November 30, 2008

Bonito ver como tanta gente se mobilizou pra ajudar as vítimas da enchente em SC. E graças à internet, o auxílio não precisa ser local. No Alles Gut você vê como pode ajudar este fim de semana, se estiver em SP.

Ah, e não se esqueçam dos animais : a Viva Bicho também precisa de colaborações.

November 28, 2008

Então. Normalmente eu ignoro notícias sérias aqui neste blog e tento me ater só às bobagens sobre cinema, livros, arte e blablabla de sempre - meu mundinho confortável, e talvez também um jeito de lembrar que o ser humano é capaz de coisas lindas. Mas hoje, depois de ver estas fotos de Mumbai, não está dando. E com isso aqui, ainda, beira o impossível. Foda.

See you tomorrow.

November 27, 2008

Awriiiight! Então hoje foi dia de Boekenfestijn, o evento pelo qual aguardo ansiosamente todo ano. Só fiquei decepcionada com a pouca oferta de mangás (devia ter comprado mais ano passado), mas mesmo assim consegui trazer 14 quilos de livros pra casa. Um novo recorde!

(nos anos anteriores, foram 10 kg)

Um dos que eu fiquei mais feliz de encontrar foi um livro sobre Os Gêmeos, publicado pelo museu Het Domein, baseado numa exposição que rolou lá no começo do ano. Inacreditável! Também vieram pra casa um Paul Auster, um da Siri Hustvedt que estava na minha wish list ("What I Loved" ainda é um dos meus favoritos), um Jay McInerney, um Harry Mulisch, dois Hanif Kureishi, um Lovecraft, um Conan Doyle, um Houellebecq, uns Dickens, um de contos de fantasmas do Henry James, vários guias de viagem, uns presentinhos...de chick-lit besta consegui comprar só um da Sophie Kinsella (mas a oferta era grande, ufa), e os livros de arte pesadaços didn't make the cut. Fiquei tentada a levar alguns de fotografia e uns da Taschen, mas meu carrinho já estava muito pesado. Mas a feira vai até domingo, vai saber...

Livros novos mais baratos que os usados. My idea of heaven.

November 26, 2008

Indo de blog em blog, acabei encontrando de novo o ótimo Síndrome de Estocolmo, agora não mais na Suécia, e sim em Seoul! Nele achei também o Nós na Coréia, e ler os dois está me moendo de saudades da Coréia do Sul. A última vez em que estive lá foi há dez anos, quando eu e minha irmã passamos uns meses fazendo um curso de língua e cultura coreanas. Não aprendemos direito nenhuma das duas, mas em compensação corrompemos bastante nossas amigas euro-coreanas, hahaha. E viajamos, o que rendeu alguns bons momentos em Kuala Lumpur, Singapore, Bangkok, Pattaya (!), Hong Kong, Sydney, Brisbane e Surfers Paradise. Mas foi em Seoul que passamos a maior parte desse tempo, e entre choques culturais e descobertas gastronômicas incipientes, foi bem divertido explorar a cidade. Pelo que estou vendo, muita coisa mudou - se a cidade já era estonteante pela quantidade de gente, agora parece ser uma nova Tóquio. Preciso urgentemente voltar.

Ok, acho que todo mundo sabe do que está acontecendo em Santa Catarina. Mortos, desabrigados, saques, o caos. Vamos separar a graninha do café e bobagens do dia e mandar pra lá? Pode fazer diferença pra alguém.

Defesa Civil recebe doações em dinheiro para auxiliar atingidos pela enchente em SC

Interessados podem contribuir com depósitos no Banco do Brasil ou no Besc

November 25, 2008

"How to Lose Friends and Alienate People" nem mereceria menção, não fosse o elenco bacana (Simon Pegg, Jeff Bridges, Gillian Anderson). Mas fora isso, É um amontoado de clichês e forçações de barra. Considerei sair no meio, porque tinha certeza de que não ia perder nada - mas aguentei até o fim. Não morri, mas também não saí achando que foram duas horas bem gastas.

Ben Stiller que se cuide, porque seu posto de campeão da auto-humilhação está seriamente em risco de ser transferido para mãos britânicas. E eu gostei tanto de "Shaun of the Dead"...


"FAIL, dude"

November 24, 2008



Cattitude, all right :)

Sinfest, via Reino d'Almofada.

November 23, 2008

E é oficial : acabamos de desistir de ir ao show dos Residents. Tudo bem que eu já tinha comprado os ingressos faz tempo, mas foi numa época em que não estava fazendo 0ºC lá fora, nem nevando. E por mais que me doa o coração não ver ao vivo uma das bandas mais icônicas e enigmáticas da história, a idéia de pegar um trem até Den Haag, viajar uma hora pra ir e outra pra voltar nesse tempo nos encheu de preguiça. Ícone por ícone, no momento sou mais minha casa :)

(e também porque no fundo, no fundo, ainda tenho esperança de que eles estendam a turnê a Amsterdam no futuro. Mas vai saber. A estranheza deles não se limita à música)

E eu também já suspeitava que eu não ia conseguir ver esse show mesmo já tendo ingresso, porque falei no Twitter que ia, há alguns meses, damn! Me escapou. Soa estranho e supersticioso, mas já aprendi há tempos que não se deve anunciar planos nem se falar demais. A dona Zica ronda e espreita, mesmo de maneira inconsciente (e de repente, essa foto dos Residents parece tão adequada, hahaha). Mas às vezes o entusiasmo faz escorregar :)

Façam como eu e acompanhem o projeto "The Bunny Boy" pelo canal oficial do YouTube deles. O primeiro episódio está aqui :



E de consolo, um vídeo de outro show dessa turnê :

Acabei de ver o único filme ruim do Kevin Smith, "Jersey Girl". Porque não basta colocar o Ben Affleck num filme - precisava também enfiar a J-Lo, uma menina bocuda mala, aquela mulher dele que é péssima atriz e uma boa pazada de clichês por cima pra completar. Claro, ele deixou escapar alguns ótimos diálogos aqui e ali, mas eles não resistiram ao massacre daquele personagem incompreensível da Liv Tyler e a uma canção inteira do musical "Sweeney Todd" encenada pelo elenco principal (why, oh why?). Enquanto isso, o Jason Lee e o Matt Damon ganharam uma pontinha de dois minutos.

*sigh* Ainda bem que o George Carlin estava vivo ainda.

November 22, 2008

A fofa da Marina pediu pra trazerem do Brasil a última Casa Claudia Luxo pra mim, olha que gentileza! E assim, dá até pra mostrar a minha materinha mais recente aqui (em pdf), pra quem estiver curioso. As anteriores acho que todo mundo já viu ;)

(e não, as fotos não são minhas)

E se alguém for comprar, essa edição está cheia de artigos interessantes, lugares lindos, gente que faz e recomendações bem garimpadas, hein? ;) Como sempre.

November 21, 2008

Sobre "Blindness", há tanto. Tantas metáforas, tantos pensamentos e tantas reflexões sobre a impotência, a humanidade, a fraqueza, a compaixão, a ignorância. E também tanta beleza na cinematografia, na São Paulo apocalíptica, na cara limpa da Julianne Moore, na trilha do Marco Antonio Guimarães (eu não sabia, e na hora que ouvi quase disse alto : "Uakti!?")

Mas é claro que vou escolher dizer justamente o mais desnecessário : que é um puta filme, sim.

(e as várias coisas de que lembrei enquanto assistia. De como fiquei surpresa com a facilidade com a qual o Akira me encontrou uma noite, chegando depois de mim num clube cheio e escuro. Quando perguntei : "como você conseguiu?", a resposta foi : "eu sempre vou te achar, em qualquer lugar")

November 19, 2008

Continuando com as recomendações, eu TENHO que espalhar essas :

Wagner e Beethoven

Também, bazar do Adote um Gatinho.

E tem também o Reino da Almofada.

E o Gatinhos de Toda Parte.

E as coisas do Dollydagger?

Já que a minha sorte do dia no Orkut é : A day without laughter is a day wasted, vamos lá! (afinal, quem quer perder um dia, não é?) :-D



November 18, 2008

Mas pra vocês não acharem que eu só dou bronca, passo aqui uns links de bons blogs que tenho visto nos comentários e stats e valem o rss :)

(e sim, pelo que vi todos sabem usar crase, hahaha)

- One Hit Post, empreitada musical certeiríssima do ex-Buraco de Traça. Livros, música, qual o próximo passo, Mike? A dominação do mundo? ;)

- Terra da Garo(t)a, bem-escrito e viciante. Um dia termino de ler os arquivos.

- In Media Res - Reflexivo, inteligente, bom, muito bom.

Tem algo que venho observando há um tempo nos blogs em português, e que me incomoda profundamente.

Boa parte das pessoas NÃO sabe usar crase. Podem saber escrever corretamente frases longuíssimas, supercalifragilisticexpialidocious e em três idiomas índico-ocidentais. Mas o bendito do acento grave aparece a torto e a direito, sem ser chamado.

A esses : dêem uma lidinha aqui e me deixem um pouco menos abismada. Obrigada.


(Chata, eu? PACA)

November 17, 2008

Voltando à programação normal : CACETA, o mundo seria um lugar um pouco pior se os irmãos Coen não existissem, hein? "Burn After Reading" funciona tão bem em todos os níveis, com uma fórmula tão simples que a gente se pergunta por que ainda existem filmes ruins.

É o não se levar a sério aplicado em tudo - na escolha do elenco, nos personagens escritos pra cada ator, no roteiro rocambolesco, no chefe da CIA mais genial da história do cinema, e acima de tudo, nesse pôster incrível inspirado em Saul Bass. Simples, mas não fácil.

November 16, 2008

Ano que vem, uma das nossas séries favoritas completa 50 anos. Akira e eu já estamos comemorando, fazendo uma maratona de "The Twilight Zone". Consegui todos os 156 episódios, exibidos de 1959 a 1964, e estamos assistindo de cabo a rabo - em ordem cronológica. Obviamente, os escritos pelo próprio Rod Serling são alguns dos melhores, mas muita gente boa colaborou, entre atores, diretores e roteiristas : Ray Bradbury, Richard Matheson, Keenan Wynn (amo!), Roddy McDowall, Bob Cummings, Martin Landau, Richard Donner, William Shatner...e por aí vai.

Algumas das histórias ficaram na memória, mas inesquecível mesmo é a trilha (de ninguém menos que Bernard Herrman) e a narração da introdução em português : "Uma região - Além da Imaginação".

O post de hoje tá no Goma! Cola lá!

November 15, 2008

E finalmente, pra acabar essa sequência de museus, teve o Guggenheim com uma exposição fantástica da ótima Catherine Opie. Nem sei de que série de fotos gostei mais : dos retratos que subvertem gêneros e definições às paisagens desprovidas de qualquer presença humana, as imagens são poderosas e marcantes. Highways e centros comerciais revelam o grafismo das estruturas urbanas, casas de pescadores no gelo cortam uma brancura etérea - lembrando Rothko - e transsexuais FTM (e toda uma comunidade queer) transmitem segurança e orgulho de suas identidades em poses ora desafiantes, ora brincalhonas. São muitos mundos, e um olhar destrinchador.

Aqui, uma pequena amostra.


Catherine Opie, "Self-Portrait", 1993

November 14, 2008

Dei uma passada no MoMA porque é um dos meus museus favoritos no mundo. Calhou de ser uma sexta à tarde, quando a entrada é gratuita, e eu já estava me preparando psicologicamente pra não perder a paciência com as hordas. Mas surpresa, o movimento estava igual a um dia normal - se bobear, até um pouco mais tranquilo. Er...crise?

Obviamente, a exposição especial estava esgotada, mas nem eu e nem minha mãe fazíamos questão anyway (er...acho que já vi Van Gogh suficiente pra 3 vidas), e o último andar estava fechado porque estavam montando a do Miró. Problema nenhum, porque dá pra só passear pelas salas favoritas e dar um oi pras obras de que a gente gosta mais (a sala do Beuys e a dos contemporâneos, por exemplo). Mas as novidades eram tantas...

* New Photography 2008 - gostei da Josephine Meckseper (a que ilustra o post - "Blow Up", de 2006): trabalho de grande impacto visual, fotos e mídias diversas, retrô e crítico ao mesmo tempo. O do Subotzky achei normal.
* Kirschner and the Berlin Street - não me tocou, mas é porque EU não morro de amores pelas cores dos expressionistas alemães em geral (Otto Dix, Max Beckmann, etc). Caras verdes, sombrias, deformadas, ick. Prefiro o cinema.
* Focus - Picasso Sculpture - essa foi uma boa surpresa : um apanhado de esculturas de várias fases do mestre, incluindo Woman's Head (Fernande).
* Pipe, Glass, Bottle of Rum : The Art of Appropriation - bem interessante, afinal acho que estamos no auge da era da apropriação e reciclagem. O que não é necessariamente ruim, visto que alguns dos artistas mais relevantes da metade do século XX pra cá são frutos desse processo (Lichtenstein, Rauschenberg, Warhol), assim como toda nossa cultura pop. E o que seria do Duchamp e seus ready-made sem a apropriação?

(adoro "LHOOQ"- enganação master ou proposta?)

* The Printed Picture - achei fascinante. Já tinha reparado em outros museus que algumas fotos expostas já aparecem como "Inkjet print" na descrição da mídia. Whoa! O MoMA preparou uma boa mostra comparativa da história da imagem impressa. Rotogravuras, silver prints, etc. Não entendo nada disso, foi bastante informativo.

Pára, pára! Que Comme des Garçons o caralho! Eu quero é essa belezinha aqui :



(Dorothy Perkins, via Retro To Go)

Mentira, comprei dois casacos hoje, nem tem espaço no meu armário.

(mas caralho, acabei de ver que eles entregam aqui na Holanda. Fodeu)

November 13, 2008

Mini, arrasando como sempre :

Desire lines.

Dei uma passada na H&M hoje pra ver se conseguia arrematar alguma coisa da coleção Comme des Garçons (adoro Rei Kawakubo) que ia ser colocada à venda hoje. Hahaha, cheguei lá às 3 da tarde e não tinha sobrado nada, só as camisas de botão mais sem graça da face da terra. FAIL.

(gente, são só roupas. Pra quê essa loucura toda, me diz?)

November 12, 2008

Eu não sei se todo mundo já conhece e usa, mas eu acho uma iniciativa foda :MovieMobz. Inscrevam-se, mobilizem.

A Déa N. fez um post beeem bacana sobre etiqueta para hóspedes. Assino embaixo, principalmente porque tem gente que pode ser legal, mas completamente sem noção nesse aspecto.

Como eu vivo recebendo gente em casa, aqui e em SP, posso afirmar isso com toda a propriedade do mundo. A maioria dos nossos amigos são civilizados, mas sinceramente há alguns que precisam rever alguns conceitos - e não fazem idéia disso. As piores gafes vão de chegar de madrugada sem avisar (ou, num outro caso, avisar que não vinha mais - no dia. Hello, a gente tem uma vida e tem programação, custa?) a riscar a camada antiaderente da frigideira cortando bife...dentro dela - tipo, tábua de cortar existe). E ocupar o único banheiro da casa por uma hora todo dia meditando (wtf!), ou acabar com algo da geladeira e não repor (e nem avisar), essas coisas.

Em geral, as meninas são muuuito mais sensatas - todas esses casos aí foram por parte do sexo masculino, btw - mas a sem-noçãozice não escolhe gênero. Mas não se preocupem, porque se eu curto a pessoa e quero que ela volte, eu dou pito na hora mesmo e resolve - porque nunca é por mal, eu sei. Agora, se eu deixo passar, pode ter certeza de que é porque as portas estão fechadinhas pra uma próxima...

(Déa e Anita têm lugar cativo, claro ;-)

NY é pra todos os gostos. Eu vou pela vida urbana e cultural, pelos museus, lojas e restaurantes. E pra fazer estoque das coisas que só encontro lá (cosméticos da Almay, sabonetes líquidos da Bath and Body Works, TheraFlu, jeans ankle da Gap e Junior Mints, basicamente - I know, I'm middle class and can't help it). Tem gente que vai e vê espetáculos na Broadway (nada contra, mas vocês não vão me ver MA NEM arrastada pelos cabelos num desses). Outros vão comprar mercadorias ou amostras pra copiar ou revender. E outros, ainda, pra fazer turismo - oh!
Uma das minhas diversões é detectar gente fantasiada de novaiorquino, e é no outono/inverno é que a espécie se alastra. Parece que as pessoas têm aquela idéia de que todo mundo em NY anda elegantemente de preto, óculos escuros (mesmo que não faça sol) e botas. Se você se veste assim no dia-a-dia, legal. Mas se não, tenho uma má notícia pra você : aparenta. Ou são as botas e o casaco que são novinhos demais, com aquela cara de que ficaram guardados no armário até a "grande chance" de usar, ou algo na sua personalidade briga com o figurino. Mas acredite, aparenta.
Existe o outro extremo - aqueles que você vê que são turistas a 3 quadras de distância. Tênis confortável no pé, mochila nas costas (ou pior, pochete na cintura) e guia na mão. Eu não recomendo nenhum dos dois - qual o problema de se vestir normalmente, como todo dia? Sou fã do estilo próprio e da discrição - evita problemas e o ridículo. Hahahahaha.

(minha mala, na ida, continha exatamente : meu jeans favorito - skinny, claro, três das camisetas que eu mais uso, uma malha preta, some underwear, minha nécessaire - e, mais importante, outra mala. Vazia. Fui vestindo uma saia preta, uma camisa de botão, meia-calça de lã preta e meu casaco surrado que completou dez anos e está com os botões pendurados e minha mãe implora pra que eu jogue fora. I believe in travelling light)

Claro que voltei com as duas malas cheias. Na maior parte, de livros. Tudo culpa da Strand!

November 11, 2008

Sei lá por que, nesses anos todos eu nunca tinha ido ao Whitney. Se a gente for pensar que a maioria dos meus artistas favoritos são americanos, então, fica incompreensível esse vacilo meu O_O

E lá fomos nós pro pouco explorado UES (pra mim, pelo menos - I'm a LES kind of gal) corrigir isso. O museu, assim como o Guggenheim, já é uma obra de arte em si e facílimo de ser avistado : uma grande caixa de granito cravada na Madison Ave., quase na esquina da rua 75.

Começamos pelo acervo normal : Robert Rauschenberg, Jasper Johns, Andy Warhol, Edward Hopper, Jeff Koons, Jackson Pollock, Franz Kline, Barbara Kruger, Barnett Newman e Ed Ruscha, os meus preferidos. A coleção pode ser visivelmente menor em número de obras que a de outros museus de arte contemporânea/moderna, mas vale pela representatividade e abrangência. É um crash course em arte americana do último século, o que pode ser legal pra quem quer ter uma visão panorâmica da coisa.

A sorte mesmo foi pegar a exposição especial Alexander Calder - The Paris Years. Sempre comento quando encontro alguma obra do Calder pelo mundo, porque é um artista que me fascina. Mas conhecia pouco além dos móbiles (que sempre me deixam feliz numa maneira irracional, porque são forma e cor em movimento - segundo Duchamp, "a arte de Calder é a sublimação de uma árvore ao vento"). Imaginem ver uma mostra que reúne vários dos seus retratos e esculturas em arame, seu famoso circo, as ilustrações que ele fez pra um jornal americano e vários de seus mobiles e stabiles. Sem contar as pinturas, que por algum motivo talvez não sejam tão conhecidas quanto os trabalhos tridimensionais. Mas são essenciais pra se entender os mobiles, especialmente as feitas logo após ele ter conhecido Mondrian e começado a se aventurar no abstracionismo. Morri.

Alexander Calder, "Goldfish Bowl, 1929" © 2008 Calder Foundation

(vai até 15 de fevereiro, quem puder, vá!)

(post editado e ampliado)

Por mero acaso, acabamos indo jantar uma noite no Les Halles, a filial Midtown do restaurante que tem (teve?) Tony Bourdain como chef executivo (não, ele não estava lá, hahahaha). Porque era a três quadras no nosso hotel e tinha mesas vagas às sete da noite. Bastante movimentado, aconchegante e com menu de brasserie. Pode não ser excelente, mas razoável pelo menos. De fato, serviço apressado mas correto, preços médios e qualidade da comida aceitável (relação custo-benefício). Não horrível, mas também não fantástico - um lugar pra se comer um steak frites correto e se tomar uma taça de vinho.

Minha mãe pediu um hamburger Rossini, supostamente uma versão do servido no DB. Hahaha, não chega perto, mas a carne veio no ponto correto, e as fritas bem crocantes. Eu pedi um steak frites salade, mas me arrependi. Na verdade queria um filé alto, e devia ter pedido um entrecôte. Mas tudo bem, até valeu os 19,50.

Em Chinatown, queríamos comer pho, e fomos até o Pho Grand em Chinatown. Bom pho, apesar de não chegar perto do que já comi num restaurante vietnamita em Genebra e do qual não guardei o nome. Extremamente barato também, a por volta de 5, 6 dólares o prato.

Em St.Mark's Place abriu uma filial do BBQ Chicken, uma rede coreana similar ao KFC e Popeye's - mas com o frango frito em azeite de oliva extra-virgem. Como passei na frente, resolvi pedir um combo (3 pedaços mais 2 acompanhamentos, 8 e alguma coisa dólares). Realmente crocante e suculento, tô até hoje com saudade. Os acompanhamentos (mac and cheese e mashed potatoes) são extremamente dispensáveis, contudo.

A gente almoçou no Chiyoda Sushi também, que eu achei razoável e barato (pra um restaurante japonês em Midtown, quero dizer). Os sushimen eram todos japoneses, assim como boa parte da clientela. Passando a parte da deli, na entrada, há mesas e um balcão no fundo. Lotado, corrido e também nada espetacular, mas gostei do uni.

Também saindo do Museu de História Natural, fui conferir o novo Shake Shack UWS, que é atrás. Putz, fila beeeeem menor que na matriz, e só por isso já ganhou muitíssimos pontos. Por sorte, acabei indo numa segunda mesmo, porque o sabor do frozen custard do dia era pumpkin spice - o único que eu queria experimentar. Achei lindoemaravilhoso como sempre.
E NY sem pizza pra mim não é NY. Um dos lugares que acabamos conhecendo foi o Patsy's, perto da NYU - de novo, porque a gente estava lá perto. Pizza ok, atendimento bem simpático, uma salada siciliana (com anchovas e alcachofras) muito boa. Bem satisfatório.

Dos coreanos da rua 32, um em que vamos sempre é o WonJo. Acho a comida ótima e o atendimento bom. Desta vez, fomos de hae mul jeun gol, o que só consigo explicar como sendo um sukiyaki coreano, mas com frutos do mar. No menu do almoço custa uns 34 dólares, o que é bem barato, porque dá pra pelo menos 3 pessoas.

Ainda na rua 32, pelo jeito o E-Mo kimbap deu super certo. Numa portinha discreta há alguns anos, sempre tem fila pra se comprar kimbap feitos na hora. Igual a Seoul! Pra um almoço rapidinho, achei ideal. Pedimos um vegetariano, um de cogumelos e um de spicy tuna. Todos bons.

Enfim, eu adoro comer em NY. Nunca faço questão de ir a nenhum lugar hypado, porque há tantas opções boas e pontinhos escondidos pedindo pra serem explorados, que vários anos não seriam suficientes pra cobri-los todos. Os lugares étnicos são especialmente bacanas, porque a maioria é autêntica e cheia de sabores e texturas marcantes. Fine cuisine is fine cuisine everywhere, então tanto faz ir a um restaurante pretensioso em NY como em SP. So...

November 10, 2008



Happy B-day, Akira! :-***

November 09, 2008

Fui na Trash&Vaudeville pra comprar um presente pra um amigo, e acabei saindo de lá com um par de botas e mais várias peças de roupa que estavam em promoção e eu ia me socar MUITO se não levasse, hahaha. Amo.

(if it's good for Debbie Harry, it's good for me)

November 08, 2008

Ok, cheguei nas 38 horas sem sono e aí capotei. Dormi doze horas e tô ótima.

O legal de ir todo ano a NY e a SP é acompanhar as mudanças - restaurantes que abrem, prédios que brotam, lojas que fecham. A Europa, nesse aspecto, é tãããão estável e sonolenta...uah.

O New Museum of Contemporary Art é um bom fruto dessa renovação constante. Aberto há menos de um ano, em plena Bowery e em meio a casas de equipamento para restaurantes e comércios chineses, é uma construção absurdamente linda, por dentro e por fora.


A exposição principal até janeiro do ano que vem é da interessantíssima Elizabeth Peyton. Em meio ao ambiente completamente branco, os rostos de figuras como Kurt Cobain, Jarvis Cocker, Sid Vicious, John Lydon, Georgia O'Keeffe, Patti Smith, Pete Doherty, Jackie Kennedy, David Bowie, os irmãos Gallagher e outros contemplam os visitantes com expressões serenas e indiferentes. Alguns baseados em fotos, outros esboçados ao vivo, num traço incrivelmente delicado, que contrasta com as cores vívidas que usa. Figurativa, urbana e pop, é uma artista bastante intrigante - tanto pela escolha dos temas quanto pela forma de retratar : referências clássicas e modernistas com o vigor do rock 'n roll. Literalmente, arte contemporânea.

Infelizmente, a outra exposição, da Mary Heilmann, é daquelas que fica melhor em catálogos e livros. Algumas obras são boas, mas em geral não pude evitar pensar: "isso eu também faço". Ao vivo achei clichezento e nada empolgante, e bem aquela imagem de arte moderna que alimenta o preconceito que a maior parte das pessoas têm : a de que não significa nada.

Mas enfim, se forem visitar o museu (devem!), o façam aos fins de semana, quando o magnífico Sky Room está aberto ao público. Inteiramente branco, futurista e clean, tem uma vista fenomenal da cidade. Dar uma festa lá deve ser incrível.



November 07, 2008

Jetlagged e sem dormir há mais de 30 horas. To naquele estágio que não é propriamente sono, mas onde as palavras me escapam e não consigo terminar uma em cada três frases.

Acordei às 3 da manhã do dia 6 pra levar minha mãe ao aeroporto. O carro (chamado pelo Dial7) chegou no horário e, sem trânsito, chegamos em 20 minutos ao JFK. Ela embarcou pra SP, e eu peguei o metrô de volta pro hotel às seis. Comi um bagel às oito, arrumei o que faltava das malas e sai de novo às 10. Passei por uma H&M e comprei mais umas roupas, depois fui na Barnes&Noble da 5a Avenida pra procurar uns livros (não achei) e depois fui ao Grand Central Market (Lexington @ 42nd St), um mercado tipo aquele do Shopping Morumbi e esqueci o nome, mas dentro do Grand Central Terminal. Queijos, flores, especiarias, embutidos, peixes, pães. Conciso, mas abrangente. Comprei sopressata, queijo taleggio, saucisson sec e várias outras delícias.

Voltei ao hotel, confirmei meu late checkout, larguei as compras e decidi que queria almoçar um banh mi. Um dos favoritos da cidade é o da Saigon Bakery, na 138 Mott St. Peguei o metrô até Chinatown e enfrentei o mar de gente na Grand St. A Saigon fica nos fundos de uma lojinha de jóias e acessórios. Bizarro, mas é assim mesmo : um balcão, uma geladeira de bebidas e duas pessoas montando os sanduíches. Pedi um número 1, descrito apenas como "pork". Enorme e apenas 3,25 dólares.

Daí, como eu já estava lá mesmo, resolvi passar na centenária Alleva e levar um Italian combo também. O atendimento é simpaticíssimo e o sanduíche obscenamente grande, por 7,50. E eu, sozinha. Claro que deixei metade pra camareira do hotel.

Voltei pro hotel, tomei banho, comi, fechei as malas e desci. Desta vez, chamei um shuttle (19 dólares) que chegou às 17h. Pra quem não tem pressa, tem bagagem e está solo, é uma das opções mais práticas. Como o trajeto corta todo o Queens, fui ouvindo Ramones :)
Como já tinha feito o check-in pela internet, só despachei a bagagem e fiquei lendo meu livro. Comi a outra metade do banh mi e fui pro portão de embarque.

Tempo de vôo curto, seis horas e meia apenas. Com o serviço, não sobraram mais que três horas pra se dormir, e fiquei lendo. Cochilei uma meia hora. Já fazia 24h acordada. Duas horas depois, já tinha passado pelo controle de passaportes, esperei uma eternidade pela bagagem e cheguei em casa. Acabei de desfazer as malas.

E se eu for dormir no horário de sempre, lá vou eu pras 40h...

November 06, 2008

Com a trilha certa, qualquer parte de NY vira o seu filme particular.

Quando foi que minha mae ficou menor que eu?

November 05, 2008

Mas o dia tambem foi especial porque fui tomar cha no Teany com alguem que eh exatamente o que transmite em seu blog : linda, inteligente, decidida e cheia de vida.

(e nos temos tanto em comum, hahahaha)

Aguardo ansiosamente as proximas, querida :)

Tenho de dizer que esta sendo bem emocionante estar aqui nesta epoca de eleicao. E principalmente presenciar nao so a vitoria do Obama, mas um pais inteiro vibrando e torcendo. Eh impressionante ver como os americanos estao engaged nessa escolha, com todo mundo grudado na TV acompanhando a apuracao. Parece plateia de show. Ah, se a gente no Brasil reagisse com tanta furia aa insatisfacao com os dirigentes, e pudesse considerar o ato de votar com gosto e consciencia...

November 04, 2008

I'm in New York, and working from my hotel room! How glam is that?

ZERO.

(it sucks, but I shouldn't complain)

November 03, 2008

(ja aviso que todos esses posts vao ser editados ou reescritos, porque nao ter acentos me da uma aflicao sem tamanho)

NY ja foi melhor pra compras, tenho de dizer. Pela primeira vez em anos nao tenho aquela compulsao irrefreavel de adquirir pilhas de roupinhas legais, CDs, livros e tranqueiras que so aqui tem. Porque tou achando a maioria das roupas e sapatos monotonos e caros (iguais aos da Europa). CDs, nao os compro mais faz um tempo anyway. Livros, ando completamente rendida aos usados, e compro o que consigo encontrar. E as tranqueiras parecem ter sumido do mercado...

(ou talvez eu que nao use mais cabelo azul)

Mas em compensacao, ainda eh uma cidade incrivel em relacao a comida. Tanto na variedade e qualidade dos restaurantes, quanto na disponibilidade de ingredientes. Entrei na Whole Foods da E. Houston St. e tive de me segurar pra nao encher o carrinho.

De todo jeito, o principal pra mim eh a parte cultural : NY e arte moderna/contemporanea sao indissociaveis pra mim, e com museus como o Guggenheim, o MoMA, o Whitney e agora o New Museum, tenho motivos de sobra pra pular de alegria. Com tempo pra ir a todos, entao? Nao quero mais nada da vida.

...
...
...

Talvez um showzinho dos Cramps, vai.

November 02, 2008

O que eu adoro em NY eh poder sair de noite, passar horas na Strand atras de livros e depois dar um pulinho na Mondo Kim's em St. Mark's Place e ver secoes de CDs como "french psych", "experimental" e "exotica", praqueles titulos que nao se encaixam em nenhuma categoria, como o de spoken word do Henry Rollins. Dai comer em pe um pedaco de pizza por 1 dolar ou sentar a uma mesinha que da pra rua tomando uma e lendo um dos livros comprados nessa noite mesmo. Definitivamente, nao preciso de mais nada.