May 30, 2011




Uma semana fora e minha rotina fica all out of whack. Mas valeu tanto a pena :~

Eu já tinha marcado de ir pra Londres em maio pra acompanhar uma amiga que vinha me visitar. Mas aí, por um daqueles acasos que não podem ser meramente acasos, veio a notícia de que os Monkees iam fazer uma turnê no Reino Unido. Em maio. E o show em Londres ia ser exatamente na semana em que eu ia estar lá.

Fiquei histérica, mas bem menos do que eu esperava. Ok, no dia em que os ingressos começavam a ser vendidos, acordei e fui direto pro site do Royal Albert Hall, mas sem ansiedade, meio não acreditando que fosse lotar, meio lembrando das prováveis velhas fãs loucas que provavelmente iam esgotar os ingressos. E, claro, o site já estava sobrecarregado meia hora após o início da venda, mas dei sorte e consegui um ótimo lugar.

Minha amiga veio, passeamos, preparamos as coisas pra viagem. E quase esqueci o ingresso no quadro de avisos, tal era o meu detachment. Não li nada sobre a turnê, não preparei nada. Estava completamente blasé. No dia do show, finalmente caiu a ficha. O que me restava pra entrar no clima era percorrer o caminho até a sala de concertos a pé, ouvindo a banda no mp3 player, ao final de uma tarde ensolarada nas ruas de South Kensington.

E assim, levada por uma série de circunstâncias que eu nunca imaginaria até uns meses atrás, dia 19 de maio estava eu lá no mítico RAH, no meu assento da fila 14. Ao redor, fãs de todos os tipos e idades (mas boa parte entre os 50/60 anos). O balcão de merchandising da entrada parecia uma guerra, todo mundo queria comprar uma camiseta da tour (er, até eu. Vinte libras, mas eu ia me matar depois se não comprasse).

Começou pontualmente às 20:00h. As palavras "How everything started" (ou algo assim) surgiram no telão, seguidas por uma compilação de imagens da série, acompanhadas pelo tema tocado pela banda de apoio. E pronto, desabei.

Quando criança, eu era absolutamente obcecada por eles, conhecia todas as músicas de cor, assisti a todos os episódios da série, eles eram lindos e jovens. Portanto, foram a primeira banda de que fui fã nesta vida. Todas as vezes que eu ia aos Estados Unidos, voltava com discos, vídeos e o que mais eu encontrasse por lá. Beatles? Bah.

(e isso explica muito dos meus gostos até hoje)

E aí, trinta anos depois, eles estavam bem ali na minha frente, muito perto. Senti uma imensa gratidão e uma sensação de ciclo completado, descobri que ainda sou fanzaça, mas as minhas músicas favoritas hoje são as que eu desprezava quando criança, e os meus integrantes preferidos se inverteram (cresci, né?). Tirei fotos e fiz alguns vídeos, mas o que eu queria mesmo era gravar essa noite na memória. Foi um showzaço, tanto tecnicamente quando emocionalmente. Todos eles ainda mandam muitíssimo bem, independente da idade (quase 70 anos nas costas, os meus velhinhos), doenças e dramas pessoais. E sim, eles tocam de verdade.

Eu acho que estava com medo de me decepcionar. Mas nem precisava ter me preocupado. It was a night to remember. Happy 45th anniversary, daydream believers.

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