Aliás, os coreanos e seus descendentes poderiam ficar mais espertinhos como os vizinhos. A Copa pode ser um começo. Afinal, temos o Pizzicato Five, Shonen Knife, Cornelius e Cibo Matto do lado do Japão. Na literatura contemporânea, o grande Haruki Murakami e a gracinha da Banana Yoshimoto. O Beat Takeshi defende o cinema em grande estilo, já que o mestre Kurosawa se foi. Na moda, o cabeludo esquisito mas brilhante Kenzo e a chiquéerrima Rei Kawakubo.
Pô. A Coréia ainda está na pré-história do ponto de vista da "participação cultural global". E eu juro, se eu afirmo isso é porque eu procurei. E tudo que achei foram tentativas mal-sucedidas de reproduzir modernismos ocidentais com dez anos de atraso. A música se resume a boy and girl bands, ou cantoras patricinhas. A única música pop coreana de que eu já gostei foi "True Love", de uma dupla chamada Turbo (!), justamente porque era tão trash que era legal. Literatura feita por Korean-Americans, já li um monte. Extremamente fracos, não merecem nem menção. Cinema, talvez comece a engatar agora, com esse prêmio em Cannes. Mas pelos filmes que já vi, não sei não. E moda, só se for no Bom Retiro, de onde a coreanada sai pra Paris e Milão todo ano, fotografa tudo e faz a versão "made in ZePa". Acho que quando pararem de querer imitar o mundo ocidental e assumirem as raízes isso melhora. Espero.
June 20, 2002
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