October 25, 2007

Por falar em frio, tava aqui pensando no assunto de carbon footprint. Ou seja, a quantidade de gás carbônico que acabamos emitindo na atmosfera durante os processos do dia-a-dia, direta ou indiretamente.

Por um lado, acho que a footprint aqui de casa acaba não sendo muito pesada : não temos carro, e o modo de deslocamento é de bonde (elétrico), bicicleta ou a pé. Estou tentando não usar demais o aquecimento, e água quente só no banho. No verão, desligo a água enquanto lavo o cabelo, e só ligo de novo para enxaguar. Tentamos não comprar frutas e verduras importadas e fora de estação, que implicam em transporte aéreo. Separamos todos os papéis e vidros para reciclagem, assim como o óleo de cozinha usado e aparelhos eletrônicos descartados, e lavo a louça com a torneira fechada. Também não temos máquina de lavar roupa, e só mandamos para a lavanderia somente quando a sacola está cheia, uma vez a cada duas semanas. Ou mais.

Por outro lado, eu peco bastante nas viagens, eu sei. Só este ano, já fiz duas ou três viagens de avião de longa distância, algumas de curta distância e várias outras de trem, que eu imagino que já tenham emitido mais CO2 do que tentei poupar em casa.
Também continuamos consumindo carne vermelha constantemente, e como os dois trabalham em casa, as electrical appliances funcionam non-stop : luz, computadores, carregadores de celular, etc. Bad humans.

Ainda assim, acredito que o esforço consciente de tentar reduzir a emissão de dióxido de carbono já faça alguma diferença a longo prazo, e pretendo continuar. E, postando aqui, lembrar a vocês disso. Nunca fui do tipo ecochata, nunca me filiei ao Greenpeace ou à PETA, mas eu SEI que não tenho de esperar determinação de governo nenhum para começar a me preocupar com isso. Aliás, achar que o governo de qualquer lugar tenha a responsabilidade de começar ou regular algo é de uma imaturidade sem igual. Não tenho que esperar o "governo" estabelecer que as sacolas de plástico dos supermercados são maléficas ao ambiente - posso começar a levar minha própria mochila às compras por conta própria (o que fazemos sempre aqui). Não tenho que esperar que o "governo" imponha uma multa a estabelecimentos que abusem de água, eletricidade ou plásticos. Eu mesma posso boicotá-los. Eu tenho a autonomia de decidir usar produtos e serviços que afetem menos a camada de ozônio. E assim por diante. Nada do que faço é um grande sacrifício, e tenho certeza de que faz alguma diferença no final.

Tem gente que pensa : "ah, mas só o meu esforço não vai fazer diferença nenhuma". Faz sim, principalmente se você procurar conscientizar os outros (sem pregação, pelamordedeus!!). UMA pessoa que mude os hábitos leva a outras do mesmo círculo, e assim vamos. E se você pensar na quantidade de lixo que você produz, sozinho, num ano, é assustador. Multiplicado pela população do seu bairro, da sua cidade, do seu país? Ufa.

Desde que vim morar aqui na Holanda, que tem as quatro estações definidas, pude perceber o quanto o aquecimento global é realidade, e como ele tem modificado pouco a pouco a situação "normal" do clima. As estações estão atrasadas um mês há pelo menos 3 anos, não tem feito tanto frio nem calor como devia, nem nas épocas certas.

Eu acho que mudanças têm de ser assimiladas pouco a pouco. Tudo é questão de hábito. Quando vou a SP, aquele mar de sacolinhas de supermercado já me fazem sentir péssima, e já estou considerando levar minha mochila de compras daqui pra lá da próxima vez. Tudo bem, eu sei que vou continuar a dirigir meu carro lá, porque em São Paulo tudo é muito longe, e perigoso às vezes - mas vou tentar reduzir ao máximo o uso do carro, e organizar caronas, pra que menos automóveis saiam às ruas.


(tá, agora podem chamar : hippie! Foda-se)

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