September 01, 2011

(achei um post semi-escrito perdido de algum tempo atrás, e vou publicar assim mesmo)

Hahaha, daqui a pouco vai fazer um ano que fui ao Japão e ainda não consegui nem escrever sobre a viagem. Mas está sendo um ano atípico (se é que existe algo como um ano típico), com fatos inesperados e reviravoltas. Então vai ser assim mesmo.

Tenho visto alguns filmes que preciso listar, pelo menos. A grande maioria a que assisti este ano (e o ano passado também) é medíocre, alguns ruins mesmo. Preciso dizer que "The Green Hornet" é o filme mais ridículo do ano, e não tive vontade de terminar de ver "Made in Dagenham".

Em compensação, "Les Femmes du 6ème Étage" é uma delícia. Além de ter o meu amado Fabrice Luchini, é divertido, um pouco social e comovente. De sair feliz do cinema.

Assistir a "The Tree of Life", do Terrence Malick, então, foi uma experiência memorável. Totalmente não-ortodoxo, é um filme que deve ser percebido, e não assistido. Não há uma história em si, mas um fluxo de fragmentos de memórias, emoções, sensações. Como um sonho, ou como quando a gente se pega tentando lembrar de determinados momentos da vida. O que me impressionou mesmo foi alguém ter conseguido reproduzir isso em imagens.

"Tous Les Soleils" também é uma graça de filme. Stefano Accorsi, benzadeus.
"X-men : First Class" é bem bom.
"Source Code" não é lá muito original, mas é do filho do HOMEM, e eu gostei.
"Trust" é ok, o que foi uma surpresa.
"Insidious" é ridículo. Começa bem, e de repente desce ladeira abaixo na outra direção. Desastre.
"Unknown" é médio, mas se passa em Berlim.
"Limitless" nem lembro mais, mas tem o Bradley Cooper. Nuff said.

Aaaagh. E eu achei que fosse ter um certo tempo depois de voltar de viagem, o suficiente pra postar as coisas atrasadas, ler os feeds, arrumar o armário, essas coisas. Nada, passei as últimas duas semanas trabalhando, resolvendo pepinos variados, e a minha mala ainda tá lá, intacta, como veio de SP.

Mas tranquilo, não posso reclamar de absolutamente nada.

Fui ao cinema umas vezes, mas sinto que foi mais pela vontade de comer pipoca do que pelo filme em si. "Super 8" eu sabia que não ia achar nada, "Final Destination 5" foi divertido. Adorei "L'Arnacoeur", porque o Romain Duris continua sujinho, mas com a idade ele ficou bem interessante (mentira, o filme é uma delícia por si só), e "Pulsar" é ruim, mas tem uma ideia interessante. Não duvido que pinte uma versão Hollywood alguma hora.

Vi o Capitão América e o último Harry Potter em SP. Assim como "Melancholia", que concorre seriamente a engodo do ano. E olha que eu gosto do Von Trier. Mas não dá, me pareceu um desespero tremendo de tentar criar um filme hermético-simbólico-filosófico, mas foi um clichê atrás do outro. Fora a Kirsten Dunst, que ainda só tem duas expressões. Poor Charlotte.

Uma das boas surpresas em SP foi ver o "Malditos Cartunistas" na Matilha Cultural. Documentário básico e bem feito, reunindo quase todos os artistas relevantes de hoje e levantando questões bacanas (como a falta de mulheres brasileiras na profissão). Quem não viu, corre atrás que é essencial.

Por sorte, peguei uma apresentação do Corpo. Desde que vim pra cá, não consegui mais assistir a nenhum espetáculo deles - porque eles vão pra França, mas não pra Holanda, e as temporadas brasileiras são sempre em agosto. Enfim, fiquei empolgadíssima pra ver a coreografia nova, "Sem Mim".
A primeira parte foi uma peça já conhecida, "Corpo", com trilha do Arnaldo. Excelente, como tudo que o Corpo tem de melhor - criatividade, técnica, ousadia.
Depois, veio a "Sem Mim". Eu devo dizer que, em quase 15 anos acompanhando o grupo, foi a primeira vez que tive dificuldade de manter os olhos abertos. Que tédio. Era um outro grupo, praticamente. Coreografia sem inspiração, trilha desconjuntada. O conceito era incrível (as cantigas de amigo do século XIII), e os figurinos sensacionais, como sempre. Mas foi só. Nada, nenhum momento de arrebatamento, beleza. Enfim, foi FUÉN.

Saí muito pouco desta vez, por causa de uma gripe pesada. Fiquei de cama, sem voz por uma semana. A vantagem é que, perto da família e dos amigos, mesmo ficar doente não é tão ruim assim. There's no place like home.