June 19, 2008

Gosto tanto de ouvir alemão. Me lembra de quando eu estudava no Goethe, ali na rua Lisboa. A feira da Benedito Calixto estava começando, e nem de longe indicava que iria virar um inferno quase duas décadas depois. Um dos meus colegas de classe era o Mauro, que cantava com alguns amigos meus, tinha uma voz maravilhosa e dirigia um fusca verde-ervilha. "Quando o Sol Bate e se Firma" sempre me lembra dele. Foi um dos primeiros amigos levados pro outro lado.

A outra foi a Solange, menina lindíssima, amiga minha e do Luiz. Que foi quem me ligou pra dar a notícia, e demorei pra entender o sentido das palavras. Lembro até hoje do telefonema. Tinha dezoito anos, e era tão linda e querida. Saudades. Foi o fechamento de uma época tão feliz, de que eu sinto tanta falta. Dela, do Luiz, e de mim.

Mais recentemente, foi a Daisy. Daisoca, que todo mundo amava. Era uma instituição lá na Fundação Padre Anchieta. Foi uma das primeiras pessoas que punha uma fé excepcional em mim, e assim como fazia com todo mundo que ela considerava seus amigos. Mal a reencontrei no orkut, ela se foi. Assim, sem avisar. Daisinha, e eu que queria tanto te encontrar.

E tem meu pai, meu avô, minha avó. Sobre quem eu nem sei o que dizer, de tanto que tenho o que dizer.

Todos eles me vieram à mente ontem, todos juntos. E me trouxeram um sorriso.

2 comments:

ale said...

Puxa, sinto muito, Ana. Mas ainda bem que as lembranças trazem sorrisos.

Andrea Drewanz said...

Entre tantas perdas que acontecem na nossa vida, algumas ficam mais marcantes, né?
Tenho nas minhas lembranças um ex-namorado que morreu também super cedo. E o pior é que quando ele morreu, nós estávamos sem se falar...
Fiquei muito grilada...
Rezo por ele sempre!