February 28, 2007

Acabei de assistir a "Night at the Museum". Divertido, por mais que aquilo não seja o Museum of Natural History de NY nem aqui nem na China (menos as externas, claro - faltou só o carrinho de cachorro-quente/pretzel que fica ali na frente). E ver o Dick Van Dyke e o Mickey Rooney em plena forma - jesus, a idade dos dois somada deve chegar quase a dois séculos - é verdadeiramente delicioso, um presente (eu nem sabia que eles ainda estavam vivos!).

(eu adorava o Dick Van Dyke em "Mary Poppins" cantando "Chim-Chim-Cheree")

Boas gags, o público no cinema vibrou. Robin Williams surpreendentemente menos maníaco que o normal. Mas the cutest characters são os do Owen Wilson e do Steve Coogan (que eu adooooooro). Eu queria um filme pipoca, e um filme pipoca consegui. E bom.

Uma coisa que nunca consigo deixar de notar, tanto em Paris como em Londres, é a boa educação e cortesia das pessoas. Mesmo com tanta concentração de gente nas ruas, lojas, restaurantes, pontos turísticos e lugares aleatórios, o contato corporal é mínimo, o espaço individual é respeitado, e em caso de uma esbarrada inevitável, imediatamente vem um "pardon" ou um "sorry". E várias vezes, sinceros.

Os senhores elegantes de bigodes brancos que, ao entrar na mesma loja que você, seguram a porta com um sorriso e um "bonjour" para que você passe, ou os que criam espontaneamente um espacinho no balcão do café lotado para que você consiga fazer o seu pedido, ou o moço colocando dinheiro no parquímetro e percebe que vai estar no seu caminho e já se desloca pedindo desculpas, ou o caixa da Boots que propõe voluntariamente passar um cupom de desconto de 2,50 libras que você nem sabia que existia praquele produto na sua cesta (sendo que esse nem é o trabalho dele), ou o varredor de rua por quem você passa e ele olha e deseja "bom dia", ou o atendente do pub que, diante da sua indecisão, tira várias amostras de cervejas diferentes pra você provar e sorri quando você gosta da sugestão dele...todos são apenas alguns exemplos de gentileza autêntica. Nenhum deles ganha nada com isso. Acho que simplesmente te vêem como um fellow human being, um igual que merece consideração. O que seria normal, não?

Aqui na Holanda, pelo jeito não. Juro, parece birra minha, mas não é. Neste um ano e meio em que estou aqui, as DUAS vezes em que alguém pediu desculpas por pisar no meu pé ou por dar um esbarrão e quase ter levado meu ombro embora eu fiquei sem fala. Foi tão inusitado. Ainda bem que meu ombro é bem pregado ao corpo. Fora essas vezes, foi como se eu não estivesse lá. Tenho vontade de sair com um casaco com pregos com pontas pra fora às vezes. Touch me, you die.

Mas é um tipo diferente de educação, imagino. Algumas pessoas são realmente gentis o bastante para cumprimentar quando entram onde você está, ou quando se sentam ao seu lado num teatro ou no trem. E uma vez um senhor ajudou o Akira a colocar o casaco na saída de um espetáculo. Nice guy. Mas geralmente não vejo demonstrações de iniciativas de reaching out for others, nunca vi nenhum dos exemplos que citei acima aqui (fora o nice guy). Não estou dizendo que eu gosto de rapapés e paparicações, mas os modos aqui são meio...camponeses demais. O tipo de cordialidade reservada ao seu colega, às vaquinhas e às galinhas.

Mas o ruim mesmo é o atendimento comercial, justamente aquele que a gente PAGA pra ter. Na maioria das vezes, correto e civil, mas olhando de cima para baixo, como se isso fosse uma obrigação IMENSA. Obrigado, por favor, eet smakkelijk, tudo dito incontáveis vezes, mas sempre automaticamente, como se dizê-lo fará com que você suma da frente deles mais rápido.

Razões? Sei lá. Por eu ser oriental? Bem, com essa cara aqui eu não pareço menos turista na França nem em lugar algum, e mesmo assim o tratamento é outro. Juro, em nenhum outro lugar do mundo vi tanto vendedor achando que está te fazendo um favor imeeeenso em te atender. Além disso, amigos totalmente caucasianos têm histórias até piores aqui. Hm, scratch that. Stress? Hah. Londres é uma das cidades mais busy e movimentadas do mundo, e people actually SMILE over there. Amsterdam tem stress exatamente onde? É uma cidade linda, sem grandes preocupações, e as pessoas deveriam ser felizes. E educadas, pelo menos.
Individualismo extremo? Pode ser. O Francesco, que é antropólogo, disse isso e eu concordo. E o engraçado é que a postura egocêntrica dos habitantes é refletida em escala mundial pelo seu país. A Holanda se dá mais importância do que realmente tem, and it's all about me, me, me. E o engraçado é que no final das contas, eles não gostam que você seja mais educado que eles. Tipo, não gostam de receber o que eles não podem (ou querem) dar. Ou então não gostam de ter suas falhas evidenciadas (o que é verdade).

Enfim, a verdade é essa : tem várias coisas ótimas aqui. Tem gente educada também (mais jovens do que velhos). Mas CUSTA tanto tentar não brincar de carrinho bate-bate nas ruas e pedir desculpas? Isso me deixa doida.

February 27, 2007

Na quarta, fizemos o check-out e voltamos ao Soho pra dar uma olhada no Breakfast Club, um lugar adorável e beeem informal, vibe LES novaiorquino.

Sucos e smoothies, vários tipos de café-da-manhã, internet de graça. Nice.

Depois de passar por um mercado na região, acabamos comendo mesmo na Crêpe Affaire, um lugarzinho simpático e com crêpes bem leves. Nada especial, mas hit the spot.

Minha irmã pegou seu shuttle pra Heathrow e eu fui encontrar o Thomas no Strand pra umas pints. Fomos (de novo!) ao velho Wellington e ficamos lá até muuuito tarde. Tive que correr pra pegar o Gatwick Express e chegar no aeroporto em tempo para fazer check-in. Felizmente, deu tudo certo e cheguei em Schiphol no horário previsto, onde meu amor esperava por mim... :)

Ufa, viajar cansa.

(não, não tô reclamando. Mas que cansa, cansa)

Na terça fomos até Chelsea ver se o Gordon Ramsey tinha razão ao dizer que o Vingt Quatre tem o melhor breakfast da cidade. Pedi um hambúrguer, que embora um pouco fussy, estava bom. Não é excepcional, mas como diz o nome, fica aberto 24h e tem de tudo um pouco no cardápio, além de ficar num dos bairros mais legais de Londres.

Depois fomos até a Tate Modern ver a exposição especial da minha dupla favorita, Gilbert&George. Wow. Dezoito salas cobrindo todas as fases, dos desenhos em carvão sobre papel até uma série de painéis criados especialmente para essa mostra.
Gilbert e George se encontraram há 30 anos e desde então nunca se separaram, tornando-se uma entidade que é uma obra de arte em si - dinâmica, pensante, agressiva e questionadora. Vendo as séries de "esculturas" (na verdade, grandes painéis compostos, usando fotografia como base pra uma série de tratamentos diferentes) "Cherry Blossoms", "Dead Boards" e "Bloody Life", por exemplo, é impossível não ficar impressionado com o vanguardismo desses dois, ainda na década de 70. Imagens aparentemente simples, que montadas do jeito certo passam todo um universo de significados. A série "Dirty Words", então, é punk rock até o talo. E por aí vai, passando pelas décadas de 80, 90 e os anos 2000.
Mas sinceramente, eu odiei a fase atual deles. Desde que descobriram que podiam trabalhar suas imagens digitalmente, o conteúdo simplesmente evaporou. As obras a partir de 2003 me parecem meramente uma casca, sem força. Bah.



Cunt Scum, 1977. Foto do site da Tate.


Como o badalado Anchor&Hope é praticamente atrás do museu, pensamos em dar uma olhada pra ver se conseguíamos mesa para o jantar. No chance, seis da tarde e o gastropub já estava cheio. Pensamos em ir ao Tas, um turco bem cotado exatamente do outro lado da rua, mas aí vimos o Livebait...
No geral, muito bom. O fish and chips da minha irmã era absurdamente gigante, e o meu haddock defumado com purê de batatas com ervas bem saboroso. Um pouco caro, mas o serviço é atencioso e tem uma carta de vinhos razoável.

Na segunda-feira, depois de um ótimo full English breakfast no The Swan (lovely grub, nice service), fomos até Camden Town. Que é um lugar muuuito melhor de se explorar fora dos finais de semana, quando fica intransitável (como todo mercado que se preze). É meio decadente e muito turistão, mas como minha irmã não conhecia, acabamos indo lá (next time, East End).

Depois de comprar roupinhas lindas de uma bicha japonesa l-o-k-a e um exfoliante de sal do Mar Morto inacreditável de uma israelense que sabe vender, paramos pra um café com o Francesco, uma criatura totalmente italiana que se mudou da Holanda pra Inglaterra on a whim, hahaha. Impagável.

Fomos de lá para a Harrod's, ver o tão falado Food Hall. Erm, achei o da KaDeWe em Berlim cinquenta vezes melhor e mais variado, mas entendo o hype. Loja da Ladurée ao lado de um quiosque Krispy Kreme, hahaha. Achei a seção de vinhos e champagne fraquinha.

Minha amiga Aline me ligou e marcamos no Imli, ali na Wardour St. Conceito interessante, tapas indianas. Pequenas porções pra serem divididas, ótimas bebidas, ambiente hip e...claro, um garçom brasileiro. Hee hee.
Depois, fomos dar uma volta no quarteirão e checar as pâtisseries do Yauatcha, que a TimeOut escolheu como "melhor dim sum" da cidade. Hm, me pareceu apenas mais um desses chineses modernos na linha do Ping Pong, mas os doces da casa de chá pareciam bem executados e com sabores criativos. De repente pra uma próxima.

*Eu realmente prefiro lugares mais autênticos e menos trendy. E daí que a decoração foi feita pelo Christian Liaigre e os uniformes desenhados pelo criador dos figurinos do "Crouching Tiger, Hidden Dragon" (! ! !)?...

Pegamos o ônibus na Regent St. and called it a night.

February 26, 2007

Partimos ao meio-dia no domingo em direção a Londres, pelo Eurostar. Eu adoro viajar de trem - você sai de um lugar e chega em outro sem grande esforço, sem filas pra check-in, raio x, imigração, etc. No caso de Londres, evidentemente essa última parte é uma exceção. Todas as vezes em que fui pra lá de trem, o controle de passaportes foi num ponto diferente. A primeira, em 96, dentro do trem mesmo. A segunda, em 2003(?), na estação de Waterloo, com guichês e tudo. E desta vez, na Gare du Nord mesmo. Achei engraçadíssimo, sair da imigração francesa, dar dois passos e passar pela britânica.

(Tem "duty free" na gare! Consegui comprar meu duo de cremes Clarins pelo mesmo preço que no inflight da AF - ça veut dire 67 euros o duo, sendo que separados cada um custa 55 - yay!)

Chegamos em Waterloo e fomos pra Paddington, procurar o hotel. Bastante razoável, atendimento simpático, quarto enorme. Em geral meio surrado, mas bem aceitável. Saímos em seguida pra ver o que estava acontecendo em Chinatown, já que era o dia do Ano Novo lunar.

Jesus. Quanta gente. Já ali na Shaftesbury Ave. as ruas estavam lotadas de gente, e pararam o acesso de carros na Charing Cross naquele pedaço. Tentamos chegar na Gerrard St., mas era impossível. Fisicamente, humanamente impossível. Acabamos entrando numa confeitaria chinesa ali no começo da rua mesmo e compramos umas bobagens. Ainda não eram cinco da tarde, quando ia rolar uma queima de fogos, mas resolvemos sair rapidinho. Fomos até a Oxford St. ver as lojas. Entrei na Virgin e achei "Pepi, Luci y Bom" do Almodóvar, um dos meus Top10! E que nunca tinha sido lançado em DVD antes! Gah, surtei e comprei rapidinho.
Resolvemos comer e achamos o Noodle Inn bem interessante, ali na rua mesmo. Noodles feitos na hora por um chinês na vitrine, como em NY e Seoul. Dentro, limpo e moderno e com uma frequência 50% de chineses (o que é um ótimo sinal). Pedi um roast duck ramen e dumplings de pork&chives, tudo muito bom. Minha irmã comeu um fried udon com crab e dumplings fritos de cebola, também ótimos. Com chá verde e uma sobremesa, tudo deu uns 25 pounds. Pras duas. Achei bom.

Resolvemos ir ao cinema assistir a "Music and Lyrics", a nova oportunidade de ver o Hugh Grant fazendo o papel de...ehm, Hugh Grant (solteiro, boa vida, irônico e charmoso - algum papel dele NÃO foi assim?). Eu já tinha visto o trailer aqui e achei ótimo.

(músico nos anos 80 vivendo de glórias do passado, tem uma chance de voltar ao mercado, hooks up com moça legal e talentosa vinte anos mais nova que o inspira de novo- hm, that sounds familiar)

Adooooro Hugh Grant e adoooooro a Drew Barrymore. As músicas são catchy, a tiração de sarro do meio da música pop é bacana (George Michael, A Flock of Seagulls, Britney, Xtina, Madge, alô?). O ingresso foi caro de doer (ali no Odeon da Leicester Sq) - 12,50 libras (!!!!), mas foi legal.

(e é por isso que eu AMO meu Pathé Unlimited aqui)

February 25, 2007

Sábado fomos direto ao Marché d'Aligre, perto da Bastille. No caminho, paramos pra comer um sanduíche no Le Bastoche. Bom e rápido (panini 4 fromages, yuum!)
Também paramos para comer ostras ali do lado do mercado. Esse lugar eu nem publico onde é porque não quero que fique conhecido demais, hahaha (quem quiser saber me escreve). Mas só posso dizer que é imperdível.
O mercado é bom, praticamente food-only. Com um mercado coberto ao lado, que tem quiosques maravilhosos - carnes, queijos, produtos regionais...

Fomos depois ao 5ème procurar a Librairie Gourmande - que é simplesmente O lugar para se encontrar livros relacionados a qualquer coisa de gastronomia/culinária. Fascinante. Eu conhecia a rue Dante e a contígua rue St.Jacques pela concentração de livrarias relacionadas a quadrinhos, mas nunca tinha reparado na Gourmande, o que é uma pena. História da gastronomia, gastronomia molecular, guias de endereços gourmands em Paris, vinhos, you name it. Tem lá.
Atraídas pelos frutos do mar expostos do lado de fora, entramos no Le Bar à Huîtres pra comer algo. E acabamos pedindo um plateau de fruits de mer, que como o cardápio diz, era géant.Um king crab inteiro, ostras, camarões, mariscos, vieiras, caracóis...yum.
Estourando (óbvio), voltamos pro hotel pra arrumar as malas.

Depois desse almoço memorável, fomos andar por Montparnasse, pra subir a Rue de Rennes até St. Germain. Passamos na Fnac pra retirar os ingressos do show dos Toasters à noite e estava absolutamente lotada de gente. Estranhíssimo, mas como a bilheteria é separada dos caixas (graças!), entramos e saímos rapidinho.
A cidade ainda estava em época de soldes, então conseguimos comprar um sapato roxo maravilhoso na Aerosoles por 40% do preço original (alguma mulher consegue NÃO comprar sapatos, mesmo que tenha decidido não gastar com nada?).
Chegamos em St. Germain e fomos direto procurar a loja do Pierre Hermé. Antes, passamos na Ladurée pra Lana conhecer, e como sempre tinha fila. Mas os macarons valem esperar. Na PH, os sabores que sobraram àquela hora eram os clássicos, pistache, café, rosas, etc. Mas tinha dois especiais, um de trufa branca e avelãs, e o de chocolate com coco. Ah, tinha o de chocolate com yuzu também. Compramos um de cada sabor (mais ou menos 1 euro cada) e pagamos 11 euros. Todos são ótimos, menos o de trufa branca, porque...bem, porque fiquei com gosto de óleo de trufa na boca durante horas. Numa massa teria sido lindo, mas não num macaron. Eca.

Voltamos pro hotel, engolimos um kebab com fritas ali do lado mesmo (éééé, almoço 3 estrelas e jantar -1, hahaha - mas estava tão bom!) e fomos em direção à banlieue achar o Fahrenheit, em Issy-les-Molineaux. Ele fica num lugar chamado Espace Icare, que parece ser um centro cultural. Chegando lá, só rockers, two-toners, rockabillies, punks diversos e alguns membros do "movimento", completos com suspensórios, camiseta pra dentro da calça e Doc Martens nos pés. Mas todos pacíficos. E pouquíssimas mulheres, a maioria namoradas dos caras que estavam por lá, devidamente nos seus figurinos pin-up-billy.
A primeira banda era a havaiana Go Jimmy Go, que faz um ska compassado, com metais e um guitarrista legal. O ponto fraco é o vocalista, que não decidia se cantava soul ou ska. Enfim. Me diverti com dois rude boys paramentadinhos que ficaram dançando ali na nossa frente. Eram dois protótipos do estereótipo do ska, da boininha two-tone até a dancinha de bracinhos. Lindinhos.
E aí...os TOASTERS! Eles mesmos, que fizeram um dos shows mais legais que vi em SP há alguns anos. O Robert Hingley um pouco mais velho mas com o mesmo pique sarcástico, e botaram todo mundo pra pular. Eu nem acreditei. E quando tocaram "Don't Let the Bastards Grind You Down" eu realmente não acreditei. Love it love it love it.

(quando eu descobri que eles iam tocar em Paris no mesmo dia em que estaríamos lá fiquei PASSADA com esse golpe de sorte. Santa Fnacspectacles. E viva a Internet)

Na sexta-feira, tínhamos uma reserva para o almoço no L'Astrance (feita há um mês), o restaurante de Pascal Barbot e Christophe Rohat que acabou de ganhar sua terceira estrela Michelin este ano. Descemos na estação Passy às onze e meia, e fomos matar o tempo andando pelo quartier, com a Tour Eiffel bem ali do lado.
A casa é pequena e moderna, e ainda estava vazia quando chegamos. Fomos recepcionadas e acomodadas, nos ofereceram um apéritif. Pedi un petit champagne, e o sommelier me serviu uma taça de alguma coisa absolutamente divina. Não guardei o nome (crap!), só o fato de ser feito inteiramente de Pinot Noir. O perfume era delicioso, frutado, e o sabor surpreendentemente seco E rico. Junto, chegaram alguns amuse-bouches - uma pequena torrada de brioche coberta de manteiga e lascas de trufas pretas, e uma colherinha com uma emulsão de parmesão. Jesus, já começou bem.
Nos cardápios, trazidos pelo próprio Rohat, nada de pratos listados. Apenas uma lista dos ingredientes da estação que podem ser utilizados nos menus - Déjeuner, d'Hiver e Astrance - todos surpresa. Claro que pedimos o menu de inverno.

O primeiro prato foi um shot glass com creme de bacalhau, iogurte com cardamomo e por cima espuma de cardamomo. Pela primeira vez na minha vida, quase chorei ao provar a primeira colherada.
Depois, algo que é um clássico do lugar, foie gras com champignons. Imaginem um mil-folhas, sendo que a massa são fatias finíssimas de champignon de Paris intercaladas por fatias de foie gras e uma gotinha de purê de limão. Depois, scallops passados na frigideira com creme de iogurte e curry, um velouté de aipo com creme de parmesão e trufas negras E uma fatia de trufa por cima, uma carne branca (porco) absurdamente macia e suculenta ao alho-poró e gengibre, acompanhada de uma fatia de berijela ao missô, um peixe (lotte) pan-seared com baby bok choy, sorbet de limão com pimenta vermelha, e mais umas três ou quatro sobremesas, já nem lembro mais (tortinha de ganache de chocolate, algo com leite de amêndoas, pêras cozidas com espuma de...sei lá, e um prato com frutas frescas cortadas). Tudo servido com elegância (sem ser pedante) e quase numa coreografia. E quando a gente acha que terminou, ainda vêm madeleines e um eggnog ao jasmim, dentro de uma casquinha de ovo de verdade. Delightful.
Não tiramos fotos, mas este blog e este fizeram o serviço. Claro que alguns pratos variam, porque afinal o menu é surprise. E sabem de uma coisa? Vale cada centavo.

February 23, 2007

Okay, back to the basics : Paris and London.

Cheguei na Gare du Nord na quinta, e não pude deixar de notar que descer do trem e andar pela plataforma me fazia sorrir sozinha e pra ninguém, feito uma idiota. Era inevitável. Pra piorar, o céu estava azul e o sol brilhando. Só faltavam os passarinhos cantando, certo? hahahaha
Fui pro hotel, ali na frente da Gare de l'Est. A entrada é meio surrada, mas os quartos são todos renovados, banheiros modernos e o recepcionista elegantérrimo. Tinha mais cara de segurança de clube de luxo do que de recepcionista - alto, grande, cabeça raspada e terno preto/camisa preta, mas um amor de pessoa, e nos deu o maior quarto do andar :)

(o que não quer dizer que era grande, vejam bem)


(o quarto, gente, o quarto...)


Voltei pra estação pra esperar minha irmã. É, esperar foi a palavra certa. Umas duas ou três horas até ela chegar de Barcelona em Roissy e depois pegar o RER. Pelo menos comprei duas revistas, a Première com a Monica Bellucci loira na capa e a TimeOut Londres 2007. E achei um lugar onde tomar um espresso (frio, claro, como em toda a cidade) sentada pagando menos de 2 euros.

Ela chegou, para o meu alívio, e fomos procurar algo pra comer. Descemos no Carrefour de l'Odéon com a intenção de procurar a Crêperie du Comptoir, que é o anexo do restaurante do Yves Camdeborde, o Le Comptoir (que é indicado como um lugar fantástico pra se comer - o problema é conseguir uma mesa). Eu esperava que a crêpe du jour fosse algo mais excitante, mas como não era, pedi um velho jambon-fromage mesmo. O diferencial é o acréscimo de echalotes e salsinha picadas no presunto e queijo, e a crêpe ser uma galette sarrasin. Bastante bom pra uma comida de rua, mas uma hora quero jantar na casa-mãe mesmo.
Andamos mais um pouco até o boulevard St. Germain, e fomos parar nas ruas de trás do Boulevard St. Michel. Uma banda de uns 8 músicos tocando marchinhas na rua pra ganhar uns trocados, conseguiram atrair uma boa multidão. Vários restaurantes novos, uau. Abriu um coreano, o Mun Dong, e resolvemos ver qual era.

A decoração é simples e de bom gosto, e o cardápio verdadeiramente coreano (em Paris tem um monte de restaurante que se diz coreano mas é japonês, vai entender) - desde menus montados até comfort food coreana. Baratinho e gostosinho. Não genial, nem excepcional, mas gostoso. Valeu, até.

Hey, I'm back. Uma semana que pareceu um mês (pra mim, não pra vocês), mas já já eu conto.

Antes, tem uma coisa que eu preciiiiiiiiiiso mostrar pra vocês! Minha gatinha apareceu no Stuff on My Cat, hahahahahahahahahahahahaha. Picota, orguuulho da família.

*morrendo de rir da Princesa Léia, tadinha*

February 15, 2007

Goin' west. Volto em uma semana!

February 14, 2007








Aw, o Valentine's Day aqui foi tentar passar o máximo de tempo possível grudados. Como se não fosse assim todo dia, hahahaha. Um ano e meio sem passar um dia sequer longe um do outro e sem pensar "ai, que saco". Ah, é isso é que é amor, é? Então happy V-day, everyone.

February 13, 2007

OMG.
Eu não sabia se ria porque é bonitinho demais, ou se chorava (porque é bonitinho demais).



Via CuteOverload, evidentemente.

February 12, 2007

Eu não lembro onde achei esse blog, mas a idéia e a pesquisa são geniais. Quem diria que Whistler e Jimi Hendrix teriam alguma relação?

Videozinho legal sobre Amsterdam.

(o barquinho que aparece no começo é quase igual ao que a gente usou pra fazer a festa de casamento :)

February 11, 2007

Esqueci de comentar, comprei a trilogia da vingança - "Mr. Vengeance", "Old Boy" e "Lady Vengeance" (o meu Old Boy antigo sumiu e agora tenho um Mr. Vengeance sobrando, alguém quer?). E meu respeito pelo Chan-Wook Park só cresce. Porque além de conseguir usar a violência como expressão de (e contra) uma cultura contida e tradicional, ele ainda faz com que ela não seja executada por gigantes musculosos com cérebros empedrados, ou mega-armas superhiperpoderosas. Violência como provocação, e não para alienação.

Assistir a "Sympathy for Lady Vengeance" traz imediatamente à mente a saga de "Kill Bill", obviamente tratada de forma muito diferente. Ao passo que na vingança do Tarantino o sangue jorra e espirra à maneira mais irreal dos filmes de samurai dos anos 60/70, no filme do Chan-Wook Park ele escorre, lentamente. A protagonista, Geum-Ja, não é menos sedenta que a fabulosa Beatrix Kiddo, mas é muito mais calculista e manipuladora. E tão stylish quanto, devo dizer.

Resolver tudo com as próprias mãos (ou as mãos dos outros), ah, que faca de dois gumes!

February 09, 2007

Tá, call me insane. Além de ter que comprar todos os números da Little Lulu que a Dark Horse publicou, agora tô com obsessão por "Nana", o mangá da Ai Yazawa. Comprei os 4 primeiros volumes, li todos no final de semana e ainda passei um tempão assistindo ao anime no YouTube. E ainda vi o longa-metragem inteiro...

Motivo de tu muerte: En un comodo sillon, en frente de la chimenea que construiste con tus manos en lo que te parece fue hace una eternidad, la muerte te sobreviene mientras solo tienes una sensacion de total agradecimiento por la vida que has llevado, sin excentricidades pero con una existencia embargada siempre de una total felicidad rodeado de los tuyos...
Anna muere el 28 / 01 / 2045
a la edad de 73 años.


Então tá, todo mundo avisado, hein?

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

A Lisa pegou exatamente o que eu queria mostrar na foto da neve lá embaixo. Que sempre tem um maluco de bike, não importa que a neve grude na cara, que os dedos congelem.... :)
Acho que tu ia gostar de morar aqui...pra mim, bicicleta só na primavera/verão!

February 07, 2007


Hoje.

Assisti a "Apocalypto", o último delírio do Mel Gibson.

"Ten little,
nine little,
eight little indians,
seven little,
six little,
five little indians,
four little,
three little,
two little indians,
one little indian boy"

Oops. Contei o filme todo pra vocês. Tá bom, assim vocês não perdem duas horas e meia de suas vidas como eu.

(é um filme ambicioso, certamente. Falado inteiramente num idioma que não existe mais, bom selvagem vs. mau selvagem, cenas grandiosas e figurinos extremamente caprichados - mas o Mel Gibson tem uma queda inexplicável por sofrimento, associações óbvias e c-â-m-e-r-a-l-e-n-t-a. Nenhum dos três me agrada)

Coisas que só o Orkut faz por você - parte II

Eu não gosto de expor pessoas que não conheço, mas esse aqui que tentou me adicionar é muito peculiar. Quem tira foto no supermercado e na frente de caixa eletrônico?

Well, well. So lightning DOES strike twice.
Quando a Mostra de SP organizou um show dos Leningrad Cowboys em 2002 no Palace (yeah, tio Leon. Festival de Rotterdam, hello?), claro que fui correndo assistir porque era uma oportunidade raríssima. E não é que eles vieram tocar aqui no Melkweg hoje? (será que por isso que nevou?)

Ainda bem que eu já tinha comprado os ingressos há duas semanas, porque encheu.
E show pra mim é isso - rock 'n roll, ska, punk - pra dançar, pular, gritar junto. Música de deprimido eu ouço em casa, brigada. Elvis gordo cantando Uriah Heep, Michael Jackson punk, Bangles tocadas à Slayer, Johnny Cash versão black metal. Tudo pode em Amsterdamski, hahahahaha. Sem contar a parte que eu mais gosto, quando eles tocam "Those Were the Days".
E o show aqui foi bem mais legal que o de SP, simplesmente por causa do espaço. O Melkweg é menor e o som fica mais "quente". Pra banda é bem mais apertado, mas pra quem já tocou no CBGB...a insanidade é a mesma. Adooooooro os finlandeses.

February 03, 2007

Por falar em artificial, ontem tentei fazer um molho à bolonhesa com carne de soja. A cara ficou igualzinha à de um molho feito com carne bovina (scary!), mas o gosto é meio bizarro. Não ruim, mas bizarro. E curiosamente, depois de comer me senti 30 vezes mais empapuçada do que me sinto com carne. Irc.

(não, não estou pensando em virar vegetariana. Foi só uma experiência. Eu estava curiosa. Eu, hein? Eu gosto é de carne!)


hahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahaha, já ouvi tanto essas frases do parênteses, mas em outro contexto, com outras palavras...*rindo sozinha*

O McDo daqui lançou uma linha "Semana de inverno" - 3 hambúrgueres diferentes, o "Raclette", o "Fondue" e o "Rösti". Experimentei o "Raclette". Hambúrguer, 3 tipos de queijo (alguém avisa que todos têm o mesmo gosto de nada?), molho de queijo num pão de queijo. Irc. Death by artificial cheese.

O mais bizarro é que eles anunciam que quem tiver quebrado alguma parte do corpo praticando esportes de inverno, é só ir engessado ao Mc que ganha um desses sanduíches de graça.

Jesus.

Querendo aproveitar meu Pathé Unlimited ao máximo, resolvi sair de casa só pra assistira a "The Illusionist", antes que saia de cartaz. Porque Edward Norton é sempre um bom motivo - pra qualquer coisa.

Tá, o Paul Giamatti também.

E não desapontam. Nice flick. Como "The Holiday", não é cinema-manifesto, cinema-realista, cinema-neo-realista, cinema-whatever. É cinema cinema. Simples, entertaining, conta uma histórian interessante, com elenco ótimo e fotografia bem-cuidada. Um pouco estranho e um pouco inclassificável, mas entertaining.

February 01, 2007

Pra quem quer perder peso, ou apenas monitorar sua alimentação, este site aqui é bem interessante. É meio limitado na lista de alimentos, o que força a gente a listar o que comeu de forma meio aproximada só, mas ele faz um pie chart interessante da sua ingestão de proteínas, carboidratos e gorduras no dia, permitindo tentar dar uma equilibrada quando se peca pelo excesso ou pela falta - além de listar os nutrientes que estão abaixo da quantidade diária recomendada. Além disso, tem uma parte onde se listam todas as atividades físicas do dia, calculando a quantidade de calorias gastas. Achei legal.

A gente é o que come, não tem jeito.