Nem acreditei na sorte de poder pegar os últimos dias da exposição do Anish Kapoor no CCBB. Lembro que quando li sobre a abertura no Sampaist fiquei surpresíssima : "Uau, Kapoor em SP? Que inveja! (e que orgulho!)"
O espaço do CCBB não é o mais adequado, com suas salinhas e escadas pra cima e pra baixo, mas é um problema ignorável. Na verdade, até que foi bom dar um tempo entre uma escultura e outra pra recalibrar os sentidos. Porque é assim - uma eterna contrariedade de expectativas e sentidos. Côncavos e convexos que estão ali, mas de alguma forma conseguem eludir os olhos mais atentos, coisas que estão mas não estão, tudo isso causa uma desorientação braba. Genial.
Outro ponto ruim é o despreparo do pessoal do CCBB. Uma das obras, a "Pillar", que fica bem na entrada, só faz sentido ao se entrar nela. E vcs acham que tem alguma indicação? Tem uma mocinha que fica plantada ao lado do tubo na porta, e ao ver vc se aproximar chegando da rua (afinal, ela está no meio da entrada) ela pergunta: "vcs vão entrar?". Claro que perguntado assim, eu nem imaginei que ela queria dizer "entrar na obra", e não "entrar no museu". E claro que ela deve receber milhares de olhares esquisitos, porque "entrar no museu" é exatamente a ação que todo mundo provavelmente está fazendo. Enfim, só percebi a confusão quando, saindo de lá, a gente parou de novo na porta pra olhar melhor a peça, e ela já pulou dizendo "não pode entrar com bolsa". Fiquei confusa de novo.
"Não pode entrar com bolsa? Mas eu entrei, e já estava até saindo..."
Enfim, finalmente os neurônios acordaram e entenderam ao que a moçoila se referia. E uau, ainda bem que entenderam. É entrar e de repente sua visão não fazer mais sentido, e sentir os olhos e o cérebro pensando "o que está acontecendo?". Quem puder, corre pra ver até o dia 01/04.
March 30, 2007
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1 comment:
Eu gostaria de ir... Pena que aqui em Recife nós nem sentimos o cheirinho dessas coisas.
Beijos e namarië.
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