Aliás, isso me lembrou de uma coisa. Desde a época de escola, meus amigos foram sempre o underdog. Sempre os marginalizados, os esquisitos, os desfavorecidos e os desequilibrados - o que num colégio de elite como o Dante era imperdoável ser. Mas não tinha jeito, eu não me identificava de jeito nenhum com as clueless lindas de sobrenome quilométrico que eram ótimas no vôlei, tinham milhares de garotos atrás, iam viajar todo ano, fumavam e andavam em bandinho atormentando justamente as meninas "esquisitas".
Eu não era nem uma coisa nem outra, eu acho. Quero dizer, eu era extremamente tímida, tinha fama de CDF (mesmo não sabendo estudar), era PÉSSIMA em esportes (pe-ca-do-su-pre-mo), nunca tinha tido namorado (oh!) e ainda por cima filha de imigrantes orientais (ou seja, minoria racial - esquisitíssimo!). Mas ao mesmo tempo morava nos Jardins, viajava pro exterior de vez em quando, tinha sempre trequinhos legais que todo mundo cobiçava e era amicíssima de um dos meninos mais bonitos do colégio, então ninguém sabia onde me encaixar, hahaha. As meninas da elite me achavam nerd demais e as freaks me achavam metida demais. Mas era com as últimas que eu andava. Nem todas eram pessoas boas, algumas foram o equivalente humano à tênia, mas mesmo assim garanto que foi bem mais construtivo do que zanzar pelo shopping com a fina flor podre da sociedade.
August 05, 2002
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment