January 31, 2009

"Revolutionary Road" é um bom trabalho de atuação (até mesmo do Leonardo DiCaprio, que eu não suporto normalmente), tem bons figurinos e fotografia, e se o tema do pesadelo-e-desilusão-da-classe-média-suburbana-norte-americana não é novo, pelo menos os personagens têm alguma substância, aquela certa carne nos ossos que o overrated "American Beauty" não possui. É mais real, mais focado, mais seco, muito melhor. Por mais que Winslet e DiCaprio não sejam um par muito equilibrado na tela, a decepção, frustração e tristeza entre eles é bem palpável, sem muitas palavras. A partir do momento em que se percebe que não há conserto para aquele relacionamento em pedaços (e fica claro), me vi torcendo pra que os dois morressem logo ou tomassem qualquer providência e acabassem com aquela angústia (e me livrassem dela também). Porque QUALQUER coisa seria melhor que ver dois seres humanos se acabando numa existência medíocre por vontade própria.

Pessoas em crise no relacionamento, não assistam.


...pensando bem, assistam sim. Às vezes, enxergar o óbvio é a alavanca pra se resolver uma situação.

(e paranóicos de plantão, não estou me referindo a ninguém em especial. Não se matem, por favor)

No final, é um filme bom. Não filmaaaaço, mas bom. Achei algumas partes desnecessárias e clichê (oooh, o "louco" é o único que enxerga a realidade. Uau), mas acho que não mudaria nada. And that's saying a lot.

January 30, 2009

Aproveitei pra assistir em SP ao documentário "Titãs : A Vida Até Parece Uma Festa". Surpreendentemente bom, revelador e bem montado, é uma espécie de "Please Kill Me" da banda, praticamente só com imagens da câmera de Branco Mello e algumas de arquivo. Nada de narração, apenas uma leve linha do tempo, vários momentos hilários e alguns de piada interna. Claro, como a produção executiva é dos integrantes, não espere cenas bombásticas - mas nem precisa. O grande mérito do filme, pra mim, foi não ter apelado pra pieguice nem nas horas mais sensíveis, como a da morte do Marcelo Frommer. Para os fãs, uma bela retrospectiva; para os não-fãs, um auto-retrato sem exageros de uma das bandas mais representativas do BRock.

Eu AMAVA os Titãs. Meu coração até deu um pulo quando vi imagens de um dos shows que vi no Projeto SP, na turnê do "Cabeça Dinossauro" em 86. Eu tinha quinze anos e foi um dos momentos inesquecíveis da minha vida. Infelizmente, os álbuns depois de "O Blesq Blom" foram uma seqüência de erros e más escolhas, e desisti de acompanhar, preferindo manter a imagem qeu eu tinha deles na mente de quando eu era adolescente.

(na verdade, a coisa degringolou depois que o Arnaldo saiu - e isso fica claro no filme, ao menos pra mim)

E pra ver como os gostos mudam com o tempo : eu tinha um imenso crush no Branco, e achava o Paulo feioso. Hoje, as coisas se inverteram, hahaha. Mas meu imenso respeito pelo mestre AA continua ;)

January 29, 2009

Cheguei. Vou lá dormir por uns três dias seguidos e já volto.

Atchim!

January 26, 2009

"From the Abyss", Tara McPherson

Sábado à tarde na região da Benedito Calixto. Muita, muita gente na rua, dificuldade de estacionar. Mas foi por uma boa causa : a aguardada exposição da Tara McPherson na galeria Choque Cultural. Gata, talentosa e autora de figuras femininas sem coração, ela faz arte pra menininhas (e não digo isso no sentido pejorativo). Você já deve ter visto alguma de suas ilustrações lindíssimas em pôsteres de show, capas de revista e livros ou mesmo na internet.

A exposição em si é pequena, tem poucas mas bem-selecionadas obras. As minhas favoritas foram essa daí de cima e a ultra pop "Laughing Through the Chaos of It All", aqui embaixo.


A galeria mostra mais três artistas norte-americanos, Jim Houser, Doze Green e Adam Wallacavage, com trabalhos bem interessantes e distintos entre si. Aliás, tem grana sobrando? Invista em uma peça de qualquer um deles, que eu acho que ainda podem valer bastante daqui a uns anos. Você também pode comprar umas prints sensacionais por uns 150 reais de outros artistas. Ai, se eu tivesse mais paredes e mais molduras.

January 25, 2009

É aniversário de São Paulo, e fui acordada por algum maldito show no centro da cidade, cujo som está tão bom que chega aqui. Então, desde as oito e tanto da manhã estive tentando dormir de novo e ignorar os hits do Roupa Nova e Guns 'n Roses que invadem minhas janelas. Desisti.

Sono? Pra quê, né?

January 24, 2009

Tanto eu como meu amigo Jef tínhamos planejado ir à Bahia este mês, mas furou. Então resolvemos compensar a frustração com um almoço no Rota do Acarajé, em Santa Cecília. Lugar simples, com cardápio bem elaborado, bons sucos, pratos fartos, água de coco na fruta e preços super amigáveis. O único senão é um pouco de baianidade DEMAIS no atendimento : não vá com pressa, ou com outro compromisso engatilhado em seguida - você VAI se atrasar.

Mas a simpatia até compensa a lentidão. E a comida é boa e autêntica. Pedimos acarajé no prato, que veio fresquinho, com o vatapá, caruru e camarões em volta. E bobó de camarão, num molho bem espesso e com os camarões cozidos levemente. Já comi melhores, mas a relação custo-benefício é boa, e não tenho do que reclamar.

January 23, 2009

Cansada paca. Não durmo as minhas oito horas necessárias por noite desde que cheguei, há 3 semanas, zzzz. Mas não tô reclamando não.

January 22, 2009

Finalmente fui conhecer o ótimo Rong He. Noodles feitos na hora, dim sum, potstickers preparados comme il faut e um atendimento incrivelmente simpático, além de ser escandalosamente barato. Vá preparado pra dividir. O único defeito que encontrei foi o caldo do macarrão com frutos do mar, que poderia ser mais saboroso, mas quero voltar para pedir as orelhas de porco cozidas e os shumai de camarão alguma hora, yum.

January 19, 2009

E eu nunca tinha ido ao Museu do Ipiranga (não consigo chamar de Museu Paulista), olha só. Nos jardins sim, pra ver não lembro o que há muitos anos, mas ao museu mesmo foi a primeira vez agora.

Logo de cara, vê-se que rola um certo descuido. Manchas de umidade em partes da fachada, falta de sinalização decente, catracas anciãs. Mesmo assim, estava movimentado. O acervo é interessante, especialmente as fotos do Militão Augusto de Azevedo - registro preciosíssimo da cidade durante mais de vinte anos no século XIX. Imperdível.

Gostei muito da parte de objetos e recortes de jornal, e dos globos de vidro representando os rios.

O resto é mais ou menos, e as salas são apertadas, o que dificulta a circulação. Mas em geral foi uma visita bacana, e boa pra entender um pouco o passado de São Paulo.

January 18, 2009

Estou aproveitando pra ler umas coisas que ou passaram batido por mim ou não foram publicadas na Holanda . Comecei por "O Espinafre de Yukiko", de Frédéric Boilet, francês que se dedica ao que ele chama de nouvelle manga. E é bem isso : como o cinema da nouvelle vague, é reflexivo, introspectivo, e trata da transitoriedade do amor e das relações humanas em imagens que vão do rabisco rápido ao desenho detalhadamente realista, baseado em fotos.


Li também "Fraise et Chocolat", da namorada de Boilet, Aurélia Aurita (que é um nom de plume, na verdade). Gostei mais do trabalho dela, por ser mais cru e escancarado. Confessional, feminino e sexual, mas num traço bem simples e juvenil. Achei intrigante, sem falar na certa identificação que rolou.



Mas até agora, o melhor foi o excelente "Fun Home", da americana Alison Bechdel. Cheio de referências literárias e observações inteligentes, disseca e exorciza uma relação pai-filha complicada e ambígua, cheia de segredos e frustrações. Realmente excelente e cativante.

E a farra continua, ainda tenho uma prateleira cheia aqui na minha frente. Yay!

January 17, 2009

Esta temporada em SP tem sido bem mais tranquila. Com mais tempo, a gente não precisa correr tanto pra encontrar as pessoas queridas, e pode se dar ao luxo de não fazer nada também.
Mesmo assim, na primeira semana tratamos a cidade como a qualquer outra para a qual viajamos. Andamos, e muito. Do Itaim, começando ali onde a Brigadeiro Luiz Antonio cruza a Joaquim Floriano, até a rua Aspicuelta na Vila Madalena. A pé, sob o sol, parando aqui e ali. Entramos no shopping Iguatemi - fazia alguns anos que eu não punha os pés lá - e fiquei besta de ver como aquilo cresceu. E mais besta ainda de ver que algumas lojas estão lá desde que eu era criança (o que faz bastante tempo, pensem). Ainda gosto mais da parte antiga, aquelas lojas dos andares de cima me dão dor de cabeça.

Também cruzamos a Paulista, em ambas as direções, e andamos pelo centro. Demos um pulo no recomendado e charmoso Bar da Dona Onça, no Copan. Não comi lá porque já tinha almoçado, mas o cardápio é bem tentador. Ficamos nas cervejas, já que eles têm uma boa variedade : Devassa, Heineken, Colorado, Theresópolis, etc. E eles têm cinzeiros com estampa de onça, claro que adorei.

Passamos hoje nas Galerias da 24 de maio, dar um oi pro Calanca e olhar as lojas. Eu ainda me divirto lá, é verdade. Fiquei feliz de ver um SESC em frente, o que, aliado à Galeria Olido, me faz ter esperanças de um reavivamento cultural do centro. O Bar Brahma me assustou, está pavorosamente cafona e descaracterizado. Em compensação, o velho e bom Salada Record, ao lado, continua deliciosamente igual e despretensioso. Assim como a Casa da Mortadela, ainda um dos meus lugares favoritos pra um sanduba de calabresa com vinagrete. Ô, com que saudades que eu estava dessas coisas.

January 16, 2009

E se tem algo que vai me deixar com saudades, são os picolés Fruttare. De acerola e de maracujá, vocês têm idéia do que é isso? O de açaí achei bem parecido com...açaí. Portanto, não me emocionou nem um pouco. Mas o de acerola, ai. Quero tomar todo dia.

Nesses dias de calor senegalesco, só frutas, saladas e sucos mesmo. Fui almoçar no Suco Bagaço outro dia. Não deixei o nome tosquíssimo me assustar e tomei o Xodó do Nordeste, uma mistura de maracujá, goiaba, umbu e laranja. Bom, mas errei em pedir com açúcar.

Em termos de suco, gostei mais do Xandis, ali no Itaim. Pedi um de figo, maracujá e morango que saiu geladinho e com sabores bem equilibrados, doce na medida. Mas me assustei com o preço, 8 reais. Aliás, vários preços têm me assustado aqui. Comassim, UM pãozinho da Casa do Pão de Queijo custa 2,50?

Na verdade, o que gosto mesmo é de suco de laranja de padoca. Com uma pedrinha de gelo, sem açúcar.

January 15, 2009

Ai. Será que eu ainda lembro de tudo? Vamos por partes.

Ontem fomos ao Tapas Club. Adoreeeeei o lugar, exatamente o tipo de clubinho que eu gosto : nem minúsculo, nem enorme, déco retrô, perto de casa e sons bacanas. E, como diz o nome da festa, gente bonita. Rafa e Danilo arrasaram no lounge, Matias e Kalatalo na pista, e o Play&Pause perdi porque cheguei tarde. Fuén.
Mas percebi o quanto senti falta disso : chegar num lugar legal, encontrar um monte de gente conhecida, abracinhos e conversinhas bestas, dançar ou só observar o movimento e se divertir do mesmo jeito.

Outro lugar que achei ótimo foi o Drops : um casarão lindo, por dentro e por fora, com vários ambientes e loungezinhos. Chegamos tarde ao Baile Rakasa do simpático Pattoli e já não estava rolando mais nada, mas por outro lado foi bom porque deu pra ver a casa quase vazia. Não sei como é nas outras noites, mas pra uma festa particular o lugar é perfeito.

Conheci também a Livraria da Esquina, que não é bem uma livraria, e também não é bem na esquina. Bar/centro cultural/espaço pra shows seria algo mais preciso, com um ar de Vila Madalena do final dos anos 80. Fomos ver o quarteto de improvisação Takara/Mazurek/Rohrer/Barella, lançamento do CD “Projections of a Seven Foot Ghost”, foi classe. Pela agenda da casa, há atrações para todos os gostos.

January 08, 2009

Penamos pra resolver um problema com o celular, e tivemos de percorrer nada menos que cinco lojas da TIM. E tenho de avisar : FUJAM das lojas franqueadas, especialmente a do Shopping Paulista, onde o serviço é péssimo. Atroz. Não há outro termo pra definir atendentes malcriados e nada profissionais, ajudados por um sistema que, pelo visto, nunca está no ar. As da Av. Paulista não resolveram nada, mas pelo menos foram educados. Agora, as lojas próprias são extremamente eficientes, e todos os funcionários são um exemplo de gentileza. Como pode?

(ah, e o atendimento telefônico é bem ruim também. Não se desgastem ligando, porque se o problema for muito complicado, a ligação "cai" todas as vezes. Impressionante)

(eu fui assinante da Vivo durante quase dez anos, desde que era Telesp Celular. E nunca fiquei tão feliz quanto quando cancelei a conta. O que só prova que todas as empresas de telefonia são o mesmo lixo)

Fomos almoçar hoje no Guanabara, meu velho refúgio na região do Centro. A idéia era feijoada, mas já era meio tarde e acabou não rolando. No problemo, o Filé à Dr. Mimi foi uma descoberta incrível : bife à milanesa coberto com queijo, gratinado sobre arroz à grega TAMBÉM com queijo. Cheese overload, mas foda. O meu favorito lá ainda é o frango desossado, mas acho que tudo é bom - sem contar o serviço gentilíssimo e old-school. Às sextas tem bacalhau, e ainda pretendo pedir o fígado à veneziana um dia. Ah, as coisas da São Paulo de antigamente.

January 07, 2009

Sobre as diferenças culturais : no domingo fui ao supermercado e, subitamente, percebi quanta variedade de sabonetes nós temos aqui. De rosas, maracujá, capim-limão, figo, chocolate. Grandes, pequenos, glicerinados, hidratantes, esfoliantes. Tradicionais, novidadeiros. Perfumados e não-tão-perfumados. E ocupam uma área considerável da seção de higiene pessoal : algo como quatro metros de extensão (tou chutando, não faço idéia), com três ou quatro prateleiras em altura. Fiquei abismada, pela quantidade e por nunca ter reparado nisso como algo fora do normal.

Em Amsterdam, procurar sabonete é uma tarefa ingrata. Nas farmácias, quase sempre encontro apenas duas ou três marcas, cada uma com UM tipo de perfume, que a gente pode dividir entre "verde" e "branco". Ficam escondidos sempre na prateleira mais rente ao chão, num cantinho da gôndola. Talk about rejection.


Tudo bem, talvez os holandeses prefiram os sabões líquidos. Mas já sei que vou levar váááárias barrinhas daqui. E eu, como boa brasileira, tomo banho todo dia. E não, não faz mal pra pele.

January 06, 2009

Aproveitei o vôo pra ver os filmes que não foram capazes de me tirar de casa durante o ano. "Mamma Mia!" me deixou traumatizada de tão extraordinariamente bizarro, e não tenho absolutamente nada a comentar. A não ser que foi a primeira vez que não fiquei irritada com o Stellan Skarsgard.

"Kung-Fu Panda" foi uma surpresa, quase vi duas vezes. Ignorei total quando passou no cinema porque fiquei com medo de pegar bode de vez do Jack Black, mas nem! Surpreendentemente, aqui ele não se destaca pelos excessos e constrói um personagem cativantemente tosco. E o Dustin Hoffman tirou meus pés do chão. Depois que vi os créditos finais e descobri quem era quem, tive de ver de novo alguns trechos, só pra associar a voz à pessoa. Na verdade, acho que nos filmes animados a parte que mais me fascina é o trabalho de vozes, mais que a técnica ou o desenho em si.

Mas o que valeu mesmo foi o estranho "Hallam Foe" - cuja sequência de créditos iniciais (aí embaixo) conta toda a história, curiosamente. Não que você vá entender logo de cara, mas depois de assistir até o fim, faz sentido. Apesar de ter gente legal no elenco (Claire Forlani, Ewan Bremner), o filme é carregado nas costas pelo lindo do Jamie Bell. Mas ele está acostumado.

January 04, 2009

Há uma semana em SP, e parece muito mais.

No aniversário da Anita, fomos assistir a "La Belle Personne" ("A Bela Junie") no Belas Artes. Que susto eu levei com o cinema, todo reformado! Curti, especialmente a bilheteria na frente e a lojinha de DVDs. O outro susto foi o preço do ingresso, 16 reais. Meu cérebro ainda está em 2004, pelo visto (depois lembrei que fui ao Espaço Unibanco ano passado ou retrasado, e também me assustei).

Para as apaixonadas pelo queridinho Louis Garrel, o filme é certeiro : aposta em longos close-ups (palavra estrangeira também mudou o hífen?) do moço, alternados com o olhar triste da lindíssima Léa Seydoux (uma mistura de Jane Birkin, Leslie Caron e Chan Marshall). Mas o elenco é todo jovem e belo, e dança uma bela quadrilha de amores incompletos e paixões avassaladoras, baseada levemente no romance "La Princesse de Clèves". Apesar de prezar mais a intensidade que Truffaut e Rohmer, Christophe Honoré é um herdeiro digno dos dois, tanto na estética quanto na temática. Com uma mão um tantinho mais pesada, talvez. Mas gostei bastante de alguns detalhes : um esgar que se controla pra não se abrir num sorriso, uma Paris sem clichês, a transposição do drama para a vida no colégio. Dramático e melancólico, mas também lírico e romântico. Bacana.

January 01, 2009


You are The Star


Hope, expectation, Bright promises.


The Star is one of the great cards of faith, dreams realised


The Star is a card that looks to the future. It does not predict any immediate or powerful change, but it does predict hope and healing. This card suggests clarity of vision, spiritual insight. And, most importantly, that unexpected help will be coming, with water to quench your thirst, with a guiding light to the future. They might say you're a dreamer, but you're not the only one.


What Tarot Card are You?
Take the Test to Find Out.



(E hoje, pela primeira vez, notei esse teste no blog da Beth. Silly me. Bom pro primeiro dia do ano, hein? E só porque eu acho uma bobagem esse clima de "ano novo, vida nova", hahahahaha)