March 21, 2007

Um filme sobre Piaf tem de obrigatoriamente ser passional, caótico, melodramático. Uma vida tão intensa tem de ser contada em fragmentos, sem passado, presente e futuro, porque Piaf é imortal e atemporal (bravo Olivier Dahan!). A Marion Cotillard fez um trabalho impressionante, a ponto de eu começar a chorar quando ela começa a cantar "Milord", como se eu estivesse vendo a própria, mesmo sabendo conscientemente que não. E as lágrimas não pararam até o final do filme, duas horas depois. Ver a expressão de pura felicidade quando ela está com seu grande amor, Marcel Cerdan, ou o terror antes de entrar no palco antes de se tornar uma lenda, ou simplesmente seu olhar perdido num torpor de morfina, o corpo encarquilhado precocemente por reumatismo, a devoção dos amigos e fãs, e sobretudo aquela voz fantástica é o suficiente para fazer qualquer um acreditar que a vida tem de ser vivida assim, ao extremo, et sans regrets.

Mesdames et messieurs, La Môme Piaf!

2 comments:

lisa said...

nossa, que post belo, annix!

Beth Blue said...

o filme é mesmo maravilhoso! e você conseguiu descrever melhor do que eu, hehehe.