Eu sou incapaz de jogar comida fora, traço que certamente puxei da minha mãe. A geladeira e a despensa da casa dela são o equivalente doméstico à ala egípcia do Louvre - pacotes e containers de coisas ressecadas, congeladas, empoeiradas e mumificadas. Algumas coisas nem devem ter data de validade, e sim teste de carbono 14.
Aqui em casa só não acontece o mesmo porque a gente tem um pouquinho mais de controle sobre o que é comprado e usado e o Akira é um neat freak, mas mesmo assim a nossa tendência a fazer comida pra um batalhão sempre resulta em sobras. O que é comemorado, porque significa que não precisamos fazer comida por uns dias.
(eu não sabia, mas descobri ao longo dos anos que tem gente que nem cogita consumir sobras - felizmente, nunca tive esse problema)
Daí que por acaso tínhamos um pedaço de atum cru na geladeira. Não fresco o suficiente pra fazer sashimi de novo, mas bom ainda. E um purê de batatas com alho-poró da semana passada também. A idéia é fazer um tartare de atum (cortar em cubinhos, misturar com suco de limão, shoyu, gengibre, cebolinha picada, wasabi e umas gotinhas de óleo de gergelim e deixar na geladeira por uma hora) com potato fritters (juntar um ovo e farinha de rosca ao purê, temperar com sal, pimenta, azeite, mostarda e pimenta vermelha. Formar panquequinhas e fritar em óleo quente). Colocar o tartare sobre as panquecas de batata e servir tudo sobre uma salada verde.
Parece bom, né? O problema é que antes disso eu tinha decidido fazer oden (um cozido japonês com batata, nabo, ovo, tofu, konnyaku e bolinhas de massa de peixe, que se come com mostarda japonesa). Tem um panelão no fogo e vai durar uns 3 dias, pra nós dois.
Que será que se pode fazer com resto de oden?...
November 02, 2007
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