April 27, 2008

Minha irmã chegou pra uma visitinha e tou na função. Que eu adoooro, aliás. Passear com a minha pessoa favorita neste mundo? Nem precisa perguntar duas vezes.

April 25, 2008



Agora, "Penelope" foi uma surpresa. ADORABLE é a palavra. A Reese Witherspoon deve ser uma fofa, porque nesse projeto dela tudo é lindo. Elenco, cinematografia e mensagem. Porque a aceitação do outro, de si mesmo e do diferente é um dos conceitos mais legais que se pode difundir.

Mas se você não liga pra nada disso, pelo menos tem o James McAvoy.

April 23, 2008

Vi também "The Eye", a versão americana com a Jessica Alba. Achei que fosse ser meia-boca, mas foi legal. Pelo menos a história foi toda amarradinha, e uns sustinhos bons.

April 22, 2008

Fui assistir ao novo Woody Allen, "Cassandra's Dream". Devo dizer que é um bom filme, mas nada mais. Com elenco britânico e ambientado em Londres, curiosamente não tem nenhum alter-ego do diretor entre os personagens principais. Com um título desses, é inevitável pensar em tragédias gregas - o que de fato é. Mas não exatamente ligada ao mito de Cassandra, a que previa desastres mas nunca era ouvida. É mais um conto moral sobre ambição, e digamos BEM moral. Não gosto do Colin Farrell, mas o desempenho dele aqui bate o do queridinho Ewan McGregor, que me pareceu um pouco exagerado. Proposital ou não?
Enfim, não vai ser nunca um dos meus top 10 do tio Woody. Ninguém acerta sempre.

April 20, 2008

Se uma música não precisa de mais que três ou quatro acordes pra ser um clássico, um filme pode ser tocante e divertido com uma história simples e um bom elenco.

Kyoko, Rei e Nozomi querem tocar no festival de rock da escola e precisam de uma vocalista. A escolhida é improvável : Son, uma estudante coreana em intercâmbio, tímida e que mal e mal fala japonês. As meninas têm pouco tempo e enfiam ensaio atrás de ensaio nas madrugadas. É isso, e basta pra ser um dos meus novos favoritos : "Linda Linda Linda".



Girl bands japonesas são um dos meus fracos. Tocando músicas ultra-catchy dos Blue Hearts, então - I'm sold. Quase chorei quando elas conseguem fazer o show. Tanta dedicação e vontade, não dá pra não torcer pelas fofas.





(tem pra ver online no Crunchy Roll - 1, 2, 3, 4 !)

April 19, 2008

E a minha última escolha neste AFFF, infelizmente, foi a mais fraca de todas. Pena, porque prometia.

"Bad Biology" tem uma mulher com sete clitóris e um cara com um pênis mutante viciado em drogas. And that's pretty much it. Alguns momentos merecem algumas risadas, mas o resto é uma brochada monumental. Tanto que teria sido melhor ficar em casa assistindo a "Deuce Bigalow, European Gigolo".

(yea, it was THAT bad)


Pra quem quiser conferir o trailer, aqui (NSFW, atenção!):



(trailer via DreadCentral)

April 18, 2008

Atchoo!



Via CuteOverload

April 17, 2008



Mais um filme do AFFF : "Los Cronocrímenes". Produção espanhola sobre um pacato cidadão que se vê voltando uma hora no tempo, e vendo a si próprio repetir as ações que o levaram a isso. Obviamente, ele tenta a todo custo evitar que uma tragédia se repita, e a audiência vai entendendo mais e mais da trama e das pistas jogadas ao longo do filme. Bom, interessante e cativante, mas não suuuuuper original. Marty McFly, oi?

April 16, 2008








"The Fall" foi o filme que abriu o AFFF. Escolha mais do que adequada, porque se algum filme merece ser chamado de fantástico, é esse.
Não pela história, que é simples e fabulesca, mas pelos visuais caprichadíssimos que juntam o que há de mais deslumbrante no mundo : desertos vastos, construções fabulosas, cidades coloridas, cordilheiras infinitas. A beleza dos cenários e figurinos servem de moldura também para um elenco bom e cativante, encabeçado pela fofa Catinca Untaru e pelo bonitão Lee Pace, que é prova de que Deus viu a luz e resolveu juntar o John Cusack com o Johnny Depp numa pessoa só.

Roy (Pace) é um dublê que vai parar no hospital depois de uma tentativa de suicídio. Lá ele conhece a garotinha Alexandria, curiosa, esperta e ingênua ao mesmo tempo. Roy começa a contar uma história que sempre pára no momento de maior suspense, com a intenção de convencer Alexandria a ajudá-lo a se matar (sem ela saber, claro). O filme é a imaginação da menina, que preenche os personagens com figuras da vida real.

No final, é uma grande homenagem ao cinema - e por isso, foi comparado a "Cinema Paradiso". Com uma certa linguagem videoclipe, o que não é demérito, aliás.

Zapeando ontem à noite, caímos no "Tromeo and Juliet" no Zone Horror. Não prestei muita atenção porque já tinha assistido, mas minhas orelhas se ergueram (se elas pudessem se erguer, claro) quando começou um som muito familiar. O que é? O que é? Fiquei coçando o cérebro pra lembrar. Mas fui puxando pela memória e consegui localizar temporalmente - circa 97, sem dúvida. Matador, obviamente. Só faltava identificar a banda.

Putz, Superchunk. Que saudades.

(fui ao show em SP há uma década. E passei mal e desmaiei no meio - coisa de quem tem pressão baixa)

Fomos assistir ao que deve ser um dos filmes mais sangrentos, gore e angustiantes EVER. Sério.

É francês, surpresa! Descendente direto de "The Texas Chainsaw Massacre" e outros clássicos do horror dos anos 70, o excelente "À l'Intérieur", de Alexandre Bustillo e Julien Maury, é a descida ao inferno de uma grávida viúva às vésperas do parto, perseguida incansavelmente por uma mulher misteriosa e louca.

A Béatrice Dalle foi uma escolha certeiríssima para o papel da insana, obviamente. Linda e desequilibrada. E todo o filme segura um fundo de humor super bem distribuído, de provocar aplausos na platéia. O que não torna os momentos gruesome menos horríveis. Grávidas, não vejam.

April 14, 2008



Tenho que falar também de um dos filmes mais legais dos últimos anos, "Wristcutters". Minha irmã deu a dica há meses, mas só agora consegui ver.

E porque é um dos filmes mais legais dos últimos anos? Vamos ver...

- porque tem o Tom Waits? Não só na trilha, mas num papel?
- porque a história é ótima? Baseada num conto, mostra que os suicidas vão para um afterlife desolado, cinza e árido. Pelo menos tem cerveja.
- porque tem um personagem inspirado no Eugene Hutz? E Gogol Bordello na trilha?
- porque é despretensioso, mas original?
- porque é road movie, comédia romântica e macabra ao mesmo tempo?

Yea, that's about it. Suficiente pra mim.

April 13, 2008

Tenho visto muitos filmes, e preguiça de falar deles. Mas o último do master of horror Dario Argento, "The Mother of Tears", merece. Sequência do cultíssimo "Suspiria", tem ótimas cenas sanguinolentas e a linda Asia Argento no papel principal.

Mas na linha terror, nada supera a ótima série "Películas para No Dormir", indicada pelo incrível PostBlogger. Os episódios são dirigidos por gente do naipe de Alex de la Iglesia e Jaume Balagueró, o que já é evidência de coisa boa. E de fato, são terror do bom.



Enfim, o filme que fui ver no AFFF foi o "5 Centimeters Per Second", um anime bem bonitinho sobre o tempo e a distância. Takaki e Akari se conhecem na escola e logo descobrem uma afinidade imensa. Contudo, a família de Akari resolve mudar de cidade, e os dois começam uma correspondência que se estende por anos...até Takaki parar de escrever, pois a distância é dolorida. Cada um segue sua vida, tendo outros relacionamentos, mas sempre com o outro na lembrança. Takaki tem uma admiradora, Kanae, que o ama em silêncio. E...? O curta que o precede, "Voices of a Distant Star", do mesmo diretor, tem a mesma premissa - Mikako e Noboru são um casal adolescente que se ama, até que Mikako resolve se voluntariar para lutar no espaço contra uma ameaça à humanidade, e os amantes são separados cada vez mais pelo tempo. Uma mensagem no celular demora 8 anos para chegar, e Noboru decide não checar mais o celular a cada instante à espera de um sinal da namorada.

A animação é linda e poética, e quem já se viu num relacionamento à distância consegue identificar a angústia e a saudade que dominam o pensamento de quem não pode ter seu amor do lado. Bonito, mas não é para todos.

O post de hoje tá lá no Goma.

April 10, 2008

Amsterdam esteve agitada hoje. De um lado, a visita do presidente do Brasil que paralisou uma parte da cidade. De outro, a tarde de autógrafos do Tim Burton como parte do Amsterdam Fantastic Film Festival, que começou ontem.

Er, não preciso dizer de que lado da cidade eu estava, né?

Cheguei às 14h30 e a fila já estava grande. Entrei nela mesmo assim, mas não estava levando muita fé que ia conseguir chegar no homem.

De fato, uma hora depois, assim que consegui entrar no prédio do cine Tuchinski, um funcionário da mostra veio dizer que não ia dar mais pra pegar autógrafos, porque o TB ia entrar numa entrevista. Shoot. Fiquei por ali pra pegar os ingressos pra outras sessões que eu tinha comprado pela internet anyway e saí fora. Fui fazer compras, comer algo e fazer uma hora até a sessão que eu ia pegar, às 18h.

Às 17h40 voltei pra lá e vi outra fila, pra entrar na sala 6. Como o meu filme era na sala 5, subi mesmo assim e fiquei esperando na frente. Depois me liguei que a fila era pra sessão de "Edward Scissorhands", que ia ser apresentada pelo diretor. Dito e feito, alguns minutos depois, o próprio Tim Burton sai do elevador e se posta na minha frente, esperando abrirem a sala 6. Cabelo arrepiado, óculos de lentes azuis e tudo. Fiquei olhando feito uma abobada pra ele.

Pensei : "vai ser muita sorte se ele sair antes da minha sala abrir". Dito e feito, em dez minutos ele estava de novo no hallzinho entre as duas salas. Dois garotos pediram pra tirar fotos, um senhor pediu um autógrafo, e eu já saquei o meu "The Melancholy Death of Oyster Boy" da bolsa, abri na página do título e pedi pra ele assinar. Quando ele viu o livro, abriu um sorriso e olhou pra mim. Achei simpaticíssimo, pois ele podia ter apenas dado um autógrafo de saco cheio, podia ter sido blasé. Mas não, ele olhou pra mim e sorriu de verdade, assinou e agradeceu.

Não tirei foto porque ou eu pedia o autógrafo ou tirava foto. Mas hey, eu falei com o Tim Burton! E ele sorriu pra mim!

Life is good. Thank you, mr. Burton.

April 09, 2008

No domingo fomos a Bruges de trem. Apesar do sistema confusíssimo de informações da estação central, conseguimos comprar as passagens (13 euros, ida-e-volta) e embarcar.

A cidade é uma graça, cheia de construções preservadíssimas e um clima que propicia passeios românticos entre pontezinhas e ruelas sinuosas. Tudo bem, é meio Visconde de Mauá, heh. Andamos pelo centro, passamos pelo site Sint Jan, pela praça central, etc.

É tudo pertinho, ver os pontos principais levou umas duas horas, no máximo. Almoçamos e voltamos, porque eu tinha de pegar o trem de volta a Amsterdam.

April 08, 2008

No sábado o tempo resolveu ficar chuvoso. Assim, acabamos é indo aos Musées Royaux des Beaux-Arts, que incluem o museu de arte antiga e o de arte moderna. Como o de arte moderna ia fechar das 13h às 14h pra almoço (wtf?), começamos por lá.

Coleção bem interessante, boa pra quem quer se aprofundar um pouco em arte belga. Permeke e Rik Wouters eram dois que eu não conhecia e me chamaram a atenção. Traços fortes, robustos - um na pintura e outro na escultura. Spilliaert também achei bastante interessante, algo entre Hopper e DeChirico. Alguns Magritte bem legais, vários Marcel Broodthaers (dos 3 museus em que vi obras dele, este é o que tem o maior número e as mais interessantes).

Mas a atração do museu pra nós foi mesmo o...elevador. Sério, o elevador tem assentos. Cinco ou seis de cada lado, confortáveis, parece uma salinha de espera. Achamos engraçadíssimo e o usamos duas vezes. Ou três, talvez. Ha.

Pro almoço, consideramos o café do museu. Parecia ótimo, mas movimentado demais. Fomos pra rua e encontramos o recomendadíssimo Le Pain Quotidien. Padaria chique e restaurante orgânico caminhando lado a lado, com mesas coletivas e serviço rápido. Tartines, saladas e docinhos bem interessantes. Pedi a tartine de frango defumado, abobrinha grelhada, tomates e coentro, ótima.



Voltando ao museu, terminamos a parte moderna (tinha até uma foto enorme de SP, do Thomas Struth. Fiquei emocionada quando reconheci o prédio do Banespa, uma placa do SESC e o anúncio de cuecas) e fomos para a de arte antiga. Eu estava ansiosíssima pra ver o que eles tinham do Hieronymus Bosch e do Pieter Brueghel, o Velho. Do primeiro, há três obras, mas o incrível tríptico "The Temptation of St. Anthony" é realmente a imperdível. Do segundo, o mais interessante é "Le Massacre des Innocents", que tem uma releitura feita por seu filho, Pieter Brueghel II, exposta na mesma sala. Fiquei indo e voltando dos dois quadros pra comparar.

Nesse dia, entramos também na Notre-Dame du Sablon, uma igreja bem gótica e com vitrais lindos. A parte aberta a circulação é pequena e apertada, mas achei a fachada a parte mais digna de nota - muitos detalhes e decorações.

Conhecemos também a grande Catedral de St.Michel e Ste.Gudule - imensa, com traços de várias épocas. Os restos da igreja romana sobre a qual foi fundada no século XIII podem ser visitados, descendo-se uma escada. Ou pode-se ver de cima, por uma gradezinha vazada no chão da catedral.

De lá, fomos fazer compras : CDs na Caroline Music, atrás da Grand Place (a variedade não é grande, mas dá pra encontrar coisas legais), e depois andamos pela rue Neuve, a rua comercial. Muita gente, muitas barracas de gaufres, e no final dela o shopping center City2. Igual aos nossos no Brasil, e tem uma Fnac no último andar. Se não estivesse tão cheio, eu teria vasculhado bem mais. Mas ver aquele povo todo de lá pra cá é meio desanimador.

Demos uma olhada rapidinha na igreja Notre Dame du Finistère, perdida no meio das lojas da rue Neuve. Pequena, e pelo jeito bastante frequentada pelas pessoas do bairro. Fomos então encontrar o Antonio em frente à Monnaie, e depois de andarmos por trás da igreja Sainte-Catherine, ele nos levou para jantar no ótimo Fin du Siècle, um restaurante discreto, informal e movimentado. Pudera, a comida é maravilhosa (stoemp com saucisses, incrível), o público jovem e moderninho, o ambiente festivo e barulhento.

Depois passamos pela rue Antoine Dansaert, que concentra lojas descoladas e estilistas novos, e acabamos a noite no Le Cercle des Voyageurs, um bar que seria frequentado pelo Indy, se ele existisse de verdade. O tema é, obviamente, viagens. Tem poltronas confortáveis, chás e bebidas de todos os lugares. Muito, muito agradável.

Como a gente estava pertíssimo do Recyclart, resolvemos ver qual era a do lugar. Mistura de centro cultural, casa de shows, bar e galeria, ocupa um espaço dentro de uma estação de trem pouco usada. Infelizmente não estava rolando nada no dia, porque parece muito bacana. Aproveitamos e tiramos fotos dos grafites que adornam a área e fomos embora.

Acabamos indo parar perto da Bourse novamente, e aí sim parecia sexta à noite. Bares lotados numa rua movimentada. Demos uma espiada nos Halles de St. Géry, um antigo mercado transformado em centro cultural. Nice. Jantamos num vietnamita, o Hông Hoa. Pequeno, com decoração e público jovem e moderninhos, tem comida decente e preços legais. Comi nouilles à saïgonnaise, com camarão, lula e porco laqueado. Caldo um pouco insosso, mas carnes perfeitamente preparadas.

No dia seguinte fomos conferir o mercado de pulgas da Place du Jeu-du-Balle. Pertíssimo do hotel, fica no bairro de Marolles, cheio de lojas de decoração e outros negocinhos descolados em meio a casinhas simples. Pra quem procura roupas e móveis usados ou cacarecos em geral, pode ser interessante - mas o cheiro de coisa velha domina, hahaha. Acabamos comprando uns pôsteres metalizados de produtos vintage.



Dali, passamos pelas nossas primeiras fachadas ilustradas com personagens de quadrinhos e chegamos à igreja Notre-Dame de la Chapelle, uma construção imensa e um tanto frankestêinica, mas bonita. Ela abriga um memorial a Pieter Brueghel, o Velho, e só por isso já vale a visita. Emocionei.

Em frente à igreja, garotos fazem manobras de skate e bicicleta numa pista bem legal e aberta. Um contraste interessante de paisagens.
De lá, chegamos ao chique Sablon, passando por uma ruazinha pontuada de restaurantes bonitinhos, a rue de Rollebeek. Passamos na loja do Pierre Marcolini para admirar os chocolates e docinhos expostos em vitrines chiquérrimas. Como esperado, turistas japonesas comprando caixas e caixas de bombons, atendidas por moças trilíngues elegantemente de preto. Um pouco de exagero, não?

Voltamos ao hotel, para encontrar a Ana C., amiga da Ana L. que vinha de Turim.

(adendo : o que eu conheço de Anas só se compara ao número de Cris. Agora fechou, conheci uma Ana Cris! E tenho que tentar não confundir Ana C. com Cris A.)

Saímos andando e fomos almoçar no 't Kelderke, um estaminet bem na Grand Place. Com esse endereço, fiquei bem temerosa de ser um tourist trap, mas nada. A comida é ótima e típica, o atendimento é simpaticíssimo e o lugar é um charme - uma cave do século XVI. Experimentei as anguilles au vert (enguias em molho verde de ervas), mas tudo no cardápio era tentador.

Para aproveitar o final da tarde, fomos ao Bozar, ou Palais de Beaux-Arts. Escolhemos a exposição "Paul Klee : Theatre Here, There and Everywhere", e lá fomos nós atravessar a parte em reformas do museu.

Paul Klee sempre teve uma ligação especial com o teatro e a música, e boa parte da sua obra aborda essas referências, além da dança e do circo. Verdadeiramente, um homem da arte, que a percebe no dia-a-dia. A parte da música é a mais fascinante - como seu estilo geométrico consegue traduzir som em imagem, e como em contrapartida, Pierre Boulez interpretaria Klee em som. Adorei ter visto também um vídeo de ballet méchanique, obviamente baseado nos balés triádicos de Oscar Schlemmer e Bauhaus. Muito bom.

Agora, a loucura mesmo é a loja do Bozar. Caceta, é um exercício de restraint não se empolgar com a variedade de livros (pintura, artes gráficas, fotografia, música, culinária, teatro, grafite, moda e o que mais chegar) e CDs e DVDs. Passaria fácil umas boas horas ali.

April 07, 2008

Desta vez, ela resolveu visitar Bruxelas. Como deixar de aproveitar a chance de explorar uma cidade tão underrated?

Peguei o trem e desci na gare du Midi, também conhecida como Brussel Zuid. Fui olhar o mapa do transporte público pra ver se valia a pena pegar um tram, e um dos funcionários já foi simpático e solícito, me explicando que dava pra ir a pé até o hotel. Simpatia absoluta.

De fato, o Floris Avenue fica a uns dez minutos a pé da estação, e cheguei rapidinho e sem problemas. Check-in rápido e me vi num quarto imenso, confortável e bem-decorado. Pensei : "isto é um single? Uau". Tudo bem, o cofre não funcionava e não foi consertado durante toda a estadia, mas o resto foi impecável. Cama enorme (maior que a minha daqui de casa), aquecimento, frigobar, armário, mesa e cadeiras, banheiro grande com banheira e muita água quente. E shampoo e sabonete com perfume de chá verde, adorável.

A simpática moça da recepção me colocou no quarto ao lado da Anita. Fui lá bater na porta e já combinamos dar uma volta pela cidade.

Começamos pela Grand Place, merecidamente reconhecida como patrimônio mundial. Andamos pelas ruas em volta, passamos pelas luxuosas Galerias Saint-Hubert, etc. Paramos no Café de L'Opéra, ao lado do Théâtre de la Monnaie, e lá ficamos algumas horas batendo papo.
À noite, fomos encontrar o querido Antonio na frente da Bourse e jantamos no La Lune de Miel, um dos incontáveis restaurantes vietnamitas da rue Jules Van Praet. Cardápio extenso, pratos bem preparados e ambiente agradável e moderno, muito bom. Pedi o curry de frango à tailandesa - carne macia e suculenta, curry saboroso.



Ah, Bruxelas. Um lugar onde chocolates são expostos como jóias, igrejas e catedrais belíssimas pontuam os bairros mais interessantes, personagens de quadrinhos enfeitam fachadas em bairros modestos, as pessoas são gentis e simpáticas e a comida é invariavelmente boa. Cosmopolita e movimentada. O que é que eu estou fazendo em Amsterdam mesmo?

April 03, 2008

Meu primo favorito me escreve pra dizer que levou um esbarrão no supermercado e já ia mandar a pessoa pra pqp, quando ele percebe que a moça era a Katherine Heigl. Ela pediu desculpas, mas ele ficou meio atarantado e só olhou feio e foi embora.

Ok, com essa me despeço e volto domingo!

"Untraceable" é para os fãs de filmes como "Saw". Tortura e terrorismo psicológico, mortes horríveis, suspense. E faz uma crítica merecida a essa cultura de voyeurismo mórbido que os reality shows e noticiários sensacionalistas propagam, agravada pelo anonimato da internet. É só ver os comentários que aparecem no website durante o filme : eu, você e qualquer um que passe um pouco mais de tempo online sabemos que não são ficção. Medo.

April 02, 2008

Então, vamos fazer uma coisa facinha?

Peguem um belo filé de salmão, sem espinhas. Para cada 500g de peixe, 30 g de sal, 30 g de açúcar e um pouco de pimenta-do-reino. Cubra o filé com essa mistura e mais muitos ramos de dill. Embrulhe em filme plástico (pelo menos duas camadas) e deixe na geladeira por dois dias. Retire o dill e lave o sal do salmão. Seque, fatie fino e pronto: você tem gravlax feito em casa.



(qualquer dúvida, tem um bom tutorial aqui)

E se "Margot at the Wedding" mostra a pior face da emoções humanas, "Lars and the Real Girl" nos lembra bem o oposto : aceitação incondicional, delicadeza, bondade.

Lars (Ryan Gosling, fofo) é um rapaz extremamente tímido e recluso, querido pela família e amigos, que se preocupam com a solidão do moço. Um dia, ele aparece com uma Real Doll encomendada pela internet, e a apresenta pra todo mundo como sua namorada, Bianca. Ele fala com ela, a leva pra passear e ao médico. Só não dorme com ela, porque segundo ele, ela é uma moça extremamente religiosa.



Obviamente, ninguém sabe como reagir. A psicóloga sugere que todo mundo colabore e entre na fantasia de Lars, que pelo jeito precisa de Bianca para resolver alguns problemas emocionais (ah, vá). E assim, o vilarejo se mobiliza para acolher a namorada de Lars.

É uma graça de fábula, com boas atuações e uma história simples, mas rica. Curti.

April 01, 2008

"Margot at the Wedding" parece uma caricatura de cinema francês feita por um americano. Não gostei do filme, e ficava contando os minutos para que ele chegasse ao fim. Elenco bizarro, apesar de A-list : Nicole Kidman, Jack Black, John Turturro, Jennifer Jason-Leigh. Todos tentando ser uma família disfuncional. Mas Margot é um personagem detestável, passiva-agressiva demais, neurótica e borderline demais. Pauline (à la plage? Homenagem ao Rohmer?) é passiva e hesitante demais. Malcolm é loser demais. Tudo bem, sou super a favor de explorar as relações humanas - desde que se tire algo disso. De "Margot" só veio tédio.