Semana passada finalmente fui conhecer Rotterdam (o consulado brasileiro é lá). A uma hora e pouco de trem daqui, a cidade é absolutamente o oposto de Amsterdam. Prédios altos, futuristas, muitos carros nas ruas largas, restaurantes e lojas modernos, clima cosmopolita. E aí me dei conta de como minhas origens paulistanas necessitam de edifícios gigantes e cheios de luzes e de faróis de carros para se sentirem em casa. Mas é verdade, me crucifiquem : eu prefiro o anonimato que só as grandes metrópoles podem dar a viver em vilarejos preservados e lindamente pitorescos, onde todo mundo se conhece. Mas só pra provar que ninguém nunca está satisfeito, em São Paulo eu sonhava em morar num predinho sem elevador, numa rua onde tivesse feira perto e bares e lojas legais que se pudessem acessar a pé. Nos sábados de sol faria as compras no comecinho da tarde e passaria o resto do tempo fazendo pão, cultivando ervas aromáticas e recebendo os amigos na minha casa muito aconchegante. Ironia do destino : consegui exatamente tudo isso, mas não em São Paulo. E não, não estou me queixando. Reclamar do quê? É a vida que eu queria, não é? O lugar é legal, as pessoas é que estragam. Exatamente o que dizem de Paris. E hoje me pego suspirando por apartamentos em andares altos em prédios em que você não conhece nenhum dos vizinhos, e por fazer compras em hipermercados onde é impossível ser atendido pelo mesmo funcionário no caixa duas vezes seguidas. You just can't win. Ou eu é que tenho problemas seríssimos.
(não nasci pra ser famosa, definitivamente. O meu apreço ao anonimato e à privacidade é algo mais forte do que eu. Me incomoda até ser reconhecida pelos garçons de restaurantes que eu frequento sempre em SP. É muita doença?)
Enfim, ir a Rotterdam foi quase como viajar, com a vantagem de ser muito mais perto e barato do que ir à Alemanha ou à França. Saindo do consulado, paramos no café Engels, no mesmo prédio. Cadeiras estofadas de oncinha, paredes vermelhas, um luxo. Saímos de lá e fomos andando até o Coolsingel, onde vários quiosques fazem as vezes de restaurante. Entramos no Wasabi, um japonês simpático bem na frente da prefeitura, um dos únicos edifícios sobreviventes ao bombardeamento na IIWW. O combinado de sushi e sashimi que pedimos foi ótimo, com peixes além dos obrigatórios salmão e atum. O mais interessante foi um de tobiko com wasabi, com os ovinhos tingidos de um verde vibrante, cor de gelatina de limão, mas com todo o poder do wasabi.
Andamos até o porto, lindo à noite, com todas as luzes e a Erasmus Bridge ao fundo. Achamos um bar/restaurante descoladíssimo, o Bazar, ao lado do hotel de mesmo nome. Apesar de só termos bebido cerveja, vi que o menu é basicamente turco/mediterrâneo, e pelos pratos que vi circulando, a comida deve ser ótima. O ambiente é animado, cheio de gente jovem/bonita/moderna, atendimento idem. Cool. Preciso voltar lá alguma hora.
Mas não vejo a hora de chegar em SP, pra falar a verdade.
November 29, 2006
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7 comments:
Ai eu pensei que essa vontade louca de chegar em SP era mal de quem vivia em Buenos Aires....louca por um sashimi decente e botecos!!!
Outro dia tava falando com uma amiga sobre os percalços e qualidades de morar aqui, e ela me disse " É como o Tom Jobim disse qdo perguntaram pra ele como era morar nos EUA: " Morar aqui é bom, mas é uma merda, e morar no Brasil é uma merda , mas é bom" ". hahaha..
E qdo vc vai Annix? E a gabi, por onde anda, vc sabe?
Hehe, essa do Tom foi ótima.
To indo dia 14, Lê! Passar Natal e Ano-Novo. A Gabi tá em SP enlouquecida, penso eu. Com casamento marcado pra abril, o resto eu também não sei! :-)
Eu amo São Paulo, não troco por nada. Tô feliz aqui pq é temporário. Honey, vc já ouviu falar do http://ditemoda.blogspot.com? Amanhã, dia 1º, vários blogueiros falarão sobre a ditadura da moda. O manifesto tem até um selo. Bjo
Coincidentemente, dia desses vi um programa - "Oi Mundo Afora", no GNT - justamente sobre Rotterdam.
Quanto ao "não nasci pra ser famosa", somos duas, fia. Agora imagine alguém very shy, igual a nóis no "apreço ao anonimato e à privacidade" e etcs e tais, que de repente se vê alçado à categoria de celebrity, e que passa a ser barrado a cada 2 metros na rua...
Tal pessoa quer desesperadamente cair fora. O resto cê sabe.
Ah que ótimo! Vamos ver se nos encontramos lá! Chego dia 18 e Aninha dia 16, poderiamos marcar algo com a D. Gabriela, ne?!
Bjo!
Genial, Lê! Vamos marcar, vou falar com a gaybee. :**
eu prefiro o anonimato que só as grandes metrópoles podem dar a viver em vilarejos preservados e lindamente pitorescos, onde todo mundo se conhece.
eu não sou paulistana mas adoro o estilo de vida de SP (só não moraria lá, hehehe). tenho uma atração inexplicável pelo anonimato que só uma metrópole oferece. por essas e outras, amo Londres, Paris (que nem chega a ser uma metrópole de proporções mas sim se comparada ao vilarejo que é Amsterdam).
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