April 08, 2008

No dia seguinte fomos conferir o mercado de pulgas da Place du Jeu-du-Balle. Pertíssimo do hotel, fica no bairro de Marolles, cheio de lojas de decoração e outros negocinhos descolados em meio a casinhas simples. Pra quem procura roupas e móveis usados ou cacarecos em geral, pode ser interessante - mas o cheiro de coisa velha domina, hahaha. Acabamos comprando uns pôsteres metalizados de produtos vintage.



Dali, passamos pelas nossas primeiras fachadas ilustradas com personagens de quadrinhos e chegamos à igreja Notre-Dame de la Chapelle, uma construção imensa e um tanto frankestêinica, mas bonita. Ela abriga um memorial a Pieter Brueghel, o Velho, e só por isso já vale a visita. Emocionei.

Em frente à igreja, garotos fazem manobras de skate e bicicleta numa pista bem legal e aberta. Um contraste interessante de paisagens.
De lá, chegamos ao chique Sablon, passando por uma ruazinha pontuada de restaurantes bonitinhos, a rue de Rollebeek. Passamos na loja do Pierre Marcolini para admirar os chocolates e docinhos expostos em vitrines chiquérrimas. Como esperado, turistas japonesas comprando caixas e caixas de bombons, atendidas por moças trilíngues elegantemente de preto. Um pouco de exagero, não?

Voltamos ao hotel, para encontrar a Ana C., amiga da Ana L. que vinha de Turim.

(adendo : o que eu conheço de Anas só se compara ao número de Cris. Agora fechou, conheci uma Ana Cris! E tenho que tentar não confundir Ana C. com Cris A.)

Saímos andando e fomos almoçar no 't Kelderke, um estaminet bem na Grand Place. Com esse endereço, fiquei bem temerosa de ser um tourist trap, mas nada. A comida é ótima e típica, o atendimento é simpaticíssimo e o lugar é um charme - uma cave do século XVI. Experimentei as anguilles au vert (enguias em molho verde de ervas), mas tudo no cardápio era tentador.

Para aproveitar o final da tarde, fomos ao Bozar, ou Palais de Beaux-Arts. Escolhemos a exposição "Paul Klee : Theatre Here, There and Everywhere", e lá fomos nós atravessar a parte em reformas do museu.

Paul Klee sempre teve uma ligação especial com o teatro e a música, e boa parte da sua obra aborda essas referências, além da dança e do circo. Verdadeiramente, um homem da arte, que a percebe no dia-a-dia. A parte da música é a mais fascinante - como seu estilo geométrico consegue traduzir som em imagem, e como em contrapartida, Pierre Boulez interpretaria Klee em som. Adorei ter visto também um vídeo de ballet méchanique, obviamente baseado nos balés triádicos de Oscar Schlemmer e Bauhaus. Muito bom.

Agora, a loucura mesmo é a loja do Bozar. Caceta, é um exercício de restraint não se empolgar com a variedade de livros (pintura, artes gráficas, fotografia, música, culinária, teatro, grafite, moda e o que mais chegar) e CDs e DVDs. Passaria fácil umas boas horas ali.

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