August 10, 2008



Poppy pode parecer irritante no começo de "Happy Go-Lucky", mas essa é apenas uma das facetas desse personagem tão cheio de nuances. Ela pode parecer infantil e desmiolada e esquisita, mas entre instrutores de auto-escola problemáticos e amargos, professoras de flamenco abandonadas e vendedores de loja que não se dispõem a retribuir um cumprimento (ainda que maníaco), ela sai como a mais sábia e madura das pessoas. Porque entendeu que a gente não pode ser feliz sempre, mas também pode escolher não ficar se queixando de todo e qualquer acontecimento que fuja do ideal (o que torna qualquer pessoa MALA). E tem um profundo conhecimento da natureza humana, portanto. Com algumas palavras e olhares, ela consegue empatizar e simpatizar com qualquer um que cruzar seu caminho. E seguir o seu, na medida do possível.
Escrito e dirigido pelo velho e bom Mike Leigh, é um filme que a princípio não vai a lugar algum. Mas sim, vai. Go, Poppy.

3 comments:

Beth Blue said...

Vixe, achei esta personagem tão irritante...Eu adoro o Mike Leigh, mas este é um filme bem atípico, né?

De resto, acho que nem tanto ao mar nem tanto à terra. A vida é feita de bons e maus momentos, sol e chuva, claro e escuro. Enfatizar apenas um dos dois lados é viver a vida pela metade (pode até funcionar por algum tempo mas não se pode enganar todo mundo o tempo todo...). E se gente que vive reclamando da vida e da sorte (oh céus oh vida oh azar) é um saco, gente que vive sorrindo o tempo todo também!

Sem falar que alguns felizardos já nasceram predispostos para o otimismo, como esta Poppy (Pollyana) do filme.

Beth Blue said...

Ah...e ando sentindo falta dos seus comentários no meu blog :-(

Até brinquei com o F. que depois do que escrevi sobre o Batman você desistiu de ser minha amiga, rsrsrsrs (ele entende você perfeitamente).

Annix said...

Acho que tu não entendeu a idéia do filme muito bem.