Lisa Cholodenko & Julianne Moore <3 |
- Another Year -Conheço alguns casais como Tom e Gerri (!) e algumas mulheres como Mary. Mike Leigh conseguiu fazer outro filme onde todos os personagens são detestáveis, o mundo é cruel e os ingleses amargos. Ou seja, novidade não é, mas vale assistir, especialmente se você anda com vontade de sair um pouquinho deprimido do cinema.
- The Social Network - Bom filme, com boas atuações. Mas é só. É um exemplo onde o tema é mais importante que a realização - que no caso, explora as tensões pessoais entre o criador do Facebook e o resto do mundo, se permitindo algumas licenças roteirísticas pra enfatizar o drama. O Jesse Eisenberg fez um Zuckerberg quase autista muito bem e, na verdade, todos os outros personagens acabam se tornando irrelevantes e monodimensionais na história. Mas Andrew Garfield é sempre WIN.
- Potiche - O Ozon tem uma faceta muito Almodóvar e uma faceta muito Fassbinder (e Bergmaniana talvez?). Este é um almodovariano legítimo - temática gay-feminina, um absurdismo com um quê de campy, sexo, sarcasmo e crítica social, tem alguns dos meus atores favoritos no elenco (Fabrice Luchini, Karin Viard, Sergi López...) e é uma delícia. Donas-de-casa reprimidas, uni-vos!
Ah, a cinematografia e os figurinos são impecáveis. De verdade, impressionantes.
- The Kids Are All Right - já devo ter dito isso umas 500 vezes : mas eu AMO a Lisa Cholodenko. E fiquei felizaça desse último filme dela ter tido tanta exposição e tantos elogios, finalmente. E não tem nem mais graça comentar os filmes dela, porque são sempre tão bons e relevantes. Ainda gosto mais de High Art e Laurel Canyon, mas este tem a Julianne Moore :D
- Scott Pilgrim vs. The World - o filme mais besta do ano. Fim.
- Allt Flyter vi no voo de volta de Tóquio, e gostei tanto que vi de novo. É totalmente um The Full Monty sueco, com o strip-tease trocado pelo nado sincronizado. A diferença é que a trilha não vai ser hit de festinha da firma.
E fui a uma mini-maratona de documentários especial durante o IDFA. Achei ótimo ter sete filmes selecionados do festival à disposição num só dia, mas só assisti a três.
- Marathon Boy - Surpreendente. Eu esperava só uma história edificante sobre o menino que começou a correr aos 3 anos de idade, e tudo descambou pra luta do treinador dele com o governo, com direito a corrupção, intrigas, golpes baixos e violência. A Índia é dramática.
- You Don't Like the Truth - Bem interessante e muito relevante. É composto por cenas captadas pelas câmeras de segurança durante o interrogatório de 4 dias de Omar Khadr, um jovem canadense preso em Guantánamo, acusado de ter atirado uma granada em soldados norte-americanos no Afeganistão. A questão principal não é ele ser ou não culpado (eu acho que não), mas sim o tratamento dispensado a ele, que viola todo e qualquer direito humano. Espancado, torturado e detido sem ter tido um julgamento adequado, ele desaba emocionalmente nesses quatro dias sob a pressão dos interrogadores, desesperados pra ouvir algo que ele não tinha a dizer.
- The Two Escobars - Curioso e envolvente, apesar da produção meio tosquinha. Cruza as histórias de Pablo Escobar e de Andrés Escobar, jogador de futebol da seleção colombiana. Fascinante e revelador, mostrando o alcance do poder dos carteis de drogas na Colômbia e sua influência em áreas da sociedade que a gente nem imaginaria. Quero dizer, pra quem é brasileiro não é revelação nenhuma, infelizmente. Mas vocês entenderam, vai.