May 12, 2004

Segundo dia. O café da manhã turco consiste de queijo feta, azeitonas pretas, tomates, um pão que é idêntico ao nosso pãozinho francês e chá. Absurdamente delicioso e nos lembra da proximidade com a Grécia.
O dia foi dedicado a Topkapi, o palácio dos sultões otomanos. A entrada custa 12 milhões de liras turcas, mas as visitas ao Harém e ao Tesouro são separadas, 10 milhões cada uma. Compramos só a do Harém, que valeu cada centavo.

(Antes que vocês se assustem, um dólar dá 1.430.000 liras turcas. Dez milhões, portanto, dá uns seis dólares)

No Harém, uma visita guiada em inglês de aproximadamente meia hora. Percorre-se parte da construção dedicada a abrigar as mulheres que trabalhavam no palácio e poderiam vir a se tornar favoritas ou esposas do sultão, bem como a mãe do dito cujo, que tinha tanto poder quanto ele em algumas coisas. Bem interessante.

O resto do palácio é lindo, realmente saído de um conto de Shehrazade, com uma vista do mar de Mármara de tirar o fôlego num dia de céu azul. E pelas barbas do Profeta! Uma câmara onde ficam as relíquias de Maomé! O arco e a espada, fios de sua barba, um dente, um manuscrito e uma impressão de pegada. Sem contar com a porta do arrependimento (Door of Repentance)da Caaba.
Saímos de Topkapi e já fomos para o Museu Arqueológico, que tem coisas interessantíssimas como partes das Portas de Ishtar (aquelas mesmas que estão no Museu Pergamon, em Berlim), a necrópole de Sidon e o tratado de Kadesh.
Vimos tudo e fomos para a Cisterna da Basílica, construída durante o império de Justiniano para suprir a cidade de água. Subterrânea e sustentada por mais de trezentas colunas, é uma das visitas mais impressionantes de Istanbul.
Depois de tudo isso, voltamos para o hotel, passando por Çemberlitas, a coluna de Constantino, símbolo do Império Bizantino. Está em restauração, mas é incontournable. Outro local pelo qual passávamos todo dia era Beyazit Square, que existe lá desde 393 a.C., no período do Imperador Teodósio. Minhas aulas de história me invadem a mente, socorro!
Resolvemos ir jantar no Darüzziyafe, restaurante que ocupa as antigas cozinhas da Mesquita de Suleyman, que no século XVI servia comida aos pobres. É enorme e serve bons pratos otomanos.

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