December 18, 2007

A cozinha asiática, diferente da francesa - exata e com medidas precisas - é toda baseada no "olho" e no paladar. Não adianta pedir receitas pras mães e avós japonesas, coreanas, chinesas, vietnamitas, tailandesas. Elas sempre vão dizer - põe isso, um pouco daquilo, prova e faz assim. Mas nunca vão dar medidas exatas e técnicas certeiras. Nada diferente da nossa cozinha brasileira, aliás. Ou alguém vai me dizer que a avó mineira ou pernambucana media o sal em colheres de chá? Tou pra ver uma medida mais subjetiva que a famosa pitada.

(na verdade, acabei de perceber que as única cozinhas que exigem precisão são a nouvelle cuisine e a gastronomia molecular - o resto, como todo elemento cultural, é passado no boca-a-boca, de forma quase instintiva - a gente aprende observando, provando e lembrando)

Assim, o jantar foi completamente étnico, mesmo nenhum de nós dois tendo sangue chinês. A gente simplesmente sabe que a mistura de gengibre, cebolinha e shoyu tem resultados pra lá de prazerosos. E assim, refogamos uns dois ou três dentes de alho e meia cebola (ou uma inteira - eu disse, nada é exato) no óleo. Jogamos uma pimenta vermelha picada, gengibre ralado ou fatiado e deixamos soltar o aroma. Uns cogumelos (shiitakes, champignons de paris, qualquer tipo), fatiados fininho. Acrescentamos camarões sem a cabeça e deixamos fritar até mudar de cor. Hora de colocar os noodles (se semi-prontos, colocar direto do pacote - se secos, cozinhar conforme as instruções até o ponto antes do al dente, escorrer e adicionar - pode ser até miojo) e uns dois ou três ramos de cebolinha cortados em pedaços grandes na diagonal. Temperar com shoyu, uns dois jatinhos de óleo de gergelim e um tiquinho de açúcar, e mexer. Enjoy.

6 comments:

Anonymous said...

Todas - as poucas - vezes que vou cozinhar eu fico enlouquecido com coisas do tipo "pitada" ou "um pouco". Eu acredito nas unidades de medida e tal... estudei isso em física na escola, sabe? O que é uma grama, o que é um litro, essas coisas...

Anonymous said...

Anna!
Menina, eu A-M-O este label "comida", tu já sabes....A melhor de todas as "imprecisões" culinárias que já li (isso mesmo, li) foi numa receita de natal, que dizia assim "ovo quanto necessário":-o
Mas você, como sempre, lançou a luz sobre a questão: "observar, provar,lembrar". Verdade mais-do-que-científica:-)
Nhami, nhami, yum, nham, oh lekker!
A foto me deixou aqui ba-ban-do!
Beijinhos e obrigada!
Nil

Gabriela said...

Água na boca, Anna...
E eu aqui com esse mestrado para terminar e sem camarão na geladeira... Ai, ai...
Beijo

Anonymous said...

Hã... [gonorância] Noodles? [/gonorância]

Ai, é por isso que eu erro o sal em 90% das vezes. O que me mata nas receitas e´o "sal / pimenta do reino à gosto". Dá vontade de preguntá "ao gosto de quem, mané?". +_+

Joaollourenco said...

Sou mais de minhas receitas estilo qualidade total com metodologia de engenharia de produção, onde preparo meço e coloco em sequencia cada frasco de acordo com a ordem, depois com um cronometro aplico cada um na sua hora.

Andrea Drewanz said...

Estou com a Arnild. Seus pratos/receitas são sempre de deixar a gente com água na boca.
Sou do tipo que cozinha sem ter receita também. Vai no olho e no paladar. É uma dificuldade ter que explicar/ensinar para alguém.
E tem mais... não gosto de provar nada do que cozinho! Quase sempre sai direito, mas tem horas que o sal prevalece. E aí... adeus.
Bjks