A Lisboa moderna e jovem é o Bairro Alto à noite. Casas de fado tradicional dividem espaço com bistrozinhos aconchegantes e dezenas de bares espalhados pela Rua da Atalaia e suas paralelas e transversais, com mais gente fora do que dentro, bebendo cerveja e capirinha em copos descartáveis. E como gente chama gente, em alguns trechos é até difícil passar pela rua. Pode-se andar e andar e não se entrar em lugar algum, mas mesmo assim acompanhar a movida. Muito grafite, lojas de roupas multimarcas e de designers independentes, clubinhos, galerias de arte, livraria que fica aberta até as 2 da manhã, botecos de sinuca, lojas de música, quase tudo instalado em casinhas centenárias enfeitadas com azulejos...lembra ao mesmo tempo os centrinhos de cidade de praia do Brasil (ou a Vila Madalena) e o Lower East Side de Manhattan. O decrépito e o urbano combinam bem com a trilha sonora variada, da salsa ao hip-hop.
Aliás, é realmente muito engraçado reconhecer de onde vêm a nossa arquitetura e costumes. Na cidade inteira há pedaços que poderiam ser de bairros brasileiros. Só no caminho do aeroporto ao centro vi Higienópolis e a Pompéia, e partes do centro são totalmente o Rio de Janeiro. Apenas o Paço do Comércio e a Baixa me lembraram mais Barcelona, mas de repente poderiam ser Santos também.
Hm, pensando bem, é o contrário. Ha. Mas a verdade é que a presença do Brasil hoje é massiva em Portugal, e bem visível. Quase todo o staff dos restaurantes e bares em que fomos era de brazucas. Super simpáticos, aliás. Feijoada, picanha e capirinha são presença constante em cardápios, mesmo que a casa não seja brasileira. Será que um dia vamos voltar a ser uma cultura só?
September 12, 2008
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5 comments:
Humm, será? Adoraria encontrar pastéis de Belém em qualquer canto, assim como encontramos brigadeiro por aqui... ha ha!
Eu adorei o Bairro Alto, andei por lá à noite e é bem como você disse: tem de ter cuidado pra não pisar nas pessoas sentadas nas calçadas tomando cerveja!!! E cada bar mais bem transado do que o outro (e isso há 10 anos atrás, imagino agora).
É por isso que eu gosto de Portugal, eu me sinto realmente em casa em Lisboa. Ainda mais vindo de Belém (a brasileira), uma das poucas capitais do Brasil que ainda conserva o passado português (uma pena que pouco a pouco, estão destruindo tudo em Belém). E a comida é mesmo divina - e barata!
XXX/A
Alo, que foto espetacular!!! As texturas e a essência do Bairro-Alto... Se não for indiscrição...Onde tiraste a foto? Gostava de também poder fotografar para usar num trabalho sobre o Bairro.
Ass: Maria
maria, não é indiscrição de modo algum ;) mas não lembro exatamente em que rua estava essa imagem. Talvez na Rua da Atalaia mesmo. Mas se não a encontrar, sinta-se à vontade para usar a foto (apesar da qualidade não estar lá essas coisas) :)
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