Eu sempre gostei do Sleeper, a banda. Quando soube que a vocalista começou a escrever livros, já fui atrás do primeiro, em 2002 : "Goodnight Steve McQueen". Lembro que achei muito bom, surpreendentemente bom.
Mês passado, lembrei de novo da Louise Wener e descobri que ela publicou mais dois romances desde então. Comprei o último a ser lançado, "The Half Life of Stars".
Comecei a ler e já pensei "ela escreve mesmo muito bem", o início já me cativou. No meio do livro, quando os personagens começam a resvalar no clichê, desanimo um pouco. Mas chego ao fim e meus olhos até se comovem um pouco, querendo soltar umas lagriminhas. Mas de repente são meus hormônios, vai saber.
Daniel Ronson, um jovem advogado bem-sucedido, desaparece do nada um dia. Sua família - mãe, irmãs, mulher e bebê - não sabem como lidar com a situação. Claire, a filha do meio, em quem ninguém põe a menor fé, resolve encontrá-lo, e parte numa jornada improvável da Inglaterra aos EUA, onde acaba encontrando outras respostas - para perguntas de que nem lembrava que tinha.
Na verdade, é uma história sobre arrependimentos. Regret. Sobre como lidamos com eles - se os alimentamos a vida inteira, a ponto de não sobrar espaço para mais nada, ou se os encaramos como coisas da vida, que acontecem. E sim, como parte de nós tende a escolher a primeira opção, dando poder a velhos fantasmas que, de outra forma, nunca teriam forças de se levantar. Como às vezes acreditamos nos papéis que nos impõem, sob pena de sentimento de fracasso perpétuo, quando na verdade a infelicidade é não ser o que se é. A velha pergunta "e se...?" nunca esmagou mais a auto-estima de alguém como na família Ronson.
Apesar de escrito por uma mulher, não é chick-lit. É mais algo na linha Nick Hornby, sem as referências musicais e futebolísticas, sobre pessoas desajeitadas, solitárias mas com boas intenções e uma certa esperança de que tudo vai dar certo no final.
Don't we all?
October 26, 2007
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