(sim, a capa é do Yoshitomo Nara)
Snif. Agora não sobrou nenhum livro da Banana Yoshimoto pra ler, até ser lançado o próximo. Terminei "Hardboiled/Hard Luck" ontem, e achei muito bom. Obviamente, porque o tom fantástico de "Hardboiled" lembra um Murakami mais melancólico e feminino. E "Hard Luck" é lindo e simples, principalmente pra quem passou por situação semelhante. As duas histórias giram em torno do mesmo tema - a morte de alguém querido - mas o tom nunca é depressivo, e sim reflexivo. De fato, eu diria que são mesmo sobre a vida em si e uma de suas grandes verdades : perdas e despedidas fazem parte da existência. Não se deve encarar o vazio que fica quando alguém morre, e sim perceber em si o quanto dessa pessoa ficou, e o quanto esses fragmentos de presença - lembranças, vestígios, ensinamentos - transparecem ou influem no que fazemos pelo resto da vida. Ou seja, vão sempre ser parte de nós. Quem entende isso é capaz de seguir vivendo e ser feliz.
Afinal, sentir saudade não deixa de ser uma forma de poder carregar consigo um pedacinho de quem a gente perde.
November 12, 2007
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5 comments:
Annix,
Você não faz idéia de como estas suas palavras hoje me fizeram bem.
Semana passada morreu uma pessoa conhecida da minha família e apesar de não vê-la com frequência, chorei muito. Senti um vazio tão grande, que não consegui digerir até agora.
Fiquei relembrando a morte repentina de meu pai e de outros conhecidos, buscando entender o significado de algo tão intransponível.
Tenho que concordar com você, "perdas e despedidas fazem parte da existência" e de nosso amadurecimento.
Mas é tão doloroso, que nem nos damos conta de que são coisas naturais e que ocorrem todos os dias.
***
Fui ver quem era a Banana Yoshimoto e me lembrei de ter lido um livro dela... Kitchen. Foi o primeiro dela?
Bjs.
Ô, sinto muito, Déia. Mas que bom que vc teve um pouco de conforto.
Isso, Kitchen foi o primeiro.
Pqp, esse foi um dos livros que comprei em Paris,ahahaha! Mais uma coincidência...hehe. Ainda não li.
Bjs!!
Ana
"Não se deve encarar o vazio que fica quando alguém morre, e sim perceber em si o quanto dessa pessoa ficou..."
Não consigo. Morro junto.
Ah, eu achei que ia morrer junto também. Inclusive era o que eu mais queria. Mas não morre não. É legal viver pra contar a história.
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