March 03, 2006

Em compensação, hoje vi "Match Point". Fico feliz quando o tio Woody consegue dar um tempo do seu personagem/persona e seus maneirismos inconfundíveis que ultimamente acabam por desviar a atenção da verdade : o grande cineasta que ele é.
Deve ser um dos melhores filmes que ele fez nos últimos anos. A cidade pode ser Londres e a trilha sonora operística, a história pode ser a velha tríade homem-mulher-amante, mas nada disso é importante. O principal do filme, como nos melhores trabalhos desse gênio neurótico fã de Bergman, são as relações humanas e a idéia fundamental do papel da sorte no destino. Como em "Crimes and Misdemeanors", o crime em si tem menos importância do que saber quem o comete e por quê.
Cinematograficamente? É perfeito. Elenco adequadíssimo com personagens bem desenvolvidos (no começo fiquei intrigada pelo Jonathan Rhys-Meyers ser o protagonista. Depois entendi - porque ninguém mais tem esse olhar ambíguo, frio e quente ao mesmo tempo), ritmo impecável. Esse sim, um P-U-T-A filme.

5 comments:

Ratapulgo said...

Oi, Anna,
achei esse Woody Allen novo bom
mas inferior ao Crimes e Pecados, que trata do mesmo tema. não achou?
beijos!

Annix said...

Ué, Flá, como eu disse aí em cima, acho os dois parecidos. Mas esse é mais leve, num tom de parábola talvez, não inferior.

Daniela Lima: said...

Nem jazz, nem NY; muito bom.

Ratapulgo said...

pois é, mas não fica claro neste último filme o apego que o rapaz tinha pela sua vida nova para que tivesse tomado a atitude que tomou. No Misdemeanors o fica claro que o Médico tinha tudo a perder, e quem o incita é o irmão.

De qq modo, a narrativa fabulesca (imoral e não moral) é realmente o que dá o tom do filme. E nisso ele é muito bom, concordo.

Annix said...

Isso, narrativa fabulesca. Eu diria amoral, e não imoral. E justamente, ele ter motivação ou não para tomar a atitude não tem tanta importância, mas sim o lance da sorte. Bjos!