Aff. Que correria estes dias. Até esqueci de falar que vi "Babel" e "Borat". O filme do Iñárritu é interessante e levanta umas questões importantes (existe algo de muito incômodo na imagem de uma criança manuseando uma arma com tanta naturalidade, por mais que a gente saiba que rola mesmo), mas me irritou o fato de justamente a família WASP ser mostrada como vítima inocente de todos os acontecimentos desencadeados. Tipo, norte-americanos tão temerosos de outras culturas, de tudo que é estranho a eles, e serem tão protegidos - por eles próprios, pelo povo que eles temeram tanto, por Deus, pelo destino. Fiquei irritada com o helicóptero mobilizado pra tirar a personagem da Cate Blanchett do vilarejo marroquino. Quando alguma daquelas pessoas que vivem no mesmo vilarejo fica doente, alguém chama helicóptero pra levá-la pra um hospital decente? Oras.
E aí o restante da Babel é simbolizada pelo mexicano bêbado e irresponsável, a japonesa perturbada, o marroquino ignorante...dá um tempo. Ao mesmo tempo, exatamente por tudo isso achei o filme muito bom. Afinal, a genialidade não está em agradar ao público, mas em gerar reações. E isso esse diretor sempre conseguiu fazer.
Agora "Borat" é MUITO bom. O tipo de filme ao qual não dá pra se ficar indiferente (da mesma forma que "Babel", pra falar a verdade). Chocado, abismado, passado talvez - mas indiferente não. E come on, é muita falta de senso de humor ficar ofendido com qualquer coisa nele. O Sacha Baron-Cohen é um cara extremamente inteligente (além de ter estudado História em Cambridge e estar ali com o Hugh Jackman no quesito uau!), e consegue alfinetar com precisão tudo que pode ser considerado um ponto "sensível". Deve ser tão divertido ter um personagem que permite fazer as coisas mais ridículas, absurdas e impróprias! Até hoje me pego falando "High fiiiiive!", hahaha.
January 17, 2007
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