No sábado, fui com minha mãe e irmã ao MASP ver a exposição "Goya: As gravuras da Coleção Caixanova", que apresenta a coleção completa das gravuras do artista espanhol. Dos "Caprichos" aos "Provérbios e Disparates" (clique nos links para ver, não dói) há muito que se observar - a técnica precisa, a crítica e o deboche, o macabro, a capacidade de isolar o dramatismo de uma cena dentre situações comuns, os personagens demoníacos de pesadelo. Não é à toa que Goya esteve sob a mira da Inquisição - o sofrimento e o grotesco me parecem representações do próprio inferno.
Aproveitamos pra rever o acervo do museu, que graças à visão incrível do casal Bardi, entre outros, permite aos brasileiros apreciar Renoir, Gauguin, Van Gogh, Delacroix, Picasso, Modigliani, Rembrandt, Frans Hals, Frans Post e tantos outros sem precisar ir a NY ou Paris ou wherever. Foram-se os painéis transparentes, e agora as telas ficam expostas de maneira convencional, e ainda faltam textos explicativos em outro idioma (e os visitantes internacionais, gente?), mas é uma visita impressionante ainda.
(e às terças-feiras o ingresso é gratuito, hein? No site não diz, mas na bilheteria tem um aviso)
Achei bonitinho uma dupla de rapazes olhando as obras e tentando situá-las temporalmente, e se dando conta que antes do Brasil o mundo já existia... :-)
"1500? Cara, o Brasil tava sendo descoberto na época que isso aqui foi pintado!"
(imaginem quando eles descobrirem o a.C.)
March 27, 2007
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2 comments:
Deus do céu...
Pior foi o comentário de uma ex-amiga paulista que - pasme - foi a primeira vez ao MASP junto comigo... (sim, nasceu e cresceu em SP e nunca tinha ido ao MASP). Enquanto eu olhava a data de um painel antigo, admirada com a conservação, a moça me lasca: "velhinho, né?".
Num preciso nem explicar porque é "ex"-amiga.
Oi Anna,
O seu "a.C" foi otimo... ;-)
Eu sempre achei o MASP um museu fabuloso, e fiquei curioso agora pra ver como esta sem os tais paineis transparentes... que eu na verdade nunca gostei, porque os textos e comentarios ficavam sempre na parte de tras da tela, a gente tinha que dar a volta pra ler o que estava vendo, e ai ja via outras coisas, acabava se perdendo. Por mais elegantes que fossem, nao eram muito funcionais, no meu ponto de vista. Mas bem, como voce falou, eram que nem as cadeiras da Lina Bo.
Antonio
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