November 01, 2006

Domingo de madrugada acabou o horário de verão, então acabamos acordando uma hora mais cedo. Tomamos café e um bocadillo no bar galego da esquina e decidimos ir até o Museu d'Art Contemporani de Barcelona, o MACBA. A entrada custa 6 euros e disseram que dava direito a visitar o primeiro e o segundo andares. O negócio é que não existe nenhum outro andar, então não entendi a observação. Mas tudo bem, os dois andares ligados por rampas super clean já são suficientes. O acervo em si achei fraco e muito pouco representativo, com algumas instalações interessantes, MUITA arte conceitual (demais) com os dois pés no pop e videoartes pouco inspiradas. A parte dedicada à Galeria Cadaqués é mais divertida, com alguns Duchamp e outras ousadias expostas na cidade nos últimos 25 anos. Man Ray, Richard Hamilton, Dieter Roth. O segundo andar tem algumas surpresas, comío obras dos brasileiros Cildo Meirelles e Jac Leirner, e algumas boas instalações de videoarte (inclusive uma sobre a Síndrome de Stendhal, a qual mencionei aqui outro dia).
Paramos no café do museu, que na verdade é do vizinho CCCB, e ficamos tomando cerveja e curtindo o sol da tarde.
Saímos do Raval, passando pela sempre legal Santa María del Pi e voltamos ao Born. Entramos no El Xampanyet, um buraquinho na Carrer Montcada especializado em cava. Pedimos uma garrafa da xampanyet da casa (um vinho gaseificado semi-seco) e uma série de tapas. O pessoal, simpaticíssimo, nos arranjou uma mesa e ali ficamos entre anchoas, atum defumado, boquerones e azeitonas. Pedimos então uma cava, desta vez brut e uma garrafa muito superior. A conta foi bem razoável considerando tudo que pedimos, e lá fomos nós cambaleando por La Ribera.
Entramos na Santa Maria del Mar, e fui acometida de um ataque de choro inexplicável. Saí e nos degraus da entrada um senhor de idade sentado sorriu, me estendeu a mão e disse que chorar era bom. Sentei do lado dele e continuei me debulhando em lágrimas, ao mesmo tempo em que conversava com ele. Me contou que era sozinho, que só tinha um filho que não via muito, então gostava de passar as tardes ali na escadaria da igreja. Akira veio me encontrar e o velhinho disse : "lo debes querer mucho, y él a ti". Me deu um abraço e um beijo e nos despedimos. Fomos para o La Vinya del Senyor, um bar especializado em vinhos atrás da igreja e bebemos mais duas garrafas de uma boa cava. Quando passamos de novo em frente à Santa Maria, olhei as escadas esperando encontrar aquele senhor de novo, mas obviamente ele não estava mais lá.

3 comments:

Anonymous said...

Ei eu tenho uma foto igual essa aí de baixo, haha! Mas era de dia! então a sua tá bem mais bonita!!!

Fui nesse museu também, o que eu mais gostei foram aqueles pedaços de fita crepe no chão, onde dava a direção e o quão longe eram os outros lugares do mundo. Fora isso achei as outras coisinhas bem sem graça... (nem sei se as coisas eram as mesmas, fui no verão de 2005).

To com saudades dos nossos chats!!! Quando vc chega aqui???

Anonymous said...

Que fofo!!!

Anonymous said...

Ai que invejaaaaaaa! Caramba, mulher, vcs não param de comer e de viajar, hahahaha. Adoro ficar lendo suas narrativas e descrições.
Beijoca