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June 27, 2011

Aagh. Tanta coisa.

O Holland Festival deste ano foi especialmente imperdível - Laurie Anderson, Isabelle Huppert, Sidi Larbi Cherkaoui, Sasha Waltz, Peter Brook, Wooster Group - foi difícil escolher. Mas com ingressos de 35 a 40 euros, não dava pra ir em tudo.

Acabei optando pela "Une Flûte Enchantée", do Peter Brook, e a montagem de "Vieux Carré" do Wooster Group.
Fiquei absolutamente encantada com o primeiro e entediada com o segundo, olha só (o oposto do que eu esperava). Mas a leitura minimalista de Brook da ópera "Die Zauberflöte" vai ser a minha definição de beleza por muito tempo. Bambus, iluminação simples e um piano : tudo com o objetivo de deixar a música de Mozart brilhar por conta própria, sem adornos. Um elenco de cantores muito decente - exceto a soprano no papel de Pamina, que me irritou pela fraqueza e inexpressividade (infelizmente, não era a que aparece neste vídeo), e pronto - quando vi, já estava chorando no meio. E querendo ver de novo.
(pena que já estava tudo esgotado - mas parece que vai ser encenada em Porto Alegre mês que vem no POA em cena! Se for pra SP também vai ser demais :)

Já a montagem de "Vieux Carré", do Tennessee Williams, foi cansativa e pouco ousada. Bons atores, mas muito apego a um texto pesado acabou tornando a peça chata e arrastada. Não há cenografia industrial e modernidades que segurem. Enfim, eu devia ter ido ver a Isabelle Huppert fazendo "Un Tramway".

December 13, 2009

Engraçado, fazia muito tempo que não ia ao teatro. Nunca via nada interessante o bastante em cartaz pra me tirar de casa aqui. Em São Paulo, na pior das hipóteses, iria ver o trabalho dos amigos. Mas aqui? A programação do Stadsschouwburg se alterna entre textos clássicos e contemporâneos, cujo único ponto em comum é serem batidos. Vejo as fotos de algumas montagens, bocejo. E há os centros culturais, com algumas coisas mais criativas, mas nada de arrebatador. E pra eu botar meu pé na rua hoje em dia, francamente, precisa valer muito a pena.

(= velha, cansada e ranzinza)

Mas aí vi uma peça de Jan Fabre anunciada, e me obriguei a sair da inércia. Dois dias apenas de "The Orgy of Tolerance", o trabalho mais recente da Troubleyn (a companhia de Fabre), então comprei os ingressos sem pensar muito. E lá fui eu.

A sala nova do Stadsschouwburg é uma caixa preta moderna, com um palco entre o semi-arena e o italiano. A única coisa estúpida é a distância entre as filas de cadeiras, que obriga a fileira inteira a se levantar pra deixar os atrasados que têm assentos bem no meio (claro) passarem.

A peça? Com esse nome, achei que fosse mais radical. Mas a primeira metade foi só de sketches parodiando a TV e a sociedade de consumo. Como se a gente já não aguentasse muito disso há umas décadas :\ Sinceramente, Jan Fabre ou não, vi trabalhos amadores melhores que isso. Mas depois as ideias começaram a se tornar mais interessantes visualmente, e as partes com menos texto acabaram sendo melhores. O elenco era bem uniforme, mas não achei ninguém brilhante. E a crítica ao excesso de tolerância (=bundamolismo + politicamente correto) é bem procedente, mesmo que não executada da maneira mais criativa possível (hã, a personagem que grita impropérios racistas vai vestindo uma roupa que se revela...tadaaaah, um uniforme da KKK. Smooth it ain't). O discurso do John Doe de "Se7en" teria cabido bem ali.

Enfim, saí dividida. Gostei, mas muito menos do que esperava. Valeu por alguns momentos bons e por me tirar de casa, mas dificilmente vai ser algo a que eu vá me referir no futuro. Excertos aqui no vídeo :

May 29, 2008

Momento propaganda:



Pra quem estiver em SP, vcs já sabem : recomendo fortemente. E não é só porque o Luiz mora no meu coração, hein?

(ele não é lindo? sigh)

September 25, 2005

Desde quinta-feira está rolando o RoboDock, um evento multimídia que tem como tema robôs e engenhocas, misturando tecnologia e arte. A proposta é bem interessante, e o espaço também. Pegamos o ferryboat pra alcançar uns galpões desativados ao norte da cidade. O décor foi feito num clima de circo decadente, que misturado com os muitos moicanos, dreadlocks e outras extravagâncias visuais da parte do público e às várias estruturas metálicas de aparência indecifrável espalhadas pelo campo, dava a tudo um ar de quermesse cyberpunk, ou algo saído da cabeça de Luc Besson. Jeunet, talvez.
As instalações e performances seguem a linha do Fura, com fogo, água, gritos e barulhos e trilha sonora industrial. Evidentemente, um sucesso. Gostei do trabalho de um grupo alemão chamado Dead Chickens, que montou duas vitrines. Uma apresentava uma criatura robotizada com três cabeças, que canta. A outra mostra um quarto de criança coberto de lixo e povoado por criaturas disformes, monstros que gritam e crianças-zumbi de olhos mortos.
Outro favorito nosso foi o contêiner "Cell", de Miles van Dorssen, que acaba virando um instrumento de percussão (e repercussão) ao ser espancado por pistões pneumáticos segundo um MIDI.
Ainda vimos um show do Clitoscratch, uma banda francesa que acaba soando como um crossover de Madness com Louise Attaque, e um dos The Anomalys, um duo punk (é, um duo), num palco que era um brinquedo de carrinhos bate-bate de parque de diversões.
Fechamos a noite vendo uma apresentação do Eluxifer e Pazzina, uma performance circense-teatral-trash. É, circo punk, eu falei.