September 10, 2013

A numerologia diz que a vida da gente acontece em pequenos ciclos de 9 anos. Aqui tem uma explicação de como calcular o seu número pessoal e ver em que ano do seu ciclo atual você está.
Mas mesmo que eu não tivesse calculado, eu saberia que acabei de entrar em um ano 1. E que eu tentei fechar e finalizar tudo que eu podia no meu ano 9. Ainda estou devendo várias coisas, mas a arrumação da casa está caminhando.

Casa, aliás, que não tenho ainda. No sentido físico. Mas também estou aprendendo que é um conceito relativo e mutável. E que se é uma liberdade imensa poder ser um pouco nômade, também é muito cansativo. Mas não estou me queixando.

Outra lição é: sim, a gente é capaz de viver meses com o conteúdo de uma mala média. Ou seja, todo o resto que a gente acumula é tralha disfarçada de desejo.

Por isso, fico contente em ver que meu aniversário deste ano teve tudo que eu considero essencial. Amizade, amor, comida simples e boa, um lugar favorito e boa música. Mas o mágico mesmo foi ter tido a companhia inesperada de uma das minhas amigas mais antigas e próximas. Que, aliás, foi quem me falou há algum tempo desse ciclo de 9 anos. Ou seja, nada é por acaso.

Mas o início do meu ano 1 não foi o único acontecimento da semana. Também teve a montanha-russa emocional que foi a partida do querido Fred Leal. E isso sim foi um turbilhão. E que se teve algum lado positivo, foi ter chacoalhado todo mundo pelos pés, fazendo muita gente acordar pra várias coisas. De certa forma, pode ter sido um recomeço pra muita gente :)

Portanto, não importa em que ano do ciclo você esteja - viva, preste atenção, esteja consciente nos acontecimentos bons e nos ruins. É o único jeito de aprender algo e tentar chegar perto de encontrar o sentido da vida.

By the way, fiz 42 anos  ;)

May 21, 2013

Ha. Quanto tempo desde o último post. Não que eu tenha desistido, tem vários rascunhos armazenados aqui que nunca viram a luz do dia. Mas é a vida, né? Equilibrar trabalho, pagar contas, querer projetos paralelos, ter ideias mirabolantes, cruzar o oceano pra lá e pra cá e ainda assistir a uns filminhos - alguma coisa acaba sendo deixada de lado.
E a PREGUIÇA de contar tudo em retrospecto, pelamordedeus. Aí eu olho pra essa bola de neve gigante que isso virou, fecho o browser e vou fazer outra coisa, hahaha.
Mas o mais recente dá pra resumir :fiz um curso bacana em Berlim ano passado, traduzi mais alguns livros, fui pra Ilha de Páscoa, perdi um gato, ganhei um gato, joguei fora 10 quilos de papel acumulados em 8 anos de Holanda, estabeleci alguns objetivos, tomei algumas decisões e, no geral, resolvi retomar do ponto onde fiz um desvio uns 15 anos atrás. Não que eu queira renegar ou esquecer os últimos anos - eles foram necessários pra aprender várias lições vitais - mas agora acabou a moleza  :) Hora de levar a vida a sério.

Volto já.

July 02, 2012

Ufs. De volta a Amsterdam, após seis ótimos meses em SP :)
Cheguei há uma semana, e a combinação gripe+jet lag+2h de sono no voo me derrubou. Mas acho que hoje consegui colocar tudo nos eixos e engrenar o ritmo. Faxinão, encher a geladeira com as minhas gulodices, fazer meu passe de cinema, comprar roupa e sapato...ops.

Claro que vindo de SP, tudo está me parecendo extremamente barato. Mas ao mesmo tempo, sinto falta da diversidade que a gente encontra lá. Enfim, uma coisa vai compensando a outra.

Não saí muito à noite nesses meses passados. Vários almoços em lugares bem interessantes, muitos filmes e eventos, alguns cafezinhos e um pouco de música aqui e ali. Acho que vou listar tudo em grupos, até porque datas, a esta altura...hahaha.

April 02, 2012

Eu tenho uns quatro posts em rascunho aqui. Faz meses que tento postar, tanta coisa pra contar, comentar, e tempo, cadê? Não sei. Assim como não descobri pra onde foram janeiro e fevereiro. Ops, e março também.

Só pra adiantar, estou em SP desde o final de dezembro. De 2011. E devo ficar mais uns meses, mas também não sei quantos. Só sei que estou adorando, haha. Não tenho saído muito à noite - quase nunca, na verdade - e tem sido uma delícia dormir cedo e acordar bem cedo. Velhice, aqui me tens finalmente.

Ainda vou ao cinema, talvez até mais do que em Amsterdam. Também tenho ido a todas as exposições que me interessam, e ainda faltam muitas outras. Alguma hora tenho de fazer uma mega-lista, nem que seja só pra eu me lembrar depois. E estou plantando ervinhas na varanda - salsa, cebolinha, coentro, hortelã, manjericão e tomilho. Fora umas pimentas jalapeño e umas rúculas. Simbolicamente, pode querer dizer que eu quero mais é criar raízes?

Tenho também reencontrado pessoas de um passado remoto, e de outro menos remoto, desde que decidi deixar de ser eremita. Interpreto como um bom sinal.

Não tenho conseguido terminar de ler um livro há meses. As pilhas de coisas a organizar e fazer não me permitem. Tem gente muito querida que também não consegui encontrar ainda. Mas há de rolar.

2011 foi um ano único, excepcional e muito interessante. E, começo a ver agora, foi o pavimento pra 2012 continuar a kick ass. Então vamos lá! :)

September 01, 2011

(achei um post semi-escrito perdido de algum tempo atrás, e vou publicar assim mesmo)

Hahaha, daqui a pouco vai fazer um ano que fui ao Japão e ainda não consegui nem escrever sobre a viagem. Mas está sendo um ano atípico (se é que existe algo como um ano típico), com fatos inesperados e reviravoltas. Então vai ser assim mesmo.

Tenho visto alguns filmes que preciso listar, pelo menos. A grande maioria a que assisti este ano (e o ano passado também) é medíocre, alguns ruins mesmo. Preciso dizer que "The Green Hornet" é o filme mais ridículo do ano, e não tive vontade de terminar de ver "Made in Dagenham".

Em compensação, "Les Femmes du 6ème Étage" é uma delícia. Além de ter o meu amado Fabrice Luchini, é divertido, um pouco social e comovente. De sair feliz do cinema.

Assistir a "The Tree of Life", do Terrence Malick, então, foi uma experiência memorável. Totalmente não-ortodoxo, é um filme que deve ser percebido, e não assistido. Não há uma história em si, mas um fluxo de fragmentos de memórias, emoções, sensações. Como um sonho, ou como quando a gente se pega tentando lembrar de determinados momentos da vida. O que me impressionou mesmo foi alguém ter conseguido reproduzir isso em imagens.

"Tous Les Soleils" também é uma graça de filme. Stefano Accorsi, benzadeus.
"X-men : First Class" é bem bom.
"Source Code" não é lá muito original, mas é do filho do HOMEM, e eu gostei.
"Trust" é ok, o que foi uma surpresa.
"Insidious" é ridículo. Começa bem, e de repente desce ladeira abaixo na outra direção. Desastre.
"Unknown" é médio, mas se passa em Berlim.
"Limitless" nem lembro mais, mas tem o Bradley Cooper. Nuff said.

Aaaagh. E eu achei que fosse ter um certo tempo depois de voltar de viagem, o suficiente pra postar as coisas atrasadas, ler os feeds, arrumar o armário, essas coisas. Nada, passei as últimas duas semanas trabalhando, resolvendo pepinos variados, e a minha mala ainda tá lá, intacta, como veio de SP.

Mas tranquilo, não posso reclamar de absolutamente nada.

Fui ao cinema umas vezes, mas sinto que foi mais pela vontade de comer pipoca do que pelo filme em si. "Super 8" eu sabia que não ia achar nada, "Final Destination 5" foi divertido. Adorei "L'Arnacoeur", porque o Romain Duris continua sujinho, mas com a idade ele ficou bem interessante (mentira, o filme é uma delícia por si só), e "Pulsar" é ruim, mas tem uma ideia interessante. Não duvido que pinte uma versão Hollywood alguma hora.

Vi o Capitão América e o último Harry Potter em SP. Assim como "Melancholia", que concorre seriamente a engodo do ano. E olha que eu gosto do Von Trier. Mas não dá, me pareceu um desespero tremendo de tentar criar um filme hermético-simbólico-filosófico, mas foi um clichê atrás do outro. Fora a Kirsten Dunst, que ainda só tem duas expressões. Poor Charlotte.

Uma das boas surpresas em SP foi ver o "Malditos Cartunistas" na Matilha Cultural. Documentário básico e bem feito, reunindo quase todos os artistas relevantes de hoje e levantando questões bacanas (como a falta de mulheres brasileiras na profissão). Quem não viu, corre atrás que é essencial.

Por sorte, peguei uma apresentação do Corpo. Desde que vim pra cá, não consegui mais assistir a nenhum espetáculo deles - porque eles vão pra França, mas não pra Holanda, e as temporadas brasileiras são sempre em agosto. Enfim, fiquei empolgadíssima pra ver a coreografia nova, "Sem Mim".
A primeira parte foi uma peça já conhecida, "Corpo", com trilha do Arnaldo. Excelente, como tudo que o Corpo tem de melhor - criatividade, técnica, ousadia.
Depois, veio a "Sem Mim". Eu devo dizer que, em quase 15 anos acompanhando o grupo, foi a primeira vez que tive dificuldade de manter os olhos abertos. Que tédio. Era um outro grupo, praticamente. Coreografia sem inspiração, trilha desconjuntada. O conceito era incrível (as cantigas de amigo do século XIII), e os figurinos sensacionais, como sempre. Mas foi só. Nada, nenhum momento de arrebatamento, beleza. Enfim, foi FUÉN.

Saí muito pouco desta vez, por causa de uma gripe pesada. Fiquei de cama, sem voz por uma semana. A vantagem é que, perto da família e dos amigos, mesmo ficar doente não é tão ruim assim. There's no place like home.

July 18, 2011

Estou em São Paulo há exatamente uma semana, e juro que parece que faz um mês. Fui à Liberdade 3 vezes, assisti ao "Daquele Instante em Diante", sobre o eterno Itamar Assumpção, tomei caipirinha de romã com limão e de tangerina com pimenta vermelha no Veloso, comi pizza, pastel, coxinha e comida libanesa, descobri que o Pirajá tem um virgin cocktail bem bom, de frutas vermelhas com água de coco, fui ao Alberta3 e fiquei cansada de música alta (ainda que boa), constatei que o pernil do Estadão continua o máximo, teve festa em casa de amigo, quis sequestrar o gatinho preto do meu amigo, o canapé de carne crua do Bar Léo é incrível e...pelamordedeus, tou esgotada. Tinha esquecido o que era ter vida social, hahaha.

Three more to go.

June 27, 2011

Aagh. Tanta coisa.

O Holland Festival deste ano foi especialmente imperdível - Laurie Anderson, Isabelle Huppert, Sidi Larbi Cherkaoui, Sasha Waltz, Peter Brook, Wooster Group - foi difícil escolher. Mas com ingressos de 35 a 40 euros, não dava pra ir em tudo.

Acabei optando pela "Une Flûte Enchantée", do Peter Brook, e a montagem de "Vieux Carré" do Wooster Group.
Fiquei absolutamente encantada com o primeiro e entediada com o segundo, olha só (o oposto do que eu esperava). Mas a leitura minimalista de Brook da ópera "Die Zauberflöte" vai ser a minha definição de beleza por muito tempo. Bambus, iluminação simples e um piano : tudo com o objetivo de deixar a música de Mozart brilhar por conta própria, sem adornos. Um elenco de cantores muito decente - exceto a soprano no papel de Pamina, que me irritou pela fraqueza e inexpressividade (infelizmente, não era a que aparece neste vídeo), e pronto - quando vi, já estava chorando no meio. E querendo ver de novo.
(pena que já estava tudo esgotado - mas parece que vai ser encenada em Porto Alegre mês que vem no POA em cena! Se for pra SP também vai ser demais :)

Já a montagem de "Vieux Carré", do Tennessee Williams, foi cansativa e pouco ousada. Bons atores, mas muito apego a um texto pesado acabou tornando a peça chata e arrastada. Não há cenografia industrial e modernidades que segurem. Enfim, eu devia ter ido ver a Isabelle Huppert fazendo "Un Tramway".