os pães feitos na hora, muito bons. O quibe cru também estava bom, embora precisasse de um pouco mais de hortelã. O falafel foi um pouco estranho : bem crocante e em porção de cinco sobre uma salada verde, mas senti falta dos temperos tradicionais. Gosto de falafel quase verde : o do Saj é grão-de-bico puro, parece. Bom, mas não exatamente tradicional, talvez.
Os charutos vegetarianos, feitos com couve, e as linguiças árabes foram pedidos mais por não serem comuns em outros restaurantes libaneses. Não se destacaram muito, porém. O melhor prato de todos, na minha opinião, foi o Arroz Califa : úmido, saboroso, bem temperado. E pra quem tiver saudade do Chocolamour do Bambi, é um dos destaques entre as sobremesas. Me senti com cinco anos de idade de novo.

Se eu voltaria? Lógico, o mundo precisa de mais comida libanesa sempre.

O Chi Fu era outro lugar a que eu devia uma visita. Agora em novas instalações, onde até dá pra se levar a mãe, porções imensas de pratos primariamente cantoneses podem ser divididas em lazy susans (aquela parte giratória em mesas redondas - tem nome em português?), servidas com rapidez e uma certa brusquidão. Pedimos bifum à singapore, camarões do tamanho do meu punho fechado, arroz frito com linguiça chinesa, lulas com aspargos, sopa de milho e ovos e costelinha braseada. Comemos em seis e a conta não chegou aos 190 reais, com bebidas. De sobremesa, melancia e egg tarts, a versão chinesa dos pastéis de nata portugueses. Nada memorável, mas delícia do mesmo jeito. E, pelo amor de deus, se você for lá, não peça yakissoba e frango xadrez. A culinária chinesa é tão rica e variada, merece ser explorada.

February 08, 2009


Slumdog Millionaire = Danny Boyle continua gênio.

Foda.

E trouxe comigo um exemplar do "Laertevisão : Coisas Que Não Esqueci", presente da minha irmã. Meio memória, meio scrapbook daquele que é, sem dúvida, o autor de quadrinhos mais genial do Brasil, o livro traz pequenas crônicas visuais relacionadas à infância diante da TV que qualquer adulto brasileiro pós-60 é capaz de resgatar das próprias lembranças, sem precisar cavar muito. Nostálgico e engraçado, para se folhear sempre.

February 07, 2009

No vôo da volta, nem dormi direito pra poder ver filmes. Um deles foi Tokyo Sonata, um drama cheio de sentimentos abafados e criados pela rigidez da sociedade japonesa, com momentos de um certo humor. Para não-orientais, talvez seja um pouco difícil atinar de início com o fato do protagonista simplesmente não conseguir comunicar o desemprego à família, mas certamente vão entender que, à medida que o tempo passa, fica mais difícil dizer a verdade.



Vi também o curioso Boys Before Flowers : Final, baseado num mangá hiper popular, que já gerou animes e outros filmes, com versões coreanas e japonesas. Divertido e cheio de ação, mas um pouco sem graça para quem não tem familiaridade com os personagens.



O melhor filme da noite foi mesmo o fofo Nick and Norah's Infinite Playlist, rom-com indie por natureza (Michael Cera? Letreiros desenhados à mão? Playlist no título? Alguma dúvida?) e com um elenco charmosíssimo. Quase um After Hours juvenil, acompanha um grupo que roda por NY atrás de um show secreto da banda favorita do Nick e da Norah do título, que não se conhecem até então, mas são claramente o par perfeito. Entre decepções amorosas, exes com falta de simancol e figuras bizarras da noite novaiorquina, só Band of Horses, We Are Scientists e Devendra Banhart (que tem um rápido cameo). Adorei e quero ver de novo. No Brasil, está previsto pra estrear logo. Aqui, só deus sabe.

Mais um da coleção extensa da minha irmãzita, li "Morte", a incrível edição da Conrad que junta Morte - O Alto Preço da Vida, Morte - O Momento da Vida e A Morte Fala Sobre a Vida, as histórias que têm como protagonista a carismática personagem criada por Neil Gaiman na série Sandman.
Não tem outro jeito de descrever : foda.

O Gaiman é, fácil, um dos meus grandes ídolos. O cara é genial, criativo, escreve bem, tem humor e inteligência. Associado a ilustrações foda de gente como o Dave McKean, fica perto do perfeito. Contando o fato da Morte ser uma das personagens mais simpáticas já criadas pra uma graphic novel, ter tudo isso num pacote só, com formatação bem cuidada e impressão caprichada, é uma jogada de mestre. Pra guardar com carinho.

February 06, 2009

Eu sempre fui fãzaça do Kevin Smith. Pra mim, ele era a voz da minha geração, obcecado por cultura pop, romances falidos e humor doente. Diálogos inteiros antológicos. Criou filmes marcantes como "Clerks" e "Dogma". Lançou o Jason Lee ao mundo, e só por isso ele já teria cumprido sua missão na Terra. "Chasing Amy" sempre foi um dos meus favoritos, apesar da voz irritante da Joey Lauren Adams. "Jersey Girl" certamente foi um equívoco, um caso isolado em meio a uma obra sólida e consistente...

...mas não. Depois de ver "Zack and Miri Make a Porno", saí tão estraçalhada que não consegui acreditar que aquilo tivesse saído da mesma cabeça que criou Jay e Silent Bob. Premissa interessante, mas desenvolvimento absolutamente preguiçoso. Nem UMA frase digna de citação, nem UM personagem bem construído, nem UM toque de humor decente. Bobo e raso, clichê e tedioso.

A presença do Seth Rogen é obviamente uma tentativa de surfar na onda "Superbad", mas nem ele salva essa bomba. Tudo que ele fez foi me deixar confusa no começo, achando que estava vendo um Apatow ruim (o que não existe, btw). Daí entrou a costumeira participação horrenda da mulher do Kevin Smith, e lembrei que filme eu tinha vindo assistir.
Colocar a Traci Lords também foi uma jogada esperta - ícone pr0n e pop, perfeito. Mas ela está tão envelhecida (e é tão má atriz) que acabou sendo patético, coitada. Elizabeth Banks, a Miri, é bonita, de um jeito completamente errado. Parece uma Parker Posey mais nova e white trash.

E tudo isso falhando, minha única esperança era o Jason Mewes. Pancada, junkie mas gato, tenho um crush inexplicável nele. E, putz, fail também. O cara perdeu os dentes, e os implantes/dentadura que ele está usando deixaram a dicção incompreensível. E perdeu a vivacidade, parece envelhecido e cansado. Nem aquela bunda incrível conseguiu me animar.

A visão de sexo é infantil, a de relacionamentos é adolescente. Teria sido engraçado se a idéia de um spoof pr0n de Star Wars tivesse ido pra frente, mas ela surge e some. E pra quê? Só pra gastar meia hora bolando nomes engraçadinhos de filme usando referências nerd?

Querido Kevin Smith, acho que vai demorar pra eu conseguir ver um filme seu de novo. Ou você está ficando retardado, ou eu é que fiquei velha, mas obviamente não estamos mais falando a mesma língua.

Maldita a hora em que o Silent Bob resolveu falar.

February 05, 2009

photo ©Steve Jennings

Shit. Shit. Shit. Shit. Shit.

RIP, Lux Interior.

E meu sonho de ver um show deles, puf. Eu realmente devia ter ido pra Londres vê-los, em 2006. Merde! Merde! Merde!

February 04, 2009

E ganhei da Cris A. o ótimo livro do Liniers, que é bem conhecido dos brasileiros e argentinos, mas para os habitantes do outro hemisfério só acessível pela web, por enquanto. Quem quiser um tantinho de humor surreal e poético todo dia, pode assinar o AutoLiniers, que é como conheci as tirinhas, há um tempo. Ou então dar uma olhada aqui, tem tudo.

February 02, 2009

E mal aí se acabei esculachando o "Menina Infinito" de certa forma. Mas entendam, depois de ler qualquer "10Pãezinhos", dos geniais Gabriel Bá e Fábio Moon, fica difícil continuar aceitando aquela velha fraqueza do quadrinho nacional, o roteiro. No caso dos gêmeos, tudo é bom : desenho e texto. E nem venham me dizer "ah, mas eles são dois" - individualmente, cada um também é foda. Li o "Crítica", de 2004, e quero todos os outros.

February 01, 2009

Anita me emprestou vários livros que eu queria ler. Eu estava especialmente curiosa com "Menina Infinito", do Fabio Lyra.

A primeira impressão é de familiaridade : Francine de "Strangers in Paradise"? Não, mais jovem e moderninha. Enid, de "Ghost World"? Não, mais bobinha e menos ácida. Universo Hornby? Blogs? Teenage Fanclub? Evidentemente, o autor tem mais ou menos a nossa idade. E não é difícil reconhecer os personagens : não são ninguém em especial, mas todo mundo conhece alguém igual. Mal da nossa geração, de vomitar referências pop pra poder ser parte de um grupo que cresce e se reproduz, o sub-indie.

Por isso mesmo, achei bacana. O traço é irregular, e as histórias um pouco clichê. A grande falha mesmo é o texto, artificial e forçado. Mas faltava uma visão brazuca de um grupo que consome tanto, mas é pouco retratado oficialmente. Contudo, fiquei na dúvida se a intenção era satírica ou ingênua mesmo. Pode ser lido dos dois jeitos, acredito - depende de que lado da corda você se encontra.


Outro empréstimo valioso foi "Lucky", de Gabrielle Bell. Publicado pela Drawn and Quarterly, editora que respeito muitíssimo, é mais um diário em forma de desenho, onde o que importa não é o que acontece (não muito), mas as relações interpessoais absurdas da vida moderna (e a dificuldade de se achar um lugar para morar em NY). Bom, urbano e cheio de subtextos. Acabei curtindo paca.